sábado, 4 de abril de 2015

DEZ DICAS PARA AJUDAR OS INICIANTES A MANTER OS TRILHOS FUNCIONANDO

Olá Amigos!

Quando ainda editava minha Revista O TRUQUE, de vez em quando eu traduzia alguns artigos interessantes que encontrava nas revistas de Ferromodelismo estrangeiras. Eram artigos que normalmente dirigidos aos iniciantes, mas também traduzi alguns outros, de interesse dos mais avançados no hobby.
O artigo que hoje apresento, é novamente dirigido aos iniciantes, ou mesmo àqueles que tentam se iniciar no Ferromodelismo, mas serve também para os que já se iniciaram.
Este artigo foi publicado na edição de Dezembro de 2011 na Revista Model Railroader, na sessão WorkshopTips, de autoria de Jim Hediger.
Então, vamos lá!

10 DICAS PARA AJUDAR OS INICIANTES A MANTEREM OS TRILHOS FUNCIONANDO
 
Comparação de escalas. Este exemplo de tamanho, mostra que cada uma dessas escalas mais comuns, têm cerca de metade do tamanho da escala mais próxima. As locomotivas mostradas aqui, são as escalas N (1:160), HO (1:87,1) e O (1:48). Foto por Jim Forbes
 
Festas Natalinas marcam a época do ano quando os iniciantes entram no Ferromodelismo e começam a ler a revista Model Railroader, mais do que em outro tempo. Por fim, um novo trem rodando em volta da árvore de Natal é tão tradicional quanto a torta de maçã da mamãe, nesta época do ano.
Iniciantes, naturalmente têm muitas perguntas e por isso que eu recolhi algumas dicas para responder as perguntas mais comuns que tenho recebido ao longo dos anos.
 
1. Antes de começar, você precisa pensar sobre o espaço físico ou escala, dos trens que interessam a você. As escala mais populares são a HO (1/87,1), N (1/160) e O (1/48), que é equivalente aos trens de brinquedo da Lionel. Escalas grandes também são populares. Elas chegam como uma mistura de escalas, desde a 1/22,5 até 1/32, mass compartilham a mesma bitola de trilho de 45mm.
A relação entre as escalas mais populares pode ser viata na foto acima. esta escolha determina o espaço que será requerido para a construção de uma maquete.
 
2. Qualidade é importante quando você compre modelos de trens. Olhe para bons valores e verifique o range completo de produtos disponíveis. Você recebe o que você paga, então seja cético quanto a um conjunto de trens vendidos pela metade do preço de uma boa locomotiva . O trem de melhor qualidade será mais caro, mas ele te dará melhor performance e vai durar por mais tempo.
 
3. Um pouco de leitura te dará ajuda de muitos experts no hobby. A Kalmbach Books (editora da revista) publica uma extensa biblioteca de livros de ajuda no Ferromodelismo que cobre um grande aspecto do hobby, incluindo livros de traçados de maquetes, e construção de tablados, assentamento de trilhos, fiação e decoração. Um grupo de livros são especializados para iniciantes. Explicação sobre todos os livros, podem se encontradas no nosso web-site www.kalmbachbooks.com.
 
4. Situar-se em uma época e lugar desde cedo, te ajudará a escolher os trens e modelos relacionados que voc~e realmente deseja. Muitos modelistas t~em uma ferrovia favorita que ele gostava devido a uma conexão familiar ou que ele simplesmente gotava do e seu esquema de cores.
 
5. Siga as Normas da NMRA (National Model Railroad Association - USA) para melhores resultados. A NMRA foi criada para estabelecer normas de engenharia para que trens de vários fabricantes pudessem ser intercambiáveis. A mais visível dessas normas é o gabarito da NMRA em metal que é oferecido em várias escalas (veja o site em www.nmra.org). Este gabarito é usado para checar e ajustar as dimensões de linhas, desvios, rodeiros e engates.
Apesar de o hobby nunca ter desenvolvido um verdadeiro engate padrão, o engate magnético fabricado pela Kadee (HO e grandes escalas) e da Micro-Trains (N e escalas menores)veio a ser de fato o engate padrão popular. Em muitos casos estes engates podem ser adquiridios separadamente. Felizmente as duas firmas oferecem um vasto range de conjuntos de engates especiais para fácil instalação em quase todos os carros ou locomotivas.
Como as patentes da Kadee caducaram, muitos clones dos engates delas apareceram no mercado e estão disponíveis e aparecem em modelos já montados ou prontos para usar.
 
6. Digital Command Control (DCC) é um sistema eletrônico que permite controle simultâneo e independente de vários trene em uma mesma linha. Cada locomotiva tem um receptor interno chamado DCCODER que responde apenas a comandos operacionais a partir de uma "cabine de controle" eletronicamente ligada a ele. Então várias locomotivas podem operar em um único trecho de linha em uma maquete.
Muito fabricantes oferecem sistemas DCC que são mais flexíveis e expansíveis que os sistemas de corrente contínua (DC), controles de potência, e sistemas de blocos. Muitos modelistas veteranos continuam usando o sistema DC, mas ao longo do tempo, o custo dos dois sistemas serão comparáveis: DCC usa menos componentes, porém são mais caros, enquanto que os sistema DC usam mais componentes de baixo custo que são comprados mais facilmente.
 
7. Começar uma Maquete é quando realmente a diversão começa. Muitos modelistas começam com um tablado pequeno (os americanos com 4x8pés e nós brasileiros com o 2,20x1,10m), já que lá é o tamanho mais comum de uma chapa de madeira compensada. A revista Model Railroaders edição de Fevereiro de 2011 está dirigida a uma maquete com essas dimensões (edições antigas estavam disponíveis na época). Tenha em mente que espessuras de 1/2pol (12,2cm) para as chapas de compensado funcionarão bem para uma maquete inicial. Parafusos e colas são recomendadas como fixadores.
Compensado com qualidades AC ou BC (NR - graduação americana. No nosso caso, exijam compensado Naval), são boas escolhas para nossos propósitos. Um lado da chapa é liso e o outro lado tem uma superfície com defeitos, fechados com plugs (peças de madeira). Ambos os lados são lixados e lisos.
Use madeira de qualidade para pés e braçagens, já que é menos provável que empenem e entortem ao longo do tempo.
 

Ângulos de desvios. Desvios em escala divergem muito em relação as curvas fechadas de um trem de brinquedo. Repare a diferença no comprimento entre esses típicos desvios em escala HO, o #4 (âgulo de 1:4) e #6 (ângulo 1:6).
(NR) Desvios americanos não são medidos em Graus como os fabricados pela Frateschi e os do mercado europeu. Eles usam uma relação entre o comprimento da linha reta na saída do desvio (depois do "Frog - Diamante) e o comprimento do afastamento da linha divergente (curva) no final do mesmo.
Um desvio #6 significa que a linha reta tem seis unidades de medida e a linha divergente se afasta dessa em uma unidade de medida.
Em desvios dentro das normas da NMRA, a linha de saída do desvio é reta e não em curva, como vemos nos desvios Frateschi e para o mercado europeu.
 
8. Use curvas generosas sempre que possível. Muitos conjuntos de trens (caixas básicas) vêm com curvas de raios apertados para uso com vagões curtos, pequenas locomotivas a vapor e locomotivas diesel de dois eixos por truque. A curvas de raios grandes não forçam em seus limites mecânicos, então eles rodam mais suaves.
Muitos desvios em escala (AMV) ligam uma linha reta em um ângulo em vez da curva acentuada encontrado em um trem de brinquedo. Desvios em escala são especificado por um número que indica o ângulo divergente. um desvio #6 tem uma razão de 1:6 e um desvios #4 tem uma razão mais apertada de 1:4. Veja a foto acima. Do mesmo jeito que uma curva grande, desvios com números altos, trabalharão melhor com carros de locomotivas grandes.
 
9. Tente fazer o cenário depois que você tiver os trilhos colocados e as ligações elétricas feitas. Mesmo que a melhor parte seja fazer o cenário, você não vai gostar de ter que refazê-lo, por causa de alguma modificação no traçado ou na parte elétrica.
 
10. Use seu tempo conforme a maquete toma forma. Isso não é uma corrida. Construir uma ferrovia em escala toma tempo e esforço e fazendo um trabalho de qualidade, você gastará menos em operação e descarrilamentos. Quando eu comecei minha carreira como Ferromodelista perto de 40 anos atrás, o editor(a) Linn Westcott me disse "Não tenha medo de tentar alguma coisa porque ela parece que não funcionará, você estará sempre aprendendo com a experiência".
Divirtam-se!
Jim Hediger (editor sênior)
 
Na próxima postagem, também teremos um artigo traduzido dessa mesma edição da revista, dessa vez dirigido aos iniciantes no sistema DCC, aguardem.
 
Saudações
 
J.Oscar

segunda-feira, 30 de março de 2015

QUE APARELHO DE CONTROLE DCC DEVO USAR EM MINHA MAQUETE?

Olá Amigos!
 
Dia desses, respondendo a uma postagem no meu Facebook, alguém postou uma resposta agradecendo pela “Aula” que dei sobre um assunto. Na verdade, não é uma questão de dar aula ou não, é simplesmente colocar os fatos corretos para que todos possam usufruir da informação, principalmente aqueles que ainda estão iniciando no assunto.
Quem conhece o assunto, nem ligaria para o que eu falei, mas aqueles que estão iniciando precisam ter a informação correta para que possam iniciar-se no assunto cometendo menos erros ou não cometendo erros e para isso é necessário ter informação.
O assunto era sobre o uso ou não do controlador DCC da Bachmann, o mais simples, não o Wireless (Dynamis).
Ele é um controlador para iniciantes, para quem ainda não tem muito conhecimento do sistema DCC, mas quer ter em sua maquete um controle desse tipo.
Até pouco tempo atrás, ao se comprar um aparelho desses, vinha junto uma locomotiva da mesma marca já adaptada ao sistema DCC. O próprio sistema da Bachmann Dynamis (mais sofisticado), também tinha essa oferta.
 
Foto obtida na Internet
 
O sistema é simples e funciona diretamente com até nove locomotivas equipadas com DCC programadas no controlador, mas a fonte de alimentação não permite mais de duas locomotivas ligadas ao mesmo tempo, já que sua capacidade de corrente é baixa. Mesmo nos sistemas mais sofisticados a quantidade de locomotivas que podem ser arquivadas no aparelho e a quantidade de locomotivas que podem rodar ao mesmo tempo na maquete são diferentes e sempre vai depender da fonte de alimentação com a qual o controle está sendo alimentado. Não se cria energia. A fonte sempre vai ter que ter capacidade de alimentar um determinado número de unidades e não mais que isso se não quiser ter problemas. Por isso, é que muitos fabricantes de controles DCC oferecem “Boosters” para ser ligados à maquetes muito grandes ou com grande número de operadores e linhas diferentes.
No sistema Bachmann E-Z Command, quando se quer operar a locomotiva com nº1, aperte o Botão1 e ela vai ser operada, quer a nº2, aperte o botão dois e assim por diante. Com duas locomotivas selecionadas em seguida, a primeira locomotiva passa a operar na última velocidade selecionada e a segunda, passa ser controlada pelo botão de controle do aparelho, até que novamente se selecione a locomotiva anterior. Isso é assim em qualquer aparelho, de qualquer marca ou fabricante, mas em controles mais sofisticados é possível acrescentar controles adicionais para que cada um deles controle uma locomotiva diferente sem que um controle interfira no funcionamento da outra. É isso e essas funções adicionais que encarecem cada sistema, mas o básico tem em qualquer um deles.
O botão 10 do controlador Bachmann E-Z Command tem uma função especial. Com ele pode-se selecionar uma locomotiva DC (analógica), de acordo com o manual e operá-la como em uma maquete DC. Os passos de como fazer isso estão descritos no manual e seguindo-os, tudo funcionará como deve.
Uma maquete pequena, dificilmente poderá comportar mais de nove locomotivas ao mesmo tempo. Uma só pessoa operando não poderá operar nada acima de duas locomotivas ao mesmo tempo (é muito difícil não fazer besteira com duas locomotivas andando na mesma linha).
No entanto, dentro de determinadas condições, coloque a mais sofisticada locomotiva equipada com o mais sofisticado decoder para funcionar em uma maquete equipada com esse controle simples da Bachmann e ela vai funcionar perfeitamente nas funções básicas, como luz, som, motor (para frente/para trás) e se houver um problema qualquer, é só apertar o botão vermelho que o sistema todo para.
Se a pessoa antes de entrar no sistema DCC já pensa em adaptar locomotivas, programar locomotivas, mudar endereços, calibrar parâmetros (CVs) e fazer uma operação sofisticada de uma maquete grande com vários operadores e daí por diante, esse controlador já não é adequado e ele deve partir para outra marca, ou mesmo dessa marca, mas com mais sofisticação.
Compre um MRC, ou um NCE ou o Digitraxx ou outra marca qualquer, mas antes se deve saber realmente o que se quer para não gastar dinheiro em uma coisa que pode ser desnecessária.
A propaganda diz que o sistema DCC veio para simplificar as coisas, mas não é bem assim que a banda toca. Simplifica até certo ponto, mas, a partir de um determinado padrão as coisas começam a ficar complicadas e caras, começando até pela construção da maquete, na qual determinadas peças, se não forem as mais simples e adequadas, podem não funcionar plenamente nos dois sistemas. Determinados tipos de desvios tem um esquema de ligação diferente dos normais, como os da Frateschi, por exemplo, em uma maquete DC e, mais diferentes ainda se forem usados em um sistema DCC.
Uma pera de reversão, uma coisa muito simples de implementar em uma maquete DC, precisa de um circuito especial para que funcione em DCC. Alguns fabricantes fazem esse circuito simples, tipo Plug and Play, mas outros para a mesma função, já tem circuitos mais sofisticados e bem mais caros que o do concorrente. A cada dia surgem novos circuitos, placas de funções, protetores de circuitos, detectores de ocupação, sistemas de sinalização, placas controladores de acessórios e acompanhar todo esse desenvolvimento requer muita pesquisa e não é todo mundo que está consciente dessa transformação. Muitas dessas informações estão em línguas diferentes da nossa e ficar a par de tudo que acontece merece dedicação.
Dia desses, lendo uma revista da Model Railroader antiga, de Novembro de 2011, fiquei sabendo que a Digitraxx fabrica um decoder só de funções, um decoder que não tem controle para motor e tão somente controla luzes, ou o que você ligar em seus terminais, desde que dentro das características dessas saídas. O autor do artigo usa o decoder para controlar luzes de um sistema de sinalização que ele está instalando em sua maquete, muito provavelmente uma função que a Digitraxx não pensou em ser feita com o decoder que ela colocou no mercado. Como se pode ver, é preciso estar sempre se informando, se não, perdemos o bonde da história.
É preciso saber o que se quer fazer e até onde se quer chegar antes de investir em um sistema DCC e com esses dados adaptar-se ao padrão que esse desejo envolve.
Cada fabricante tem seu método de implementar a mesma coisa, porém no sistema DCC homologado para funcionar no sistema americano (NMRA), mesmo que por maneiras diferentes os resultados têm que ser os mesmos e funcionar em qualquer sistema.
O texto que publiquei com algumas diferenças em relação a este ficou muito grande, então resolvi colocá-lo neste Blog e, se possível abranger mais pessoas quando este blog ficar mais interessante para todos.
Aos que o lerem aqui, espero que gostem.
 
Até a próxima postagem
 
Saudações
 
J.Oscar