segunda-feira, 30 de março de 2015

QUE APARELHO DE CONTROLE DCC DEVO USAR EM MINHA MAQUETE?

Olá Amigos!
 
Dia desses, respondendo a uma postagem no meu Facebook, alguém postou uma resposta agradecendo pela “Aula” que dei sobre um assunto. Na verdade, não é uma questão de dar aula ou não, é simplesmente colocar os fatos corretos para que todos possam usufruir da informação, principalmente aqueles que ainda estão iniciando no assunto.
Quem conhece o assunto, nem ligaria para o que eu falei, mas aqueles que estão iniciando precisam ter a informação correta para que possam iniciar-se no assunto cometendo menos erros ou não cometendo erros e para isso é necessário ter informação.
O assunto era sobre o uso ou não do controlador DCC da Bachmann, o mais simples, não o Wireless (Dynamis).
Ele é um controlador para iniciantes, para quem ainda não tem muito conhecimento do sistema DCC, mas quer ter em sua maquete um controle desse tipo.
Até pouco tempo atrás, ao se comprar um aparelho desses, vinha junto uma locomotiva da mesma marca já adaptada ao sistema DCC. O próprio sistema da Bachmann Dynamis (mais sofisticado), também tinha essa oferta.
 
Foto obtida na Internet
 
O sistema é simples e funciona diretamente com até nove locomotivas equipadas com DCC programadas no controlador, mas a fonte de alimentação não permite mais de duas locomotivas ligadas ao mesmo tempo, já que sua capacidade de corrente é baixa. Mesmo nos sistemas mais sofisticados a quantidade de locomotivas que podem ser arquivadas no aparelho e a quantidade de locomotivas que podem rodar ao mesmo tempo na maquete são diferentes e sempre vai depender da fonte de alimentação com a qual o controle está sendo alimentado. Não se cria energia. A fonte sempre vai ter que ter capacidade de alimentar um determinado número de unidades e não mais que isso se não quiser ter problemas. Por isso, é que muitos fabricantes de controles DCC oferecem “Boosters” para ser ligados à maquetes muito grandes ou com grande número de operadores e linhas diferentes.
No sistema Bachmann E-Z Command, quando se quer operar a locomotiva com nº1, aperte o Botão1 e ela vai ser operada, quer a nº2, aperte o botão dois e assim por diante. Com duas locomotivas selecionadas em seguida, a primeira locomotiva passa a operar na última velocidade selecionada e a segunda, passa ser controlada pelo botão de controle do aparelho, até que novamente se selecione a locomotiva anterior. Isso é assim em qualquer aparelho, de qualquer marca ou fabricante, mas em controles mais sofisticados é possível acrescentar controles adicionais para que cada um deles controle uma locomotiva diferente sem que um controle interfira no funcionamento da outra. É isso e essas funções adicionais que encarecem cada sistema, mas o básico tem em qualquer um deles.
O botão 10 do controlador Bachmann E-Z Command tem uma função especial. Com ele pode-se selecionar uma locomotiva DC (analógica), de acordo com o manual e operá-la como em uma maquete DC. Os passos de como fazer isso estão descritos no manual e seguindo-os, tudo funcionará como deve.
Uma maquete pequena, dificilmente poderá comportar mais de nove locomotivas ao mesmo tempo. Uma só pessoa operando não poderá operar nada acima de duas locomotivas ao mesmo tempo (é muito difícil não fazer besteira com duas locomotivas andando na mesma linha).
No entanto, dentro de determinadas condições, coloque a mais sofisticada locomotiva equipada com o mais sofisticado decoder para funcionar em uma maquete equipada com esse controle simples da Bachmann e ela vai funcionar perfeitamente nas funções básicas, como luz, som, motor (para frente/para trás) e se houver um problema qualquer, é só apertar o botão vermelho que o sistema todo para.
Se a pessoa antes de entrar no sistema DCC já pensa em adaptar locomotivas, programar locomotivas, mudar endereços, calibrar parâmetros (CVs) e fazer uma operação sofisticada de uma maquete grande com vários operadores e daí por diante, esse controlador já não é adequado e ele deve partir para outra marca, ou mesmo dessa marca, mas com mais sofisticação.
Compre um MRC, ou um NCE ou o Digitraxx ou outra marca qualquer, mas antes se deve saber realmente o que se quer para não gastar dinheiro em uma coisa que pode ser desnecessária.
A propaganda diz que o sistema DCC veio para simplificar as coisas, mas não é bem assim que a banda toca. Simplifica até certo ponto, mas, a partir de um determinado padrão as coisas começam a ficar complicadas e caras, começando até pela construção da maquete, na qual determinadas peças, se não forem as mais simples e adequadas, podem não funcionar plenamente nos dois sistemas. Determinados tipos de desvios tem um esquema de ligação diferente dos normais, como os da Frateschi, por exemplo, em uma maquete DC e, mais diferentes ainda se forem usados em um sistema DCC.
Uma pera de reversão, uma coisa muito simples de implementar em uma maquete DC, precisa de um circuito especial para que funcione em DCC. Alguns fabricantes fazem esse circuito simples, tipo Plug and Play, mas outros para a mesma função, já tem circuitos mais sofisticados e bem mais caros que o do concorrente. A cada dia surgem novos circuitos, placas de funções, protetores de circuitos, detectores de ocupação, sistemas de sinalização, placas controladores de acessórios e acompanhar todo esse desenvolvimento requer muita pesquisa e não é todo mundo que está consciente dessa transformação. Muitas dessas informações estão em línguas diferentes da nossa e ficar a par de tudo que acontece merece dedicação.
Dia desses, lendo uma revista da Model Railroader antiga, de Novembro de 2011, fiquei sabendo que a Digitraxx fabrica um decoder só de funções, um decoder que não tem controle para motor e tão somente controla luzes, ou o que você ligar em seus terminais, desde que dentro das características dessas saídas. O autor do artigo usa o decoder para controlar luzes de um sistema de sinalização que ele está instalando em sua maquete, muito provavelmente uma função que a Digitraxx não pensou em ser feita com o decoder que ela colocou no mercado. Como se pode ver, é preciso estar sempre se informando, se não, perdemos o bonde da história.
É preciso saber o que se quer fazer e até onde se quer chegar antes de investir em um sistema DCC e com esses dados adaptar-se ao padrão que esse desejo envolve.
Cada fabricante tem seu método de implementar a mesma coisa, porém no sistema DCC homologado para funcionar no sistema americano (NMRA), mesmo que por maneiras diferentes os resultados têm que ser os mesmos e funcionar em qualquer sistema.
O texto que publiquei com algumas diferenças em relação a este ficou muito grande, então resolvi colocá-lo neste Blog e, se possível abranger mais pessoas quando este blog ficar mais interessante para todos.
Aos que o lerem aqui, espero que gostem.
 
Até a próxima postagem
 
Saudações
 
J.Oscar



 

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