segunda-feira, 16 de agosto de 2021

PARA INICIANTES - UM POUQUINHO DE ELETRÔNICA/ELETRICIDADE BÁSICA - PARTE 02

 Olá Amigos!

E aqui estou, mais uma vez.

"Quem é vivo, sempre aparece". Desta vez, novamente, uma matéria para quem é mais iniciante, mas, antes de começarmos, um lembrete a todos..

A pandemia, por pior que isso seja, ainda está aí e vamos esperar que não seja por muito mais tempo e que a cada dia, o número de infectados comece a diminuir e por consequência, as mortes por causa da doença comecem também a cair. 
Enquanto isso não acontece, devemos, mais do que nunca, fazermos a nossa parte.
Quem puder, ou sempre que puder:
Fique Em Casa, junto com os seus. Só saia de casa quando for estritamente necessário. 
Use Sempre a Máscara. É incomodo, dá agonia, não podemos respirar normalmente, mas é um jeito eficaz de contribuirmos e diminuirmos a contaminação.
Use-a Máscara corretamente, tapando o nariz, a boca e as laterais do rosto. 
Higienize Suas Mãos Constantemente, lavando-as demoradamente, limpando entre os dedos e dorso da mão e até pelo menos o meio dos braços. 
Use o Álcool Gel
Dê Ajuda a Um Amigoquando, e se  for possível. Ajude alguém sempre que for possível.

Tomando essas precauções, todos teremos mais saúde e um tempo que podemos usar para fazer algo que seja útil, para nós mesmos ou para a comunidade.

Dado esse recado, vamos ao nosso artigo de hoje.

No artigo anterior falamos sobre os componentes eletro/eletrônicos do tipo Passivos e Reativos, que são respectivamente, os Resistores, Capacitores e Indutores.

No artigo de hoje, vamos ver algumas noções sobre os componentes ditos Ativos, que correspondem aos semicondutores: Diodos e Transistores.

Vamos voltar um pouco e falar sobre o conceito de componentes Passivos e Ativos.

Porque um Resistor, o Capacitor e o indutor é dito Passivo? Eles são Passivos por que não mudam a natureza da corrente que passa pelo circuito. 
Uma corrente AC/DC passando por um Resistor, continuará sendo AC/DC, não importando o valor do resistor, da potência que ele suporta. Se essa corrente for AC, o mesmo acontece. 
Com os Indutores e os Capacitores, o mesmo acontece, se bem que em se tratando de correntes e tensões AC, o comportamento dos Indutores e Capacitores é um pouco diferente em relação as tensões DC, mas não chegam a mudar a natureza da corrente.

Já em relação aos componentes Ativos, isso não acontece, pois eles mudam radicalmente a natureza dessas correntes, mudando radicalmente suas formas e valores. 

Vamos voltar ao tempo em que tudo começou.

VÁVULAS ELETRÔNICAS

Nos primórdios da Eletro/Eletrônica tínhamos as Válvulas Eletrônicas que eram tubos de vidro "cheios" de vácuo, onde em seu interior, haviam placas metálicas e filamentos que desempenhavam algumas funções elétricas. Essas placas internas eram conectadas a pinos em sua base que eram ligados a circuitos projetados para desempenhar as funções desejadas.

A função mais básica de uma válvula eletrônica era o Diodo cujos símbolos podemos ver ao lado. 
Na maioria dessas válvulas era necessário um elemento de aquecimento para seu funcionamento. Esse filamento, quando aquecido sob uma placa
metálica denominada Catodo, fazia com que essa placa emitisse elétrons, que eram direcionados para uma outra placa metálica denominada Anodo. Em uma versão mais moderna dessas válvulas, o próprio filamento servia como Catodo e essas eram chamadas de Válvulas com Aquecimento Direto. 
Para que esses elétrons saíssem do Catodo e se dirigissem ao Anodo, era necessário criar um campo elétrico de grandes proporções dentro da válvula e para isso, era necessário que a diferença de potencial (Tensão) entre o catodo e o anodo fosse muito grande (ver foto ao lado), de cerca de 250V ou mais.
Para isso, precisávamos de transformadores de tensão (Indutores) que elevassem a tensão dos 110VAC (normais) para a ordem necessária ao objetivo do circuito.
Dependendo da potência que pudesse ser solicitada desse circuito, isso podia chegar a 400V ou mais.
Um tubo de televisão antigo, ou de nossos monitores de computador antigos (que nada mais são do que válvulas eletrônicas gigantes), isso chegava a ser na ordem de 24.000 a 30.000Volts (perguntem aos mais idosos o que era o Fly Back) das televisões antigas). 
Observem no esquema acima, que o transformador tem vários enrolamentos com valores de tensão diferentes. 250V para os anodos, 5V para o catodo direto e um enrolamento de 6,3V que servia como fonte de alimentação para os filamentos das válvulas que não tinham catodo direto, como podemos ver na parte superior do mesmo desenho.
Em um Diodo (na verdade, em todas as válvulas eletrônicas), a corrente só pode circular de um polo Negativo (Catodo - onde são gerados os elétrons) para um polo Positivo (Anodo) e a tensão AC do transformador ligado aos anodos do diodo (diodo duplo) só consegue formar corrente por dentro da válvula, quando o terminal Anodo, em cujo enrolamento está a fase positiva da tensão AC. Em cada ciclo positivo da tensão AC, apenas um anodo funciona a cada instante (o circuito é fechado pelo terminal central do transformador, denominado Ponto de Terra (Terra - Massa - Comum, etc.) do circuito, que também pode ser visto ligado ao terminal negativo do capacitor na saída do circuito).
O circuito que essa fonte alimenta, chamado de Carga, está ligado entre o ponto chamado Saída e ao ponto Terra do Circuito.
Em um diodo, só existe dois modos de variarmos a corrente  que passa pela válvula.
Primeiro seria aumentando-se a diferença de potencial entre o Catodo e o Anodo (quanto mais tensão, mais corrente) e o segundo modo seria variando-se a carga sobre a fonte de alimentação (quanto menos carga restiva, mais corrente). 
Mas, o ser humano é um "bicho" que pensa e pesando descobre as coisas que se aplicam e resolvem as  suas necessidades.
O pensamento foi o seguinte: Quando eu aumento a tensão dentro da válvula eu aumento o campo elétrico entre os terminais dela, certo? E se eu criasse um outro campo elétrico dentro da válvula que se somasse ou se diminuísse ao campo elétrico original criado pela tensão entre o anodo e o catodo? 
Foi o que fizeram. Esse novo eletrodo foi denominado Grade de Controle, criando-se assim as válvulas chamadas de Triodo. Com o tempo foram-se criando novos eletrodos e as denominações Tetrodo, Pentodo e com o aumento das tecnologias e necessidades, foram-se criando válvulas dentro de válvulas e o
número de componentes dentro das válvulas  e o número de 
terminais das válvulas, havendo uma válvula chamada Heptodo (com sete elementos internos), usada antigamente em aparelhos receptores de rádio.
A adição da
Grade de Controle e posteriormente as outras grades nas válvulas permitiu que se pudesse melhor controlar a corrente que passava dentro da válvula e isso foi gerando aplicações e circuitos variados que possibilitaram tudo que temos hoje em dia em termos de eletrônica. 
Podia-se fazer qualquer coisa com as válvulas eletrônicas. Até mesmo  computadores.
O
Enaiac, foi um computador desenvolvido para o exército americano e contava com setenta mil resistores e dezoito mil válvulas eletrônicas. Seu consumo era de 200kWatts (200mil Watts).

Uma aplicação interessante das válvulas eletrônicas antigas, era uma válvula denominada
Olho Mágico (precursor do LED - ver ao lado), que era usada para ajudar a sintonizar mais precisamente os aparelhos de rádios de 
antigamente. No topo da válvula havia um dispositivo iluminado fluorescente que variava de forma e brilho, de acordo com o nível de sinal que o rádio recebia. Quando estávamos exatamente sobre a frequência que desejássemos sintonizar, a área e o brilho na válvula era máximo, diminuindo conforme nos afastávamos do ponto ideal do sintonizador.
No início da era da Informática, os displays alfa numéricos dos primeiros computadores e calculadoras, eram feitos com válvulas eletrônicas, também.
Mas apesar delas terem melhorado seus desempenhos e tamanhos, chegando até a serem bastante miniaturizadas, o grande problema das válvulas continuou sendo seu tamanho e consumo de corrente, pois precisavam ser esquentadas para que funcionassem a contento. 

OS SEMICONDUTORES
Com o tempo, apareceram os semicondutores. Precisavam substituir as válvulas por dispositivos menores e mais eficientes e inicialmente tivemos os Selênio. 
Se abrirmos um controlador para Ferromodelismo bem antigo, podemos encontrar dentro dele, um dispositivo parecido como os mostrados na figura abaixo.
Eram os chamados Diodos de Selénio. Ainda eram grandes e volumosos, mas já não precisavam de um filamento aquecedor para funcionarem como as válvulas retificadoras. 
Entre cada placa, havia um dispositivo formado por um semicondutor chamado Selênio que funcionava como um diodo e tinha uma tensão reversa de 20V.
Para tensões maiores, era necessário associar-se um número maior de placas até que eles pudessem suportar a tensão reversa aplicada no circuito. 
TENSÃO REVERSA - Quando um diodo é colocado em um retificador, ele funciona deixando passar corrente apenas no sentido em que ele está polarizado diretamente. 
A tensão AC inverte sua polaridade a cada um sessenta avos de segundo(1/60s) e nesse momento, o diodo fica polarizado inversamente e tem que suportar a tensão de pico da onda AC reversa. Se esse pico reverso de tensão for maior que a tensão reversa especificada para o diodo, ele entrará em curto ou queimará, sendo danificado irremediavelmente. 

GERMÂNIO/SILÍCIO - No início, o semicondutor usado para a fabricação dos diodos semicondutores modernos era o Germânio e com o tempo vieram os diodos de Silício.
Para a construção de um diodo, é preciso haver dois tipos de cristais semicondutores, seja ele de Silício, seja de Germânio. 
Um desses tipos é chamado de Tipo P e o outro é chamado de Tipo N
O diodo é basicamente formado quando uma junção desses dois cristais é, aparecendo o que chamamos de Junção PN

A JUNÇÃO PN - Dois cristais de Silício ou de Germânio, sendo um do Tipo P e outro do Tipo N, são colocados juntos para formar o diodo. Nessa junção PN forma-se uma barreira de potencial de 0,3V, no caso do Germânio e de 0,6V, no caso do Silício. Enquanto a tensão entre os terminais do diodo não ultrapassar essa barreira de tensão, ele se comporta como um circuito aberto (resistência Infinita, ou muito alta), mas no instante que isso acontece, ele passa a se comportar como um curto circuito (resistência Zero ou muito próxima de zero). 
Essa junção só vai conduzir corrente se estiver com o polo positivo da tensão ligado ao cristal P e o polo negativo ao cristal N. No sentido inverso, ela não conduz até que seja alcançada a chamada Tensão de Pico Reversa e quando isso ocorrer, o diodo será danificado, irremediavelmente.
Os Diodos podem queimar, ou serem danificados por dois motivos: No sentido direto, por excesso de corrente e no sentido inverso, por excesso de tensão. 
Depois que a barreira de tensão é alcançada, A corrente no diodo está livre para ir ao infinito, se não houver uma carga resistiva suficiente, que possa limitar a corrente que passa pelo circuito a valores compatíveis com a capacidade especificada para o diodo. 
Como exemplo, os diodos da família 1N400X podem variar de 50V (1N4001) a 1000V (1N4007), mas todos eles suportam apenas 1A (um Ampere) de corrente direta. 
Os diodos da família MR50X podem variar de 50V (MR500) a 1000V (MR510), e todos são especificados para uma corrente máxima de 3A (3 Ampere).
Existem vários outros tipos de diodos, sem necessariamente serem dedicados a retificação de correntes. Todos eles são retificadores mas sua função principal não é a retificação. 
Diodo Zener - é um diodo que funciona como estabilizador de tensão em uma fonte de alimentação. Um diodo Zener quando colocado em uma fonte de alimentação e polarizado dentro de suas características, manterá a tensão de saída dessa fonte estabilizada dentro de um valor que faz parte de suas especificações. Há diodos Zener para várias tensões. 1N4733 (5,1V - 1W) - 1N4729A (6,8V 1W), etc.
SCR - Silicon Controlled Rectfier - Retificador Controlado de Silício - É um tipo de diodo retificador que tem uma espécie de "gatilho" (chamado Gate ou Porta) que determina quando ele vai começar a retificar. Uma corrente em seu Gate, diz ao diodo quando ele deve começar a retificação. Como é um diodo, ele também elimina um ciclo da onda senoidal de tensões AC, mas como ele pode ser comandado quando vai começar a retificar, ele pode controlar o valor da tensão saída da fonte de acordo com o circuito de controle que aciona o Gate.
Um Dimmer, desses usados para controlar a velocidade de ventiladores e aparelhos de aquecimentonada mais é que uma fonte de alimentação controlada por um potenciômetro que, controlando a ação de um SCR interno, determina o valor final da tensão na saída. 
Diodo Schottky e Diodo Túnel - São diodos ultra rápidos. Os diodos de silício só funcionam como retificadores a partir de 0,7V. Em algumas aplicações, esses valores atrapalham e usa-se esses tipos de diodos, quando precisa-se que essa tensão seja mais baixa.
Varicap - É um tipo de diodo que varia sua capacitância interna de acordo com a tensão aplicada a ele, usado em sintonizadores eletrônicos de televisão
Fotodiodo - Como o nome já diz, é um diodo controlado por luz. Se não for exposto a luz, ele funciona como um circuito aberto. Exposto a luz funciona como um diodo.
Quer saber quando um trem, em sua maquete passa por determinado ponto? Use um Fotodiodo para descobrir. Circuitos Detectores de Ocupação das linhas, podem ser implementados a partir dessa característica de um diodo.
LED - Light Emitting Diode - Diodo Emissor de Luz - Quando construíram a junção PN, observaram que além de funcionar como diodo, ela também era sensível a luz, nascendo de imediato os Fotodiodos, mas observaram também que eles podiam emitir luz e essa luz não era igual à de um filamento de uma lâmpada, mas ela vinha diretamente dos elétrons que ao mudar de nível entre suas órbitas, junto aos átomos do cristal de silício, emitiam luz em comprimentos de ondas muitos específicos. 
Existem LEDs que emitem luz no comprimento de onda da luz Vermelha, da Verde, LEDs que emitem luzes invisíveis aos nossos olhos, como o Infra Vermelho a Ultra Violeta e até mesmo o Laser. Não é a cor do invólucro do LED que determina a cor de lua luz. A cor do LED é determinada pelo comprimento de onda que seus elétrons emitem ao saltar nas órbitas de seus átomos, tanto que temos LEDs de invólucros incolores que emitem luzes coloridas.
No início, não se conseguia o LED Azul, mas com o avanço tecnológico, hoje temos LEDs Azuis e Brancos. 
De pequenos pontos coloridos, usados antigamente como pontos de sinalização, os LEDs hoje em dia já são usados como faróis de carros e na iluminação pública de ruas e em nossas casas com lâmpadas de baixo consumo, alta durabilidade e grande eficiência. 

Para completar este artigo, vamos falar agora de um outro componente semicondutor que é muito usado em nossos projetos, Os Transistores.

TRANSISTORES - Os transistores são componentes semicondutores formados, basicamente, por três cristais semicondutores, formando duas junções PN. 
Podemos ter transistores do Tipo PNP e transistores do Tipo NPN, de acordo como for formado o empilhamento dos cristais semicondutores N e P.
Ambos funcionam do mesmo jeito, o que muda é a maneira de
polarizá-los eletricamente. 
Os transistores têm três terminais denominados Coletor (C), Base (B) e Emissor (E).
Do mesmo jeito que a Válvula Eletrônica Triodo, uma pequena corrente injetada entre sua Base e Emissor (Ib), controla uma corrente de valor muito maior que circula entre seu Coletor e Emissor (Ic).
A relação entre a corrente de base (base/emissor - Ib) e a corrente entre coletor/emissor (Ic) é denominada Ganho do Transistor (hfe) e é uma característica intrínseca do transistor. 
O Transistor Bipolar funciona como um amplificador de corrente.
Uma pequena corrente na base (Ib) faz circular uma corrente bem maior entre Coletor e Emissor (Ic). 
Em um Transistor de silício, a tensão entre Base/Emissor é sempre 0,6V, (isso é intrínseco da junção PN) pois entre esses dois terminais, temos uma junção PN (ou NP se o transistor for PNP, mas sempre será uma junção PN ou 0,6V).
No desenho acima, a tensão Vb diminuída da tensão da junção Base/Emissor e dividida pela resistência RB nos dá a corrente Ib (Vb=VRb+Vbe).
Quando o transistor estiver na região de funcionamento normal (Condução), a corrente Ic, pode ser calculada da seguinte forma: Vcc diminuída da tensão Vce (tensão entre Coletor/Emissor), dividida pela resistência Rc.
Se aumentarmos Vb, aumentamos Ib e assim aumentamos Ic (Ic=Ib multiplicado por hfe), por conseguinte, diminuímos Vce, por que aumentamos a tensão em Rc (VRc=Ic multiplicado por Rc).
Se diminuirmos Vb, diminuímos Ib e do mesmo jeito, diminuímos Ic e assim aumentamos Vce, pois a tensão em Rc diminuirá (VRc=Ic multiplicado por Rc -> V=RxI (Lei de Ohm)).
Se Vb for igual a Zero, então Ib será igual a Zero e a corrente Ic também será Igual a Zero, então temos que VRc será igual a Zero multiplicado por Rc, então concluímos que Vce será igual a Vcc. Nessa situação dizemos que o Transistor está em uma Região de Corte
No extremo oposto, quando Vb for alto o suficiente para que Ic multiplicado por Rc provoque em Rc uma queda de tensão igual a Vcc (Ic multiplicado por Rc for igual ao valor de Vcc), dizemos que o Transistor está na Região de Saturação e nesse caso VRc=Vcc e Vce=0 (Zero).
Na Região de Corte (Ic=0 - Vce=Vcc) o transistor não estará conduzindo corrente e podemos dizer que o transistor funciona como uma Chave Aberta (circuito Aberto). 
Na Região de Saturação (Ic=Máximo - Vce=0 (Zero)) podemos dizer que o Transistor estará funcionando como uma Chave Fechada (circuito Fechado). 
Essas duas situações são altamente importantes pois desses dois estados é que são feitos os Circuitos Digitais, que sempre trabalham com apenas essas duas situações (Aberto/Fechado - Verdadeiro/Falso - Zero/Um). 
Podemos usar um Transistor como Chave Eletrônica para qualquer aplicação que desejarmos, fazendo com que eles sempre trabalhem nessas duas situações. 
No esquema acima e ao lado podemos ver uma aplicação para essa situação.
Na entrada denominada Digital Port, podemos ter uma chave ligada a uma fonte de alimentação qualquer, ou um circuito (digital ou analógico) que gere tensão suficiente para Saturar ou Cortar o Transistor T1, fazendo com a que a Carga ligada entre os pontos 1 e 2 do circuito, ligados ao coletor do Transistor T1, seja acionada ou desligada.
Essa carga pode ser uma Lâmpada, um LED, um Relé ou até mesmo um outro Circuito Eletrônico ou Elétrico, conforme nossas necessidades. 
O diodo D1, ligado em paralelo com a carga, (polarizado inversamente (veja que seu Catodo está ligado ao positivo da alimentação)), serve para supressão de picos de tensão espúrios se a carga entre os terminais 1 e 2 for indutiva (relés, bobinas, etc).


No circuito esquemático mostrado acima, podemos ver a aplicação prática de alguns dos componentes eletrônicos descritos até aqui nesses nossos artigos.
O circuito representa uma fonte de alimentação DC de Tensão Fixa e Regulada. A tomada de uma casa, por exemplo, fornece energia ao transformador T1 (Indutor). O transformador T1 tem dois enrolamentos (chamados de primário (ligado á tomada) e secundário (ligado ao circuito). A corrente elétrica AC, passando pelo enrolamento primário, gera um campo magnético que induz no secundário uma tensão elétrica que pode ser maior ou menor que no primário (depende da relação entre o número de espiras (voltas do fio) no primário e no secundário). O secundário desse transformador tem dois enrolamentos unidos pelo ponto central, denominado Center Tape. A onda de tensão é defasada entre os enrolamentos. Enquanto uma está no pico positivo da onda (Detalhe 01) a outra está no pico negativo (Detalhe 02) e desse modo, os diodos D1 e D2 funcionam alternadamente, pois enquanto um está polarizado diretamente (positivo no Anodo) o outro está polarizado inversamente (negativo no Anodo). 
Depois de passar pelos diodos D1 e D2, a forma de onda ficaria conforme aparece no Detalhe 03, se não houvesse a influência do capacitor C1 (Detalhe 04). 
O capacitor C1, se carrega com o valor de pico da tensão pulsante observada no Detalhe 03, mas, por seu valor bastante alto (1000 microFarad), demorará um pouco a se descarregar para o resto do circuito, mantendo a tensão em um nível perto do valor de pico, até que a onda DC pulsante atinja novamente a tensão no capacitor. Isso torna a tensão na saída do circuito retificador mais estável e linear. 
O circuito formado pelos resistor R1 e LED1 serve para sinalizar que a fonte tem tensão e está funcionando. O resistor R1 limita a corrente no LED1 a um valor compatível com a características do LED1
A partir do resistor R2, temos o que chamamos de Circuito Regulador de Tensão. O circuito formado pelo resistor R2, capacitor C2 e o diodo Zener Z1, mantem uma tensão fixa polarizando a base do Transistor Q1 (BD135 - NPN - 45V -1,5A ). 
A junção Base/Emissor do transistor Q1, forma uma junção PN (0,6V), que somada a tensão de trabalho do diodo Zener Z1 nos dá a tensão de saída fixa da Fonte de Alimentação Regulada, mostrada no esquema.
A tensão de saída é fixa pois o Zener sempre mantem uma tensão fixa entre seus terminais, não importando a corrente solicitada pelo circuito, desde que esteja dentro de suas características de funcionamento (note que o diodo Zener é polarizado inversamente para que funcione adequadamente. Se polarizado diretamente, ele funcionará como um diodo comum).
Este circuito é bem parecido com a fonte do controlador de tensão da Frateschi, que é uma Fonte de Tensão Regulada Variável, mudando apenas a polarização na base do transistor Q1, que é formada por um circuito que, através de um potenciômetro, varia a tensão aplicada na base do  transistor. 
Os capacitores C2 e C3, funcionam como filtro de tensão, ajudando ainda mais manter a tensão de saída fixa e estável.

Na figura ao lado, podemos ver as várias aparências nas quais um transistor pode nos ser apresentado. 
Atualmente a mais encontrada é a TO92, muito usada em transistores de baixa potência. A posição dos pinos Coletor, Base e Emissor varia de invólucro para invólucro. Convém consultar um manual para saber exatamente como cada um se apresenta.
Também muito conhecido é o formato TO220, usado nos controladores de velocidade da Frateschi. Nesse tipo de invólucro, existe uma aba metálica por onde o transistor pode ser fixado a algum lugar. Essa aba é sempre ligada ao coletor do transistor e temos que tomar cuidado onde ela deve ser ligada para que não haja um curto circuito e possível dano ao transistor. 
Sempre que um transistor apresentar esse ponto de fixação ele estará ligado ao coletor e isto também serve como dissipador de potência. 
Um outro formato curioso é o TO3 que parece um chapéu e aparentemente  tem apenas dois terminais. Esses dois terminais são o Emissor e a Base do Transistor de potência elevada. O Coletor é a parte metálica do invólucro do Transistor que também serve para melhor dissipar o calor gerado em seu funcionamento. Normalmente este formato é usado com dissipadores de calor e sua montagem deve ser isolada da sua base de montagem por camadas de isolantes elétricos (normalmente uma folha de mica) e pasta térmica para melhorar a condução térmica entre o transistor e sua base de montagem.
Falamos até o momento de Transistores Bipolares (PNP e NPN). 
Existem porém outros tipos de Transistores, como os Transistores de Unijunção (símbolo e diagrama de construção ao lado). 
Nos transistores de Unijunção os terminais são chamados de Emissor (E), Base 1 (B1) e Base 2 (B2).
Temos também os Field Efcect Transistores (FET - Transistor de Efeito de Campo) e os Metal Oxide Field Efect Transistores (MOSFET - Metal Oxido FET). 
Nos FETs e MOSFETs, os terminais são chamados de Gate (Porta), Drain (Dreno) e Source (Fonte).

Depois da invenção dos Transistores e seu desenvolvimento, um leque enorme de outros dispositivos semicondutores foram desenvolvidos. 
Os Amplificadores Operacionais (OP AMP), que são circuitos a base de transistores, integrados em um único invólucro, que realizam funções basicamente analógicas, como amplificadores de sinal e de controle  para circuitos analógicos. 
Temos também os Circuitos Integrados com funções
digitais (CI), os Micro Processadores e tudo mais que hoje domina o campo da eletrônica, misturando tecnologias e a cada segundo que passa, aumentando sua complexidade e funcionalidades.


Por enquanto é só, Amigos. 

Espero que tenham gostado e que o artigo acima possa lhes ser útil de alguma forma. 
As ideias aqui apresentadas são apenas a minha concepção de como podemos fazer uma estrutura mais realista para ser colocada na maquete.
Havendo alguma outra ideia a respeito de algum tópico, ou até mesmo erros sobre como abordei algum assunto, por favor escrevam-me diretamente (j.oscar03@terra.com.br) ou deixem seus comentários ao final do Blog.

Saudações


J.Oscar

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

PARA INICIANTES - UM POUQUINHO DE ELETRÔNICA/ELETRICIDADE BÁSICA - PARTE 01

 Olá Amigos!

E aqui estou, mais uma vez.

"Quem é vivo, sempre aparece". Desta vez, novamente, uma matéria para quem é mais iniciante, mas, antes de começarmos, um lembrete a todos..

A pandemia, por pior que isso seja, ainda está aí e vamos esperar que não seja por muito mais tempo e que a cada dia, o número de infectados comece a diminuir e por consequência, as mortes por causa da doença comecem também a cair. 
Enquanto isso não acontece, devemos, mais do que nunca, fazermos a nossa parte.
Quem puder, ou sempre que puder:
Fique Em Casa, junto com os seus.Só saia de casa quando for estritamente necessário. 
Use Sempre a Máscara. É incomodo, dá agonia, não podemos respirar normalmente, mas é um jeito eficaz de contribuirmos e diminuirmos a contaminação.
Use-a Máscara corretamente, tapando o nariz, a boca e as laterais do rosto. 
Higienize Suas Mãos Constantemente, lavando-as demoradamente, limpando entre os dedos e dorso da mão e até pelo menos o meio dos braços. 
Use o Álcool Gel
Dê Ajuda a Um Amigoquando, e se  for possível. Ajude alguém sempre que for possível.

Tomando essas precauções, todos teremos mais saúde e um tempo que podemos usar para fazer algo que seja útil, para nós mesmos ou para a comunidade.

Antes de ser um Ferromodelista, eu me formei eu trabalhei, por toda a minha vida profissional, como Técnico em Eletrônica (trabalhando como Técnico em Instrumentação Mecânica, Elétrica e Eletrônica em equipamentos para controle de processos industriais.
Mesmo estando aposentado há mais de 24 anos e em Eletrônica ficar sem se atualizar por um pequeno período pode ser problemático, o que restou de meus conhecimentos antigos, ainda me servem para me ajudar em minhas montagens e projetos no Hobby. 

Eu vejo muitos colegas, muito bem intencionados, falando sobre componentes eletrônicos sem realmente entenderem como esses componentes funcionam, então resolvi postar esse Blog com alguns conhecimentos de Eletrônica/Eletricidade, muito básicos, que todo mundo pode usar e entender como usar, para não errar ao usar esses componentes.

ELETRICIDADE/ELETRÔNICA - A nossa volta, as coisas tentem a estar sempre em equilíbrio, Para que alguma coisa mude no Universo, é preciso que alguma coisa cause um desequilíbrio para que haja uma reação e essa reação volte a equilibrar as coisas. 
Todo mundo escuta dizer que Sir Isaac Newton estava descansando debaixo de uma macieira, quando uma maçã caiu sobre sua cabeça e ele descobriu a Gravidade. 
A versão mais atual dessa estória é que Newton observou uma maçã cair do alto da macieira e perguntou a si mesmo porque aquilo acontecia e depois de pensar muito no assunto, promulgou a Lei da Gravitação Universal, que diz que:
"Massa atrai massa na razão direta de suas massas e na razão inversa ao quadrado da distância entre os dois corpos"
Se tudo continuasse em equilíbrio, com a maçã pendurada em seu galho e mesmo que Newton observasse aquilo por muito tempo, talvez não fosse ele a formular a tal teoria, mas aconteceu de a maçã se desprender do galho e gerar um desequilíbrio nas forças gravitacionais que existem entre a maçã e a Terra e ele pode entender que havia alguma coisa que puxava a maçã para baixo e isso acontecia também em todo o Universo. 
O mesmo acontece com a Eletricidade. Ela está presente em todos os lugares assim como a Gravidade, só que ele não se manifesta sem que haja um desequilíbrio entre as forças que atuam no sistema para que ela seja percebida ou sentida. 
Num dia de sol, céu imensamente azul, nuvens branquinhas aqui e ali e tudo permanece estável e equilibrado, mas basta que o vento aumente de velocidade, grandes massas de umidade comecem a se movimentar pelo céu gerando desequilíbrio em Campos Elétricos entre nuvens e entre as nuvens e a terra que um show de luzes e sons comecem a ocorrer com descargas elétricas imensas, de um lado para outro, que podemos também observar o que Benjamin Frankilin descreveu como sendo a Eletricidade
A Eletricidade nada mais é do que o desequilíbrio de um campo elétrico entre dois pontos, só que esse desequilíbrio, sem controle, gera grandes efeitos, sempre grandiosos, perturbadores e normalmente, destruidores. 
Como controlar isso? Inventando-se os Componentes Elétricos/Eletrônicos.
O primeiro deles é o Resistor.
Gerar campos elétricos (Diferença de Potencial = Eletricidade) entre dois pontos, por menor que seja, induz correntes elétricas imensas entre esses pontos se não houver alguma coisa entre eles que consiga controlar essa corrente e isso é a Resistência Elétrica e o Resistor é o componente elétrico/eletrônico que causa esse fenômeno, capaz de controlar essa corrente. 
Vários cientistas estudaram o fenômeno e um deles, Georg Simon Ohm, promulgou as leis que descrevem o comportamento da eletricidade  passando por um condutor, a Lei de Ohm:
"A Corrente Elétrica que percorre um condutor é proporcional a voltagem entre seus terminais"
I (corrente elétrica) = V (tensão elétrica)/R (resistência elétrica) ou V=RxI ou R=V/I
A resistência de um material condutor é medida em "Ohm" e o seu símbolo é a letra grega Ômega. 
Em Eletrônica, principalmente nos dias de hoje, quando se consegue trabalhar com valores muito pequenos de Tensão e Correntes Elétricas, os valores de resistências são expressos normalmente em milhares de Ohm (quiloOhms = kOhm) ou milhôes de Ohms (megaOhms = MOhm)
As Correntes Elétricas, expressas em Ampére (A) ou suas sub divisões miliAmpére (1/1000A) ou microAmpére (1/1000000A - 
µA) ou menores ainda como picoAmpére (pA) e nanoAmpére (nA).
A codificação dos resistores usados atualmente em Eletrônica, segue a tabela ao lado, onde uma tabela de cores é usada para identificar os valores dos resistores. 
Preto=0
Marrom=1
Vermelho=2
Laranja=3
Amarelo=4
Verde=5
Azul=6
Violeta=7
Cinza=8
Branco=9
Dourado= x1 Ohm
Prateado= x0,1 Ohm
Os resistores mais comuns têm três faixas de cores sendo que as duas primeiras dão o valor de resistência e a terceira é um multiplicador, lidos da esqda para a direita, desse modo, tomando-se como exemplo um resistor que apresente as faixas Marrom, Preta e Laranja terá uma resistência de Marrom (1), Preto (0) e Laranja (x1000) ou 10mil Ohm ou 10kOhm.
Uma quarta faixa que pode ser também Dourado ou Prateado dá a tolerância para esse valor (5 ou 10%¨).
Resistores de mais precisão podem apresentar quatro faixas de cores, sendo três para o valor, a quarta faixa para um multiplicador e ainda uma quinta faixa de tolerância, nos mesmos moldes do anterior.

Os Componentes Eletrônicos são divididos como Passivos, Reativos ou Ativos.
Os resistores se encaixam na categoria de Passivos, pois não tem polaridade e não mudam a natureza do circuito, podendo ser colocados no circuito na posição que forem necessários.

Os componente Reativos são os Capacitores e Indutores. 

Fiquemos primeiramente com os Capacitores (foto abaixo). 
Os Capacitores também conhecidos como Condensadores têm entre suas principais características a capacidade de acumular uma carga elétrica.
Um Capacitor descarregado colocado em um circuito elétrico vai acumular uma carga igual a diferença de potencial a que ele está sendo submetido no circuito. Depois de carregado, ele, se retirado do circuito, continuará carregado até que um outro circuito seja ligado a ele. 
Uma característica importante desse processo é que esse acúmulo de carga não se dá de imediato, mas demora uma certa quantidade de tempo. Essa variação de tempo, de carga e descarga, depende também de uma resistência associada ao circuito em que está o capacitor. 
Essa sua característica é muito aproveitada para criar circuitos oscilantes, de filtragem de ondas espúrias e muitos outros circuitos aplicados em eletrônica. 
Quando se constrói uma fonte de alimentação para alimentar um circuito, usa-se capacitores de grande valor para filtrar as oscilações na onda retificada, obtendo-se uma tensão estável em um valor fixo.
Dizemos que o capacitor reage a variação de tensão aplicada a ele, seja essa variação para cima ou para baixo, o capacitor sempre vai reagir a essa variação de tensão e isso causa uma variação no tempo em que a corrente circula  no circuito em relação a tensão. 
Em um circuito puramente resistivo a corrente que flui pelo circuito está sempre em sincronia com a variação de tensão, ou seja, se a tensão sobe, a corrente sobe e vice-versa. Acrescentado um capacitor ao circuito, a corrente perde essa sincronia. O capacitor atrasa a tensão entre seus terminais, em relação à corrente que circula pelo circuito. 
Dependendo de sua construção, os capacitores podem ter polaridade, então há que se tomar cuidado em como se coloca um capacitor em um circuito. 
Capacitores ditos eletrolíticos, muito usados em decoders DCC para diminuir as interferências de rodas e trilhos sujos no funcionamento das locomotivas, são do tipo eletrolíticos e se montados com a polaridade invertida, entram em curto circuito e tendem a explodir depois de algum tempo. Capacitores de tântalo, também têm restrições quanto a polaridade. Capacitores de poliéster e cerâmicos, não tem polaridade. 
A construção de uma capacitor básico é muito simples. Duas placas condutoras separadas por um material isolante (Dielétrico).
A unidade para medir Capacitância é o Farad (F) que corresponde a carga de um Coulomb (medida de energia no Sistema Internacional (SI)) quando tiver a tensão de um Volt (1V) entre suas placas. 
A capacidade de um Farad (1F) é muito grande, então em aplicações Elétrica e Eletrônicas usa-se o µF (microFarad - 1x10-6 F), ou subdivisões ainda menores como o NanoFarad (nF) e o picoFarad (pF)
A nomenclatura NanoFarad (nF) também pode ser encontrada como kpF, ou seja, 1kpF= 1000pF.


Chegamos agora aos Indutores.
Os Indutores são as Bobinas, Enrolamentos, Transformadores, Motores e tudo em que um ou mais  fios deem algumas voltas em torno de um corpo qualquer, ligados a um circuito.
Assim como os capacitores, os Indutores são também chamados de Reativos pois eles interferem no modo que a corrente e a tensão se comportam dentro de um circuito em que eles estejam presentes.
Enquanto os Capacitores reagem às variações de tensão em um circuito, os Indutores reagem a variação de corrente. Eles não gostam de correntes elétricas variando entre seus terminais. 
Por essas características dos Indutores, conseguimos criar os Transformadores, os Motores, sintonizar Rádios e Televisões, Celulares, Geradores e uma série de equipamentos Elétricos e Eletrônicos, sem os quais, nossas vidas atuais seriam impossíveis. 
No nosso ramo de atividade, os indutores são encontrados nos motores das locomotivas, na bobinas dos nossos desvios, nos detectores de localização em nossas maquetes, nas fontes de alimentação dos  nossos circuitos, enfim uma série de aplicações que em muitas vezes não nos damos conta que eles estão lá.
Juntamente com os indutores, surge a ideia de Campo Magnético.
Campo Magnético e Indutores estão intimamente ligados entre si e um não vive sem o outro. É através do campo magnético que o indutor se manifesta. 
Campos Magnéticos, Indutores e Corrente Elétrica, dependendo do modo com que são formulados e estruturados geram Forças que podem gerar movimentos físicos e daí temos os Motores, Geradores e Transformadores
Uma corrente elétrica passando por um indutor, gera um campo magnético e se passarmos um indutor por um campo magnético, geramos corrente elétrica e é assim que chegamos aos Transformadores, os Motores e os Geradores Elétricos.
Os motores das nossas locomotivas, as bobinas que acionam os desvios em nossas maquetes, os transformadores que fazem as fontes de alimentação nos nossos controladores DC e DCC, os transformadores de corrente que vamos usar em nossos detectores de ocupação, são exemples de uso indutores no Ferromodelismo.

Nessa primeira parte desse artigo, tentei apresentar-lhes os componentes Eletro/Eletrônicos mais simples, que podemos usar no Ferromodelismo. 
Em um próximo artigo vamos continuar explorando outros componentes.

Por enquanto é só, Amigos. 

Espero que tenham gostado e que o artigo acima possa lhes ser útil de alguma forma. 
As ideias aqui apresentadas são apenas a minha concepção de como podemos fazer uma estrutura mais realista para ser colocada na maquete.
Havendo alguma outra ideia a respeito de algum tópico, ou até mesmo erros sobre como abordei algum assunto, por favor escrevam-me diretamente (j.oscar03@terra.com.br) ou deixem seus comentários ao final do Blog.


Saudações


J.Oscar

sábado, 7 de agosto de 2021

PARA INICIANTES - POR DENTRO DA CARCAÇA DAS LOCOMOTIVAS FRATESCHI

Olá Amigos!

E aqui estou, mais uma vez.

"Quem é vivo, sempre aparece". Desta vez, uma matéria para quem é mais iniciante, mas, antes de começarmos, um lembrete a todos..

A pandemia, por pior que isso seja, ainda está aí e vamos esperar que não seja por muito mais tempo e que a cada dia, o número de infectados comece a diminuir e por consequência, as mortes por causa da doença comecem também a cair. 
Enquanto isso não acontece, devemos, mais do que nunca, fazermos a nossa parte.
Quem puder, ou sempre que puder:
Fique Em Casa, junto com os seus.Só saia de casa quando for estritamente necessário. 
Use Sempre a Máscara. É incomodo, dá agonia, não podemos respirar normalmente, mas é um jeito eficaz de contribuirmos e diminuirmos a contaminação.
Use-a Máscara corretamente, tapando o nariz, a boca e as laterais do rosto. 
Higienize Suas Mãos Constantemente, lavando-as demoradamente, limpando entre os dedos e dorso da mão e até pelo menos o meio dos braços. 
Use o Álcool Gel
Dê Ajuda a Um Amigo, quando, e se  for possível. Ajude alguém sempre que for possível.

Tomando essas precauções, todos teremos mais saúde e um tempo que podemos usar para fazer algo que seja útil, para nós mesmos ou para a comunidade.

Falando em ajudar um Amigo, dia desses, no Facebook, alguém colocou uma postagem a respeito de uma locomotiva U-20C, da Frateschi que, depois de muito tempo de funcionamento normal, resolveu dar problemas e o Amigo queria conselhos de como proceder para tentar resolver o problema.
Aparentemente, era problemas no motor ou algum outro problema nos redutores de velocidade que podiam estar travando já que a locomotiva, além de andar mal, também fazia barulhos estranhos.
Muita gente se prontificou a ajudar e colocou outras postagens de como proceder para tentar resolver o problema, mas o nosso Amigo, ainda bastante inexperiente, dizia que temia não conseguir, pois nem desmontar a locomotiva, ele tinha convicção de que conseguiria.
Eu mesmo coloquei uma extensa postagem tentando ajudar, mas sempre falta alguma coisa e só palavras, muitas vezes não resolve o problema.
Então resolvi fazer mais este Blog, agora com algumas imagens, e tentar dar mais subsídios ao Amigo de como resolver o problema. 

A Locomotiva U 20-C

Eis então a locomotiva U-20-C da Frateschi. 
Note o pequeno retângulo preto, bem abaixo do logotipo da empresa ferroviária. É neste ponto que o chassis pode ser separado da carcaça, bastando, com os dedos ou com uma pequena chave de fendas, afastar a carcaça do chassis que ele se desprenderá da carcaça.

O Chassis - Nas figuras ao lado, vemos dois chassis típicos da Frateschi, já sem a carcaça. 
Notem a diferença entre os dois modelos. 
No de cima, já mais moderno, uma placa de circuito impresso, com resistores, está sobre o motor e na figura de baixo, mais antigo, sobre o motor, existem dois arames

metálicos que, 
fazem o papel da placa de circuito impresso do primeiro. O suporte do motor é diferente para cada um dos dois modelos.
No primeiro, pinos plásticos são inseridos em furos na placa de circuito impresso e no segundo, os arames são inseridos em sulcos no suporte do motor.

O Suporte do Motor
- Como podemos ver nas figuras acima, existem pelo menos dois tipos de suporte de motor para as locomotivas Frateschi, mais modernas. Uma para locomotivas com o sistema antigo de conexão elétrica, com arames, e outro para o tipo mais moderno com pinos que encaixam na placa de circuito impresso. 
Ao lado, podemos ver tipo mais moderno. Em ambos o encaixe do motor se dá da mesma maneira, duas protuberâncias circulares na extremidades do motor, junto ao eixo de rotação, encaixam em dois círculos no suporte do motor.
Na parte de baixo da figura, vemos duas linguetas de cada lado do suporte e essas linguetas encaixam em dois ressaltos que existem no contra peso da locomotiva, junto ao tanque de combustível no chassis.
Essas linguetas atuam como molas que dão uma certa suavidade ao funcionamento da locomotiva.
Em modelos mais antigos, sobre essas linguetas encaixavam-se no chassis, duas presilhas plásticas que davam mais rigidez ao conjunto chassis/motor.
Note que o modelo acima, é do tipo que tem os pinos para encaixar nos furos da placa de circuito impresso.

O Motor - Abaixo, podemos ver o motor que, já há bastante tempo, equipa os modelos mais modernos das locomotivas Frateschi. 

É um motor de três polos, DC, com imã permanente de ferrite, de baixo consumo, mas que dá às locomotivas Frateschi o torque suficiente para um bom funcionamento. 
Os dois cilindros de latão em seu eixo são os "Fly Weels" ou "Volantes de Inércia", que dão mais suavidade ao acelerar e desacelerar do motor. 
O motor mais antigo das locomotivas Frateschi, bem maior e com consumo muito mais alto, permitia que fossem trocadas as escovas do rotor, mas esse, mais moderno,  não tem como trocá-las já que são montadas rigidamente ao suporte plástico que fecha a carcaça do motor. Gastou as escovas, troca-se o motor inteiro.
Na parte de cima, no suporte plástico, podemos ver os dois contatos de alimentação do motor e junto a eles dois furos quadrados, na carcaça metálica por onde pode-se ter uma ideia do estado do motor, se observarmos muito centelhamento dentro do motor, é sinal que algo de ruim está acontecendo com ele e pode ser necessário a troca do motor. 
Nunca se pode/deve lubrificar o interior do motor por esses buraquinhos. O máximo que se pode fazer e aplicar gotículas de óleo lubrificante ao eixo do motor, pelo lado de fora, junto aos mancais do eixo, mas tomando-se o cuidado de não exagerar pois se esse óleo chegar ao coletor do rotor o dano pode ser irreparável, já que não se pode abrir o motor para limpá-lo. 
Motor esquentando muito, com trepidação, rotação instável e centelhando muito acentuado internamente é sinal que o motor já deu o que tinha que dar e é necessária uma troca do mesmo.
Mesmo que o motor pareça estar rodando bem sem carga, ou seja, sem nada ligado a ele, pode ser que ao ser aplicada carga seu funcionamento volte a ser errático, então sempre que for testar o motor, teste ele também com carga para ver se o funcionamento está bom nos dois modos.

O Redutor de Velocidade - Na figura abaixo podemos ver um redutor de velocidade para truques de três eixos que equipam as locomotivas Frateschi. 

Os motores usados em modelos de locomotivas têm um alto giro de rotação e usá-lo diretamente nos eixos das locomotivas não seria apropriado, então é necessário uma caixa de engrenagens, com um mecanismo de redução de velocidade do giro do motor para um funcionamento adequado. Quem faz isso é o Redutor de Velocidade. 
Dentro dos redutores, um conjunto formado por um eixo sem fim e diversas engrenagens, reduz a velocidade de giro, aumentando o torque, além de distribuir esse torque aos vários eixos de rotação dos truques.
As locomotivas da Frateschi têm tração em todos os eixos que compõem os truques.
Externamente aos redutores, também vão acoplados aos 
acabamentos dos truques, representando o sistema de suspensão e  freios nos truques de uma locomotiva.
Ao lado vemos a foto de um truque modificado/adaptado para uma locomotiva de quatro eixos aberto, mostrando o sistema de engrenagens interno.
Na torre central (da figura ao lado e na figura acima), um eixo sem fim acopla o motor ao sistema de engrenagens que distribui o movimento de rotação a todos os eixos do redutor. Todos os eixos devem rodar com a mesma velocidade, mas as engrenagem têm diversos tamanhos e posicionamentos adequados para que a rotação dos eixos seja sempre idêntica então, ao desmontar um redutor, preste muita atenção ao local onde as diversas engrenagens são colocadas para que não haja erro depois na rotação dos eixos.
Por menor que seja, qualquer detrito que se aloje entre os dente de uma dessas engrenagens, já prejudica e muito o funcionamento do redutor. Um grão muito pequeno de areia, ou de alguma substância mais dura se entrar entre os dentes de uma engrenagem pode fazer com que essa engrenagem trave ou se o dente conseguir passar por essa região, ser danificado e fazer com que o movimento fique com barulhos repetitivos, ou estalos a cada rotação do rodeiro. Ao limpá-las, use produtos que não deixem resíduos ou soltem pelos que possam se alojar entre as engrenagens.

Abrindo o Redutor de Velocidade - Os redutores de velocidade mais modernos da Frateschi têm em seu topo um lingueta tipo presilha que trava o fechamento do redutor. Na parte de baixo, o acabamento do truque, se responsabiliza por manter o redutor fechado. 

O redutor moderno é totalmente fechado, ao contrário dos mais antigos, em que a parte de baixo do mesmo era totalmente aberta, o que por um lado, facilitava a lubrificação, mas por outro, permitia que o truque aspirasse todo tipo de detrito que houvesse sobre os trilhos na maquete, que junto com a graxa usada na lubrificação, formava uma massa pegajosa que com o tempo atrapalhava o movimento dos eixos.  
Com o fechamento do truque esse problema foi solucionado, mas gerou um outro. Agora não se pode mais ter acesso às engrenagens sem desmontar o redutor. Por isso foi acrescentado um pequeno furo na lateral da torre por onde se pode introduzir uma agulha com lubrificante e despejar dentro dele o lubrificante.
Se houver a necessidade de limpar a lubrificação para colocar outra mais limpa, é necessário abrir o redutor e para isso, temos que retirar o acabamento e soltar a lingueta no topo da torre, mas antes disso, é necessário retirar os rodeiros.

Acima vemos um chassis de locomotiva Frateschi onde temos o suporte do motor, duas presilha para fixação do suporte do motor e os furos para encaixe dos redutores de velocidade. 
Como mostrado na figura anterior, no redutor existe uma protuberância que se projeta para a frente do redutor. Em baixo dessa protuberância, existe um pino plástico que se encaixa nos furos existente no chassis formando um pivot que permite o giro do redutor. 
Sobre essa protuberância, fica o eixo do Sem Fim em cujo receptáculo é encaixado o eixo de acoplamento com o motor (Ver figura mais acima). 
Para a retirada do redutor, precisamos forçar  o redutor para baixo. A protuberância tem uma certa flexibilidade, o suficiente para que o pino do pivot, saia do orifício do chassis e em seguida devemos puxá-lo para trás, o que livra definitivamente o pivot do furo no chassis. 
Com o pivot fora do orifício no chassis, os eixos de acoplamento com o motor podem ser facilmente retirados de seus receptáculos.
A parte posterior da torre do sem fim, vai encostar no final da abertura no chassis e ainda não vai liberar totalmente a protuberância sobre o pino pivot, mas basta girar um pouco o redutor que a protuberância vai passar facilmente pelo canto quadrado da abertura no chassis.
Cada modelo de locomotiva da Frateschi tem um formato e tamanho diferente, mas basicamente vamos encontrar esses mesmos detalhes em todos eles, independente dos modelos das locomotivas.

Acima, temos uma imagem de um chassis completamente montado de uma locomotiva Frateschi de 3 eixos.
Como descrito no texto, podemos encontrar os dois redutores de velocidade, com seus respectivos acabamentos dos truques, os dois eixos cardan, os dois Fly Wheels, o suporte do motor e os dois arames de montagem do circuito elétrico da locomotiva.
O chassis plástico é uma peça única, onde todos os demais componentes que completam a parte mecânica da locomotiva estão montados.
Separando-se a carcaça do chassis, todas as demais peças mecânicas da locomotiva estarão presas aos chassis, assim como todas as peças que compõem a parte elétrica da locomotiva. 
No exemplo acima, a parte elétrica é composta por duas barras metálicas, que fazem a ligação elétrica dos demais componentes. Nas locomotivas mais modernas, essa montagem foi substituída por uma placa de circuito impresso, alojada sobre o suporte do motor.

Para terminarmos, vamos a uma vista da placa de circuito elétrico que as locomotivas mais modernas da Frateschi trazem.
Na placa elétrica das locomotivas Fratecschi mostrada ao lado, podemos ver nas duas pontas, os contatos para ligação dos fios que trazem energia dos trilhos e entre eles, os dois contatos onde são ligados os LEDs para os faróis das locomotivas.
No centro da placa podemos ver o resistor de proteção para os LEDs. A Frateschi, nessa montagem, usa apenas um resistor para os dois LEDs, então, como eles acendem conforme a direção da locomotiva, eles são montados de modo invertido para cada um dos lados. 
Um pouco mais abaixo do centro da placa, temos os dois pontos onde são ligados os fios que alimentam o motor da locomotiva. Não há indicação de polaridade do motor então, se após a ligação do motor, a locomotiva andar com o sentido inverso, basta inverter a ligação  desses dois fios que ela voltará a andar na direção correta. 

Por enquanto é só, Amigos. 

Espero que tenham gostado e que o artigo acima possa lhes ser útil de alguma forma. 
As ideias aqui apresentadas são apenas a minha concepção de como podemos fazer uma estrutura mais realista para ser colocada na maquete.
Havendo alguma outra ideia a respeito de algum tópico, ou até mesmo erros sobre como abordei algum assunto, por favor escrevam-me diretamente (j.oscar03@terra.com.br) ou deixem seus comentários ao final do Blog.


Saudações


J.Oscar