sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

DESTRINCHANDO A NOVA AC-44i DA FRATESCHI - PARTE 02

Olá Amigos!
Como vimos no artigo anterior, Destrinchando a AC-44i da Frateschi - Parte 01, eu já tinha instalado um decoder Lais DCC na locomotiva, mas foi uma instalação bem genérica sem mudar nada na programação dele, somente para verificar se o decoder suportaria os dois motores e o que mais seria necessário para uma instalação completa.
Não tem muita complicação nessa parte. O decoder funciona muito bem e a única coisa que eu observei é que os Leds usados pela Frateschi são muito fracos e não iluminam muito bem os faróis e os ditch lights.
No artigo também sugeri o uso de lâmpadas tipo grão de arroz da Miniatronics que são bem pequenas e consomem pouquíssima corrente, cerca de 15mA, com uma tensão de 1,5V. Mostrei também como calcular os resistores de limitação de tensão e corrente para que elas não se queimassem, pois as saídas do decoder fornecem uma tensão bem maior, para uso com Leds ou lâmpadas de tensão maior, como por exemplo 12/16V.
Falei também que existem no nosso mercado lâmpadas vendidas como sendo do tipo grão de arroz, só que elas são um pouco maiores e também consomem uma corrente bem mais alta, com 2mm de diâmetro e cerca de 40mA de consumo, mas que ainda poderiam ser usadas se coubessem nos furos a elas destinados na locomotiva. Pois bem, não cabem!
Os furos dos faróis são menores que 2mm e os ditch lights, também não as comportam. Quanto aos faróis, ainda poderiam ser usadas, desde que não colocadas diretamente nos furos, mas sim colocadas próximas a eles, iluminando-os por trás, mas veremos isso mais para frente.
INSTALAÇÃO ANTERIOR
Como disse acima, a instalação inicial do decoder foi bem genérica, como podemos ver na foto a seguir.
Inicialmente foram cortadas a trilhas do circuito impresso que se conectam com a alimentação das lâmpadas e do motor.
No sistema DCC, os drivers das lâmpadas, do motor e do som são alimentados por uma fonte interna que é gerada a partir da alimentação dos trilhos, mas completamente independente deles.
No sistema DCC, nada pode ser referenciado aos fios que alimentam os trilhos, então, seja nas locomotivas da Frateschi, ou em qualquer outra que quisermos adaptar um decoder DCC, nada poderá ser referenciado aos dois fios que partem dos trilhos. Então, para prosseguirmos, devemos cortar qualquer ligação existente entre o resistor e a trilha onde vai ligado o trilho direito e a ligação entre o comum dos Leds e o trilho esquerdo.
A Frateschi usa apenas um resistor de 1k Ohm para os dois faróis. Como os Leds só acendem um de cada vez, dependendo da direção do trem, isso basta, mas para DCC, precisaremos de dois resistores e mudar a polaridade de um dos Leds.
O que eu fiz foi separar a ligação entre os dois Leds e ligar um outro resistor entre o resistor antigo e um ponto depois do corte dessa ligação.
Na junção desses dois resistores liguei o fio Azul do decoder, fazendo a alimentação positiva para os dois Leds.
Com os diodos devidamente polarizados, liguei o fio Branco diretemente a perna do diodo do farol da frente e o fio Amarelo diretamente ao terminal do diodo do farol traseiro. Usei dois pedaços de espaguete termo retrátil para isolar a ligação.
Com isso a transformação estava completada. Foi só colocar no trilho e ela já estava funcionando em DCC, mas os resultados práticos não foram dos melhores.
As guias de luz usadas nesse modelo não estão boas, o plástico usado para os guias de luz estavam muito opacos e mal injetados no modelo que comprei, os Leds estão muito fracos e as coisas não ficaram legais.

DESTRINCHANDO O LAIS DCC
Então resolvI radicalizar. Mudar tudo! Mas, para isso, tinha que verificar se era possível e assim comecei a Destrinchar a AC44i, como descrevi no artigo anterior e agora, vamos destrinchar também o Lais DCC.
Fiação do decoder Lais DCC. À esquerda a fiação normal para ligação de motor, trilhos alimentação e luzes. À direita os dois fios para ligação do Keep Alive.
O decoder Lais DCC é um decoder supostamente um padrão e seus fios seguem a norma estabelecida para os decoders que usamos normalmente, como vemos a seguir.
Fios Vermelho e Preto - Trilhos Direito e Esquerdo
Fios Laranja e Cinza - Motor
Fio Branco - Farol dianteiro (*)
Fio Amarelo - Farol Traseiro (*)
Fio Verde - Saída Acessório (**)
Fio Roxo - Saída Acessório (**)
Fio Azul - Positivo para alimentação das Luzes
(*) - Os fios Branco, Amarelo, Verde e Roxo, são ligados internamente, cada um deles, a uma chave eletrônica (um Transistor ou dispositivo semelhante), que através de um comando do usuário, liga esse terminal ao Negativo referencial da fonte de alimentação interna, fechando o circuito para alimentação das saídas de acessórios. Para que essas saídas não queimem, elas precisam que as correntes que passam por elas sejam limitadas por uma carga externa, seja uma lâmpada de tensão e corrente adequada, seja um Led com um resistor de limitação de corrente ou qualquer outro dispositivo que atenda essa limitação de corrente.
Os fios Branco e Amarelo são selecionados pelo botão de função F0 e ligam ou desligam os faróis dianteiros e traseiros, de acordo com a direção da locomotiva, selecionada pelo usuário.
(**) - Os fios Verde e Roxo, são normalmente referenciados aos botões de função F5 e F6, mas no decoder Lais DCC eles estão associados aos botões F1 e F2.
No controle da NCE, isso funciona normalmente, mas no controle da MRC os botões F1 e F2 estão associados diretamente às funções que acionam, respectivamente, o Sino e a Buzina das locomotivas equipadas com decoders de Som.
No controlador MRC, o botão F1 tem um comportamento Liga/Desliga, ou seja, aperta para ligar/aperta para desligar. O botão F2, tem comportamento de "push-button", ou seja, aperta -Liga/solta - Desliga. Então, ao usarmos essas saídas em um controlador MRC, ou outro controlador qualquer, em que os botões de função F1 e F2 do controle já sejam pré-determinados, será necessário refazer a programação do decoder para que eles funcionem normalmente como chaves Liga/Desliga.
No folheto/manual que acompanha o decoder, isso não está explicado, nem como deve ser o procedimento para modificar isso. É necessário ir a Internet e baixar o manual "Lais DCC Decoder Manual V1" para saber como resolver o problema.
Continuando a descrição do decoder, no Lais DCC encontramos mais dois fios, posicionados do outro lado do decoder. Esses dois fios são destinados ao uso de um dispositivo que auxilia a operação de locomotivas em trilhos mais sujos ou com mau contato entre as rodas e os trilhos.
Isso é importante em decoders de som, em que um dispositivo chamado Keep Alive mantem a alimentação do decoder, quando um mau contato acontece entre as rodas e o trilho.
Isso não é muito necessário em decoders de movimento apenas, pois a própria inércia da locomotiva mantem o movimento, mesmo com o mau contato, porém, em decoders de som, o problema é mais sério, pois o som é interrompido imediatamente assim que um mau contato acontece.
Os fios tem as cores Azul e Preto. O fio Azul é o mesmo usado para a alimentação das lâmpadas, mas o fio Preto, apesar da cor, não é correspondente ao fio Preto que vai ligado aos trilhos. Esse fio é ligado diretamente ao negativo da fonte de alimentação interna e com sua ajuda podemos medir a tensão fornecida pelo decoder quando precisarmos calcular os resistores de limitação de corrente para os Leds ou lâmpadas "grão de arroz".
Na foto acima, podemos ver como foi feita a medição da tensão de alimentação das saídas de acessórios do decoder leis DCC. Notem que estou fazendo a medição entre o fio Azul (comum das lâmpadas) e o fio Preto da ligação do dispositivo Keep Alive. Se usássemos o fio Azul do Keep Alive, verificaríamos que ele tem a mesma tensão que o fio Azul de alimentação de acessórios, confirmando que ambos estão ligados ao mesmo ponto, ou seja, no positivo da fonte de alimentação interna do decoder.
Na foto a seguir, podemos ver a tensão medida e que será usada para os cálculos dos resistores de limitação de corrente para as saídas de acessórios do nosso decoder. Devemos diminuir dessa tensão o valor da tensão de funcionamento dos dispositivos que vamos instalar nas saídas, sejam eles Leds, lâmpadas, motores etc.
Para as nossas lâmpadas grão de arroz, de 1,5V /15mA, devemos saber que tipo de associação de lâmpadas vamos usar, calcular o valor da tensão para seu funcionamento e diminuir dessa tensão e dividir o resultado pela corrente de trabalho do dispositivo.
No nosso caso, como usamos apenas uma lâmpada para cada saída, termos os seguintes valores para todos os resistores necessários:
14,4V - 1,5V = 12,9V ===> 12,9V / 15mA = 860 Ohms
Se formos procurar nas lojas de material eletrônico, veremos que 860 Ohms não é um valor comercial para resistores. Nessa faixa iremos encontrar resistores de 820 Ohms e o valor seguinte  é 910 Ohms. Devemos escolher sempre o valor superior, pois é mais seguro para o nosso dispositivo. Usar o valor menor, levando em conta a tolerância que encontramos nos resistores, podemos ficar com um valor muito menor e danificar nosso dispositivo. Com o valor superior e ainda levando em conta a tolerância, estaremos mais próximo da  corrente ideal do nosso dispositivo.
No caso de continuarmos a usar Leds, devemos ter em mente que os Leds modernos têm uma tensão de funcionamento mais alta que aquela que seria normal há algum tempo atrás.
Quando estudei e trabalhei com eletrônica, há trinta/quarenta anos atrás, os Leds eram fabricados com tecnologias diferentes e tinham uma tensão de funcionamento de apenas 0,6V. Hoje, Leds de alto brilho, trabalham com tensões bem mais altas que esse valor, da ordem de 3,0V ou até mais. Ao usarmos esses Leds, devemos ver suas especificações e trabalharmos com as tensões corretas para que os nossos cálculos estejam corretos.
Mais acima, mencionei o uso de motores associados a essas saídas. Alguns poderão pensar:
Porque usar um motor?
Podemos, por exemplo, usar algumas dessas saídas para acionar os motores que farão a elevação de um pantógrafo em uma locomotiva elétrica, uma Escandalosa. Um motor, mesmo  pequeno, poderia ter tensão de funcionamento de 12 a 16V, por exemplo, então, nesse caso, só precisaríamos nos preocupar com a corrente que um dispositivo desse tipo solicitaria de sua fonte de alimentação. Se estiver dentro da capacidade da saída utilizada, basta apenas conectá-lo a saída que estará tudo funcionando normalmente. Se ele trabalhar com uma tensão menor, o mesmo procedimento que usamos com as lâmpadas deverá ser seguido.

MONTAGEM DAS LÂMPADAS
Primeiramente fiz a instalação das lâmpadas para os ditch lights no passadiço da locomotiva.
Na foto acima, podemos ver a lâmpadas já posicionadas no passadiço. A cabine e o corpo da locomotiva, foram desmontados para melhor trabalharmos com essa tarefa. Os fios que saem dessas lâmpadas são bem finos e podem ser posicionados sob o chassis, sem que atrapalhe a montagem dos demais componentes da carcaça e a colocação dela no chassis.
Os fios podem ser colados por baixo do passadiço com um pingo de cola cianoacrilato, de modo a não ocupar muito espaço.
O acabamento dos ditch lights são colocados, sem problemas sobre as lâmpadas instaladas.
Para os faróis, teremos um pouco mais de trabalho.
Em locomotivas importadas que já transformei, quando elas usavam guias de luz, estes são feitos com um plástico claro, muito transparente, com as superfícies externas e as faces voltadas para as fontes de luz, extremamente polidas. Com isso a transmissão de luz por dentro do plástico, se faz de maneira muito eficiente. As peças que têm essa função nessa minha locomotiva AC-44i, pelo menos na minha unidade, essas peças estão com um acabamento muito ruim. Estão mal injetadas, com bolhas em seu interior e as superfícies externas são bastante rugosas. Com isso a transmissão de luz fica altamente prejudicada e contando ainda com Leds de brilho fraco, a iluminação dos faróis é muito fraca. Para melhorar isso, eu fiz algumas modificações nos componentes que iluminam os faróis.
Os dois guias de luz dos faróis traseiros e dianteiros, foram cortados em seus comprimentos e com uma broca de 1,5mm, fiz um furo até próximo do ponto onde começa os pinos que são colocados nos furos dos faróis. Justamente nesse ponto, em ambos os guias de luz, havia uma bolha, então estendi o furo até ela de modo a eliminá-la. Com a broca, a superfície interna fica altamente irregular, então devemos tentar fazer um polimento dessa superfície para uma melhor transmissão da luz das
lâmpadas. Use um pequeno chumaço de algodão embebido em algum tipo de polidor e com um pino que entre no furo, gire, gire e gire bastante até que haja uma melhora na superfície interna.
Conselho de Amigo. Use algum tipo de suporte mais grosso para a broca e para o pino de polimento, pois fazer isso apenas com o dedo, resultará em uma dolorida bolha de água.
Depois de fazer o furo, introduza a lâmpada e faça a fixação dela no suporte dos faróis.
Nas fotos a seguir, podemos ver os resultados desse trabalho.

Ainda é válida a opção de usarmos Leds para os farós dianteiros e traseiros. O Ferromodelista pode desejar um brilho maior nos seus faróis. Se for essa opção do modelista, sugiro que um procedimento parecido seja feito. Corte os guias de luz e no lugar da lâmpada coloque um Led. Como não haverá possibilidade de se  introduzir um Led no guia, faça um polimento do corte e com um pedaço de espaguete termo retrátil junte os dois em uma peça única. Eu não fiz essa experiência, mas acredito que bons resultados serão obtidos.
Pois bem, as transformações mecânicas estão terminadas. Agora é remontar a locomotiva e a seguir passar para a calibração dos parâmetros do decoder para um funcionamento dentro das diretrizes que quisermos para nosso modelo.

MONTAGEM FINAL DA LOCOMOTIVA E DO DECODER
Como disse anteriormente nesse artigo, a engenharia utilizada na construção desse modelo está superior a utilizada em, modelos anteriores.
Há algum tempo, desde o lançamento da Escandalosa, não tenho comprado modelos da Frateschi e nada posso falar sobre os modelos lançados nesse intervalo. Possivelmente aconteceu uma evolução gradual nesse intervalo, e talvez isso não tenha surpreendido aos demais, mas na minha opinião, mesmo com alguns pontos questionáveis, os projetistas desse modelo tiveram boas soluções nesse lançamento.
Com base nessas melhorias, a montagem da locomotiva está muito fácil e precisa. As presilhas entre o passadiço e o corpo da locomotiva juntam os dois objetos sem deixar frestas indesejáveis e de maneira bem forte, sem necessidade de aplicação de algum tipo de cola.
A montagem da cabine se dá do mesmo jeito. Uma presilha plástica junta firmemente o teto da cabine ao topo do corpo longo e  os dois pinos nas laterais fixam a parte traseira da cabine ao corpo. Originalmente o fabricante aplicou um pingo de cola nesses dois pontos, mas não vi necessidade disso quando remontei a cabine.
Um problema ocorreu durante a prensagem da cabine. Sob seu teto há um duto de injeção de plástico. Esse duto tem um calibre relativamente grosso e este ao se desligar da cabine, deixou uma  protuberância para dentro da cabine e o teto da cabine ficou um pouco deformado. É uma deformidade pequena, mas é uma deformidade que diminui a qualidade do acabamento da cabine.
A Frateschi precisa observar esse problema e se a ocorrência for em poucas ocasiões, as cabines com defeito deveriam ser descartadas, para que um trabalho bem feito não seja atrapalhado por um pequeno defeito.
As  modificações na instalação do decoder para o uso das lâmpadas grão de arroz, são relativamente simples.
Na figura ao lado, podemos ver um desenho esquemático da placa de circuitos Frateschi que vem montada na locomotiva. É o esquema normal que é usado pela Frateschi em todos os seus modelos. A polarização dos Leds no desenho pode não estar correta, já que o desenho é apenas ilustrativo. Duas trilhas longas nas laterais da placa captam energia dos truques e a distribui para os motores, para um resistor de limitação de corrente para os Leds e para a terminal de retorno dos Leds. Do outro lado do resistor de 1k ohm, uma segunda trilha de circuito impresso alimenta os segundos terminais dos Leds, que são montados com polarização invertida em relação um em relação ao outro, de modo que eles acendam de acordo com a direção tomada pela locomotiva. Tudo muito simples e limpo.
Podemos usar essa placa como base de apoio para o nosso decoder ou descarta-la totalmente. Eu prefiro mante-la, pois ela me dá uma base para a ligação dos fios de captação de energia que chegam dos trilhos, ficando menos fios soltos na ligação do decoder, além de dar um apoio para fixação dele depois de feita suas ligações.
Na figura acima, podemos ver o esquema de ligação que utilizei para a instalação do meu decoder na AC-44i.
Primeiramente devemos cortar as pistas de circuito impresso de ligação dos Leds dos faróis originais e devemos cortar também a ligação entre a pista de ligação dos trilhos e o antigo resistor de limitação dos Leds. Isto nos garantirá que nenhuma ligação antiga atrapalhe a nossa montagem.
Passemos agora a ligação do decoder propriamente dito.
No centro da placa de circuitos, existe uma pista de circuito impresso com espaço suficiente para a soldagem dos quatro resistores que necessitaremos para a ligação das lâmpadas. O valor ou valores necessários para esses resistores já foi calculado anteriormente. Com alguma perícia podemos soldá-los na trilha que atravessa transversalmente a placa de circuitos. Os terminais do outro lado dos resistores devem ficar livres, por enquanto, faremos essa ligação mais tarde.
A seguir devemos ligar o fio AZUL do decoder ao ponto de junção dos resistores. A ordem de ligação descrita a seguir não precisa ser levada ao pé da letra, é só um processo sugerido.
Liguemos então o fio BRANCO, correspondente ao farol dianteiro, a um dos fios vindos da lâmpada que instalamos no farol. O outro fio deve ser ligado a um dos resistores. A seguir, faremos o mesmo processo com o fio AMARELO.
Para instalação dos ditch light, usaremos os fios LILAZ e VERDE. O processo é idêntico ao usado no caso dos dois faróis. Um dos fios deve ser ligado ao fio vindo do  decoder (LILAZ ou VERDE) e o outro fio ligado ao resistor correspondente.
Na figura ao lado, podemos ver o diagrama interno de ligação de uma saída de acessórios de um decoder. Cada um dos fios coloridos está ligado a um driver interno do decoder que atua como uma chave e faz a ligação desse fio ao comum da fonte, completando a ligação e acionado o dispositivo ligado a ele.
A única limitação para cada uma dessas saídas é a corrente que ela suporta, no caso do decoder Lais DCC é de 100mA (cem miliamperes).
A tensão no fio AZUL é de 14,4V.
Na foto ao lado, podemos ver como ficaram posicionados os resistores de limitação das lâmpadas. Também podemos ver que foi feito um isolamento entre a placa de circuitos e o local onde colocaremos o decoder com fita isolante. Um segundo pedaço de fita foi colocada sobre a ligação do fio azul com a placa. Todo cuidado é pouco em termos de eletricidade. Com o custo do material que usamos subindo a cada variação do dólar, um pedaço de fita, de alguns centavos de Real é um bom investimento nesse caso.

AJUSTES DOS CVs
Terminada a instalação do decoder na locomotiva, foi feito um teste em linha e como já foi dito anteriormente, a locomotiva funcionou bastante bem, ainda com as calibragens de CVs originais.
Com os ajustes de fábrica dos CVs no decoder, a locomotiva parte em baixa velocidade com o valor mínimo no display do controlador. A marcha é firme e constante. A cada incremento no controle, é notado um incremento correspondente na velocidade da locomotiva. Ainda não foi feito um teste com carga, mas acredito que o funcionamento deve ser idêntico, se não, ajustes mais finos podem ser feitos.
Em vídeos observados na Internet, há uma diferença entre os botões de acionamento dos comandos entre o controlador da NCE e o MRS.
Botões de função no NCE, não correspondem aos mesmo botões no MRC e a atuação do decoder fica comprometida. A diferença mais importante está no botão F2 do MRC.
Pelo padrão (até onde eu sei), a função F1 aciona o sino e a função F2 aciona a buzina, bem como a função F0 é designada para os faróis. Cada um dos demais botões de função (F3 até F28) tem suas designações, mas isso também varia entre os fabricantes de locomotivas. Não necessariamente a locomotiva de um fabricante implementará a mesma função a um determinado botão, mas nota-se que um padrão é mais ou menos seguido por vários deles.
Para o sino precisa-se de um botão Liga/Desliga, ou seja, liga-se o sino e ele permanece tocando até que se pressiona o botão novamente para desliga-lo. Para a buzina, precisa-se de um botão do tipo Push Button, ou seja, aperta/Liga e relaxa/Desliga. Aperta-se o botão, a buzina começa a tocar e permanece tocando enquanto mantivermos o botão pressionado, cessando o som, quando relaxamos a pressão no botão. Em alguns fabricantes, o ato de relaxar o botão é usado para dar um efeito tipo "Efeito Doppler" no som da buzina (há um efeito de amortecimento no final da buzina).
O botão F3 em algumas de minhas locomotivas com DCC e som, faz o som de desengate da locomotiva e em outras aciona um toque curto da buzina. Isso dependo do fabricante do controlador e em muito, da  programação contida dentro do decoder, que para nossa salvação, pode ser mudificado com auxílio dos CVs.
Como podemos ver nas fotos ao lado, o controlador NCE tem botões especiais para acionamento da buzina, sino e farós,  já reproduzindo essa característica push button quando necessário e os botões de função, mais abaixo, funcionam como botões Liga/Desliga.
Já o controlador da MRC não tem essa característica. Os botões de função tem papel duplo, funcionando como botões de acionamento das funções, bem como acionando os diversos sons a eles associados.
Então devido as características de fábrica do Lais DCC, existe alguma discrepância no funcionamento desses botões de função no MRC.
Por tudo que já li e realizei em termos de instalação de decoders DCC em minhas locomotivas, as saídas ligadas aos fios VERDE e LILAZ estão ligadas aos botões F5 e F6 do controlador. No Lais DCC, eles estão comandados pelos botões F1 e F2.
No controlador MRC, o botão F1 funciona normalmente, mas o botão F2 funciona como se estivéssemos ligando a buzina, ao ser apertado e desligando a buzina, quando o relaxamos. Se formos usar essa botão para acionarmos alguma coisa que necessite ficar ligado por mais tempo, isso será um problema.
Como então, resolveremos esse problema? Usando os CVs, é claro!
Para termos acesso a essa calibração, precisamos baixar na Internet o manual "Lais DCC Decoder Manual V1", pois o manual que acompanha o decoder não traz essa informação.
Seguindo o manual, na sessão intitulada "Changing which controller button acts on or activates each function:" (Mudando qual botão de controle age ou ativa cada função), encontraremos a tabela abaixo:
Estudando a parte superior da tabela, vemos que para os botões F0 e F1 a F6, podemos designar os valores 1 a 128 (escalonadamente) e para os botões F7 a F12, podemos designar-lhes os valores de 4 a 128, do mesmo jeito que para os anteriores.
Para o botão F0 que comanda os faróis dianteiros e traseiros, os valores podem ser 1 e 2 e se observarmos a parte de baixo da tabela, vemos os CVs associados a eles, que são os CVs 33, para o farol dianteiro e 34, para o farol traseiro.
Se quisermos mudar o botão de acionamento desses faróis, basta que designemos para eles algum dos outros valores designados para cada outro botão, ou seja, que quisermos que eles sejam acionados pelo botão F1, o valor deve ser 4, F2 o valor deve ser 8 e assim por diante. Note que na coluna correspondente aos botões F7 a F12, tem o sinal (~) o que significa que esses botões não podem ser usados.
O que queremos mudar aqui é a função que aciona o fio VERDE e/ou LILAZ.
Observe agora os valores designados para os CVs 35 e 36, correspondentes aos fios VERDE e LILAZ. Temos o valor 4 no CV35 e o valor 8 no CV36. Isso, segundo a tabela, significa que eles estão desiginados para serem acionados pelos botões F1 e F2.
Para mudarmos essa função para os botões F5 e F6 devemos colocar nesses CVs os valores  64 e 128, respectivamente.
Essa mudança é temporária, pois mais tarde precisarei fazer e explicarei outra modificação nesses CVs. Por enquanto, a partir desse momento, as lâmpadas ligadas aos fios VERDE e LILAZ, estrão sendo acionadas pelos botões F5 e F6. Note também, que essas saídas podem ser designadas para os botões F7 a F12, bastando que coloquemos os valores adequados nos CVs 37 e 38.
Outra modificação que fiz na configuração da minha locomotiva é relativa ao botão que liga o ditch light. O ditch light é como um faros de neblina nos nossos carros. Você aperta um botão no painel do carro e eles acendem. Do jeito que eles estão ligados no nosso decoder, precisaríamos acionar os botões F5 e F6 e isso fica meio estranho.
A função do ditch light na locomotiva é aumentar a visibilidade dela a grandes distâncias, por isso ao chegar perto de um cruzamento ou passagem de nível, o maquinista aciona a buzina, segundo o código usado na ferrovia. Quando a buzina está acionada, o ditch light deve piscar alternadamente, enquanto a buzina estiver tocando.
Para fazer com que as lâmpadas funcionem como ditch light, precisamos modificar alguns outros CVs no nosso decoder. Dessa vez usaremos a Tabela 11 (Controle de Luzes), que vem no folheto/manual que acompanha o decoder.
Essas saídas são controladas pelos CVs 49, 50, 51 e 52, correspondentes aos fios BRANCO, AMARELO, VERDE E LILAZ, respectivamente. Para cada efeito desejado existe uma tabela, onde são dispostos os valores a serem inseridos nos CVs, como por exemplo:
Para que a luz fique ligada ou desligada, sem nenhum outro efeito, precisamos colocar os valores 0 para o CV49, para o farol dianteiro, 16 para o CV50, para o farol traseiro, ou se quisermos que os dois atuem em conjunto, acendendo independente da direção da locomotiva, devemos usar o valor 32 e 33 em ambos os CVs. Para cada efeito a ser escolhido existe uma tabela de valores, seja para um, ou outro, ou para ambos.
Eu escolhi usar os efeito ditch light para ser usado nos fios VERDE e LILAZ, também decidi que o efeito deverá estar disponível independente da direção da locomotiva. A tabela nos apresenta os seguintes valores:
Ditch light (dir ou esq) 10 frente - 26 ré - 42 ambos
Ditch light (outro lado) 11 frente - 27 ré - 43 ambos
Como eu quero que o efeito esteja presente nos meus ditch lights com a locomotiva andando em ambos os sentidos então usei os valores 42 para os CV51 e 43 para o CV52.
Esse decoder não tem som, mas acho interessante ter os faróis piscando ao passar com a locomotiva por uma passagem de nível, ou quando durante a operação for necessário algum situação de alerta. No controlador MRC, o botão F2 aciona a buzina, então no meu caso, quando a locomotiva estiver andando com os faróis acesos e eu aperto F2, eles piscam enquanto mantiver o F2 pressionado ou por um determinado tempo depois que o botão for relaxado.
Pouco mais acima nesse texto, enquanto falávamos sobre a programação dos botões de função do decoder em conformidade com o controlador MRC, eu disse que voltaria ao assunto mais a frente, portanto, agora chegou o momento.
Ajustamos os CVs para que as funções F5 e F6 ligassem os fios VERDE e LILAZ, mas não é interessante ter dois controles para uma mesma função. O ideal seria que a função fosse acionado por um único botão. Seguindo o manual, nada nos diz que um mesmo botão não possa comandar duas saídas ao mesmo tempo, então, voltando àquela tabela, mostrada pouco atrás, podemos fazer com que o botão F5 seja o comando para ligarmos o nosso ditch light.
O que precisamos fazer então? Simples! Basta atribuir ao CV que controla o fio LILAZ o mesmo valor que comanda a ação no fio VERDE, ou vice-versa! Então, pela tabela, podemos ver que esse valor é 64. Desse modo ao colocarmos o valor 64 no CV35 e esse mesmo valor no CV37, as duas saídas estarão sendo controladas pela função F5, ficando o botão F6, sem atribuição alguma.
Desse modo, para ligarmos nosso ditch light, basta agora acionarmos o botão F5 para que ele acenda as duas lâmpadas e para que elas pisquem quando  estivermos passando em uma passagem de nível em nossa maquete, basta que acionemos o botão F2.
Esse negócio de CV é bem interessante, não?
Depois de testadas essas modificações, restava apenas tentar mudar o endereço da locomotiva para o número que vem estampado nela, MRS 3446-6.
Confesso que não entendi "bulhufas" de como fazer isso lendo o manual que acompanha o decoder. A manual V1, também não foi esclarecedor, mas dá a entender que devemos seguir as instruções que vem com o manual do controlador utilizado, então resolvi seguir essas instruções e usei o controlador MRC para fazer isso.
Com a locomotiva na linha principal, entrei no modo de programação em linha (Main Prog) e digitei o número da locomotiva - 3446. Voltei ao modo de operação e tentei o endereço 3 e ela não respondeu, como seria normal acontecer. Selecionei, a seguir, o novo endereço - 3446 e voltei ao modo de operação. Pronto, estava tudo funcionando!
O que resta agora é mostrar um vídeo dela em funcionamento para completarmos esse artigo.



Como vocês poderão notar pelas imagens no vídeo, o acabamento dos corrimãos e grades está deixando um pouco a desejar.
Eu não entendo como a Frateschi faz um trabalho muito bom na injeção da caraça da locomotiva e pisa na bola justamente num dos itens que serão mais vistos depois dela montada.
O lançamento do modelo é muito recente para afirmarmos que a qualidade dos corrimãos, já foi afetada pelo desgaste da ferramenta de injeção com o uso. Houve certamente, um descuido na sua produção.
Uma empresa que cuidasse mais da sua reputação, faria um "Recall" desse item, mas a Frateschi não liga para isso, nem fará um "Recall", haja visto as críticas que vemos constantemente nas mídias sociais, sem nenhuma contrapartida do setor de relações públicas da Frateschi. 
É preciso que alguns de nós, Ferromodelistas, sem nenhum compromisso ou vínculo com a empresa, venhamos em sua defesa, muitas vezes fazendo até papel de otários, pois não somos pagos para isso.
Eu tenho convicção de que qualidade custa caro e normalmente é paga em dólar, mas quando a Frateschi põe um produto no mercado com essa diferença de qualidade no acabamento entre seus componentes, não há como defende-la.
Eu já tinha percebido o problema muito antes de escrever esse artigo. Assim que cheguei em casa, depois de voltar de  São Paulo, onde comprei a locomotiva, abri a caixa e comecei a examinar o produto, mas achei que pudesse ser um pequeno problema, localizado, mas isso não aconteceu agora que fiz a instalação do componente.
Outro problema observado foi que os furos para o encaixe dos corrimãos, não estão precisos. Os furos localizados na lateral do passadiço estão grandes demais, é necessário usar cola para fixa-lo nos locais, mas os localizados nas grades atrás da cabine estão menores que os pinos de encaixe dos corrimão e é necessário aumenta-los para que os pinos encaixem, o mesmo acontecendo com os pinos de encaixe das mangueiras no piloto, além de termos que retirar as rebarbas existentes que atrapalham ainda mais o seu encaixe.
O fato de o plástico, usado para moldar os corrimãos ser muito maleável, ainda não pude decidir se é bom ou ruim.
Por um lado, a primeira impressão que dá é de que a qualidade diminuiu, mas por outro lado, penso que isso pode ajudar, pois um plástico mais rígido pode se partir com mais facilidade durante a instalação ou manuseio.
Espero que a Frateschi já tenha tomado conhecimento de todos esses problemas e esteja tomando providências para sua solução, do contrário, só quem vai perder é a própria Frateschi, pois a cada lançamento, mesmo que bombástico como esse, aconteça cheio de problemas, mais ela restringe seu mercado a uma faixa de Ferromodelistas iniciantes e sem experiência, que devido a visibilidade que nossas ferrovias têm, a cada dia se restringe mais.
Quando o dolar der uma acalmada, ou eu tiver uma folga de dinheiro em meu orçamento, que eu possa disponibilizar, seria interessante refazer essa transformação, agora usando um decoder com som. Um decoder de maior tamanho, com um capacitor (Keep Alive), que precisa ser colocado em algum lugar, um auto falante que precise ser verificado se o local a ele destinado está bem dimensionado e bem localizado, ou se um outro modelo, em uma outra posição, apresentaria melhores resultados.
São novos problemas, com novas soluções e mais dados a serem disponibilizados.
Em conversas com amigos já soube de alguns detalhes, bons e maus, que esse procedimento me faria enfrentar.
Aquilo que se ouve falar nunca pode ou deve ser tão valorizado quanto a própria experiência, podendo, quando muito, ser usado apenas como base para a nossa própria experiência.

Por enquanto é só, Amigos. Espero que tenham gostado e consigam tirar algum proveito desse texto.

Até uma próxima postagem.

J.Oscar

domingo, 10 de janeiro de 2016

DESTRINCHANDO A NOVA AC-44i DA FRATESCHI - PARTE 01

Olá Amigos!

Espero que o final do ano de 2015 tenha sido bom para todos aqueles que me seguem aqui nesse Blog e que o ano de 2016 seja melhor ainda.
Para iniciarmos esse novo ano, aproveitei uma nova aquisição para a minha coleção e resolvi mostrar a transformação dela do sistema DC para o DCC que iniciei a pouco mais de uma semana atrás.
 
No dia 26/11/2015 aproveitando uma viagem que faria à cidade de Guaratinguetá para presenciar a formatura de meu filho mais novo, na Escola de Especialistas da Aeronáutica EEAR, dei uma esticada até São Paulo e visitei a loja do Ayrton, Rio Grande Modelismo, onde comprei o novo produto da Frateschi, a famosa e já no gosto popular, locomotiva GE AC-44i nas cores da MRS.
Minhas impressões iniciais e posteriores, bem como sua transformação para o sistema DCC é que pretendo descrever aqui nesse novo artigo.


Fotografia obtida no site da Frateschi Trens Elétricos.
Começando do início, cheguei a loja do Ayrton e fui recebido pelo Marcelo, seu funcionário, e lhe disse que queria comprar uma Frateschi AC-44i da MRS e ele me trouxe dois exemplares do modelo para que eu escolhesse o número que quisesse entre os dois.
Abri a caixa de uma delas para observar o modelo.
A caixa seguindo a nova padronagem da Frateschi é feita de papelão, um pouco fino, mas estável, com uma janela cortada no topo, fechada por uma folha de plástico que não permite uma perfeita visão do modelo e dentro há um suporte de plástico transparente tipo "vacuum forming" acondicionando a locomotiva, já montada, sem os corrimãos e grades frontais.
A locomotiva fica bem estável nessa embalagem e é possível que esteja bem protegida em uma remessa pelo Correio, dentro de uma caixa maior com mais alguma proteção.
Como se tem visão de um só lado, a tendência natural é pegar a locomotiva nas mãos para observarmos o outro lado e para isso precisa-se retirar a locomotiva da embalagem. Natural seria que se pegasse a locomotiva pelo seu centro, com o dedo indicador segurando pelo teto e o polegar pelo tanque de combustível e assim retirando-se a locomotiva da embalagem. mas não há como fazer isso, pois não há espaço destinado para os dedos na embalagem usada pela Frateschi e eu, ao tentar usar esse método, toquei no acabamento do tanque de combustível e este imediatamente soltou-se de sua posição.
Para encerrar essas primeiras impressões, devido a esse acidente, a escolha do número da minha locomotiva já estava feito, portanto se o Amigo quiser decidir, realmente, que número quer para a sua locomotiva, escolha-o sem tentar retirar a locomotiva da caixa.
Cinco pequenos pinos de plástico, injetados por dentro do acabamento do tanque, fixam a peça no peso de "chumbo" que compõe o tanque. Aliás, esse tanque de "chumbo" está muito bem acabado e trabalhado, um ponto a favor da Frateschi.
Dois desses pinos apresentam cola e os outros três não tem cola. Seus diâmetros são de mais ou menos um milímetro e a profundidade também é mínima e acho que pouco eficiente já que é necessário ser colado. Além disso, esses acabamentos (dos dois lados) também servem como presilhas para a grade do local, onde seria colocado um auto falante redondo de cerca de 28mm, que já está providenciado para sua instalação, se for assim desejado pelo ferromodelista em uma futura instalação de DCC com som.
Detalhe da grade do auto falante na parte inferior do tanque Frateschi.
As duas fitas brancas seguram o acabamento lateral do tanque que está solto.
Dentro desse local há também um espaçador que deve ser retirado para colocação do auto falante, mas a grade é um pouco frouxa, o que acarretará um pouco de vibração quando em funcionamento do DCC de som. Há também um furo "generoso" no centro do "chumbo" para a passagem dos fios do auto falante.
Furo para passagem dos fios do auto falante.
Pois bem, o resultado disso é que o acabamento do tanque da minha locomotiva não fica mais preso por si só e é necessário que, por enquanto seja fixado por dois pedaços de fita colante para que não se solte.
Não posso afirmar que se houvesse espaço para os dedos na embalagem vacuum forming que embala a locomotiva esse problema seria eliminado, mas seria interessante que houvessem, pois para retirarmos a locomotiva da caixa, é necessário colocar-se a outra mão sobre o lado aberto da embalagem e virarmos a caixa deixando a locomotiva cair na mão espalmada, um ponto que a meu ver, não conta muito a favor.
Sob a bolha do vacum forming vem um folheto A4 com instruções de uso, instruções para desmontagem da locomotiva, termo de garantia, endereços e um desenho em vista explodida da locomotiva e peças que a compõe. Além desse folheto, há um involucro com as grades, corrimãos, buzina, roda de freio manual e mangueiras de ar para serem colocadas no modelo, aumentando seu nível de detalhamento. Em uma primeira olhada no meu, já deu para notar que alguns dos pinos de fixação das peças há um pouco de rebarba, resultado do não fechamento total da cabeça de moldagem o que acarretará algum problema na hora de instalar os detalhes em seus lugares pois, em uma primeira instância, esses detalhes não necessitariam do uso de cola.
 

ASPECTO EXTERNO
De um modo geral, a moldagem de detalhes finos da locomotiva está muito boa, como normalmente é padrão nos modelos da Frateschi fabricados até hoje. A escala e medidas podem estar erradas e os modelos grandes para padrões mais exigentes, ou "pseudo refinados", mas a qualidade e detalhamento das carcaças, sempre é feito com bastante qualidade e precisão. A pintura geral está muito bem feita e as cores parecem estar dentro do que seria normal para os modelos escolhidos, MRS, ALL, VLI e RUMO.
Um modelo de locomotiva fabricado pela Frateschi é sempre um bom início para quem deseja entrar no Ferromodelismo, com uma boa base para modificações e detalhamentos , principalmente àqueles que estão modelando as ferrovias brasileiras.




A locomotiva, ao sair da caixa, já está praticamente montada e para finalizar a montagem basta apenas a colocação dos demais detalhes, como as grades, corrimãos, buzina, roda de freio e mangueiras.
A Frateschi ganharia muitos pontos entre seus clientes, se aumentasse o número de detalhes externos a serem adicionados pelo ferromodelista na locomotiva.
Antenas e pega mãos são moldados diretamente no modelo. Detalhes dos pilotos, frontal e traseiro, do topo do nariz e do teto da locomotiva já estão moldados diretamente no corpo da carcaça e qualquer modificação neles acarreta necessariamente uma nova pintura do modelo. A seu favor, posso afirmar que melhorou bastante o detalhamento das grades laterais e sua colocação no modelo, mais realista, conta pontos a seu favor.
Conta pontos também a texturização dos passadiços laterais e do teto da cabine, os ditch-lights "funcionais" na frente da locomotiva, mas volta a perder pontos no fato de os ditch-lights traseiros serem só enfeites. Se os da frente são funcionais, porque não dar também essa opção ao traseiros, mesmo que deixasse isso a cargo dos modelistas. Porque não?
Detalhe das inscrições na lateral da cabine.
As inscrições e logotipos estão, a meu ver, bem feitos. Na cabine, por exemplo, podemos ver a inscrição "Logistica SA" detalhada na lateral da cabine sob o logotipo da MRS, mas outras inscrições ao longo do corpo são apenas simulados com quadradinhos brancos que, a meu ver, destacam-se demais. Podiam  ter menos destaque feitos com outra cor, mesmo que não fossem precisos como os da cabine. Isso pode ser suavizado se o ferromodelista adotar o envelhecimento normal visto em locomotivas reais da MRS.
Ponto contra a Frateschi está no detalhe da lateral direita do tanque de combustível. Como é sabido, nesse modelo de locomotiva, a lateral direita do tanque de combustível acondiciona em um rebaixo, dois tanques de ar para o sistema de freios da locomotiva real.
Detalhe dos tanques de ar no acabamento direito do tanque de combustível.
Em modelos estrangeiros, esses detalhes vêm a parte e são colocados pelo ferromodelista, mas a Frateschi optou por modelá-los diretamente no corpo do acabamento, porém o fez muito superficialmente, ficando sem profundidade. Para torna-los mais realistas, um processo de pintura muito bem feito deverá ser feito ali o que seria mais fácil se os detalhes fossem destacados.
 
DESMONTANDO A LOCOMOTIVA
Para desmontar a locomotiva basta agir em duas presilhas que existem sobre o centro da carcaça, junto ao tanque de combustível. pressiona-se a lateral da carcaça para fora e ela se destaca da presilha com facilidade, sem que isso acarrete em insegurança no manuseio da locomotiva quando ela está montada. A carcaça separa-se do chassis e do motor juntamente com os engates.

Detalhes do sistema de fixação da carcaça e o chassis.

OS ENGATES
Os engates merecem uma capítulo a parte.
Desde algum tempo, a Frateschi adotou um sistema de engate onde o frontal é apenas um gancho e no engate traseiro existe também uma alça metálica móvel que faz o acoplamento com o gancho. Esse sistema não permite porém que duas locomotivas idênticas, sejam acopladas de frente uma para outra, como era possível nos modelos mais antigos. Há a necessidade de mudarmos isso e a opção é o uso de engates do tipo Kadee.
O engate traseiro fornecido pela Frateschi, tem a alça metálica e o gancho, mas ele é enorme e aumenta demais o espaçamento entre duas locomotivas acopladas através dele. Usar esse tipo de engate na frente da locomotiva para possibilitar seu acoplamento também pela frente, aumentaria mais ainda esse espaçamento.
O folheto de instrução diz que ela tem um suporte especial que permite o uso desse tipo de engate Kadee. Isso não é muito verdadeiro.
Para que isso fosse possível, seria necessário que a Frateschi fornecesse seu engate em uma caixa que pudesse ser inserida pela frente da locomotiva e que pudesse ser aparafusada ao corpo da locomotiva e seu modelo de engate com gancho e alça pudesse ser substituído diretamente pelo tipo Kadee. Isso não acontece.
Está mais do que na hora da Frateschi pensar em uma solução desse tipo, pois não mudaria a compatibilidade entre modelos novos e antigos e seria muito mais fácil a adaptação de engates tipo Kadee em seus modelos. Do jeito que é feito atualmente a compatibilidade total de seus modelos com o engate do tipo Kadee só existe na cabeça dos que o projetaram.
O engate padrão da Frateschi tem uma mola plástica dupla que o centraliza na posição central e um acabamento plástico com um pino central, encaixa-se sob pressão em um furo no corpo da locomotiva, fixando o conjunto, mas a caixa do engate Kadee não é compatível com esse sistema.
O Kadee Nº5, a opção mais conhecida pelos nossos ferromodelistas, não funciona bem sem sua caixa padrão e ela não pode ser usada nesse caso. Resta então usar apenas a mola centralizadora do Kadee e o engate propriamente dito, mas isso também não funciona bem. Primeiro a mola fica pequena para a largura do espaço destinado a ela no piloto e no acabamento plástico de fixação ela fica dançando junto com o engate, não o centralizando como seria sua função. Além disso, no meu modelo, para que o sistema ficasse fixo no local é necessário que a pino plástico de fixação do conjunto do engate seja bastante pressionado no local prendendo por isso o movimento lateral do engate.
Além do mais, o espaço entre o truque e a fixação do engate é menor na traseira do que na frente. É necessário que essa caixa de fixação do engate tenha o fundo arredondado para dar mais espaço de jogo ao truque traseiro. A Kadee tem esse tipo de caixa e também existem engates tipo Kadee com mola incorporada ao corpo do engate o que eliminaria a necessidade da mola metálica do Kadee Nº5, liberando espaço para uma melhor fixação do pino fornecido pela Frateschi.
Na minha opinião, o ferromodelista deve optar por uma caixa com o engate que seja inserida pela frente do piloto e fixada por parafuso no corpo da locomotiva. Essa caixa também pode dar mais detalhes ao acabamento do piloto que é meio pobre.
 
O INTERIOR
Separados o chassis e a carcaça, podemos ver o mecanismo interno da locomotiva. Dois motores garantem um desempenho satisfatório da locomotiva, se bem que muitos ferromodelistas relatam um nível excessivo de ruído no motor.
Na minha opinião isso acontece mais quando tenta-se usar as locomotivas  da Frateschi como carrinhos de autorama. Em baixas velocidades, mais compatíveis com o movimento normal do trens verdadeiros, o nível de ruído dos motores é bastante tolerável nas locomotivas com apenas um motor. Ainda não tive oportunidade de testar isso em locomotivas equipadas com dois motores como esse modelo.
Os dois motores são independentes um do outro, mas como giram para o mesmo lado, estou pensando em acoplar um ao outro para ver se isso melhoraria o seu desempenho, pois os dois girariam sempre em conjunto. Se isso não acontecer, basta retirar o acoplamento que volta tudo ao normal.
Detalhe do interior da locomotiva com seus dois motores, a placa de circuitos com o decoder Leis DCC já instalado. 
Sobre os dois motores, uma placa de circuito impresso faz a ligação dos fios de alimentação, vindos dos truques, indo para os motores e suportam e alimentam os Leds das luzes dianteira e traseira. Apenas um resistor de 1000Ohms limita a corrente dos Leds já que os dois atuam alternadamente, em oposição entre si, acendendo conforme o sentido de marcha da locomotiva, para frente ou para traz.
Para iluminação dos faróis traseiros, uma peça de plástico transparente guia a luz do Led traseiro até os pinos que preenchem o local dos faróis.
Para  a frente da locomotiva, um sistema mais complicado foi projetado pela Frateschi. Para os faróis e a janela da porta do nariz existe um pino semelhante ao traseiro. Sob a cabine, um outro pino recebe luz do Led e a direciona também para duas finas extensões, que são ligadas aos ditch light por baixo do passadiço dianteiro. Para os ditch light traseiro não existe iluminação.
Detalhes das peças do interior da cabine os pinos de iluminação dos faróis e os ditch lights.
O interior da cabine é detalhado com uma estrutura com a figura do maquinista na direita, uma representação do painel a sua frente e um lugar vago a sua esquerda. Os vidros da cabine são acoplados a essa estrutura e a fixam a armadura das janelas por protuberâncias que se encaixam nos locais dos vidros. Infelizmente o guia de luz sob a cabine, fez com que aparecesse uma protuberância arredondada no centro da cabine que mais parece a simulação de um motor de caminhão entre os assentos da cabine nos dois lados dela.
O detalhamento da cabine e os vidros se acoplam em uma estrutura única que se encaixa sob o teto da cabine da locomotiva. A meu ver isso prejudicou o detalhamento dos vidros dianteiros. Para que o sistema se encaixasse sem problemas as protuberâncias que formam os vidros ficaram muito baixas, principalmente nos vidros frontais que tem entalhados neles os limpadores de para brisas. Como as colunas da cabine ficaram muito grossas os vidros dianteiros estão muito fundos, prejudicando o detalhamento dos limpadores. Parte deles é modelado na testeira da cabine e o aspecto final ficou pobre. Fazer as colunas da cabine mais finas e os vidros frontais mais protuberantes, melhoraria em muito esse aspecto.
As partes da carcaça separados entre si.
O passadiço, o corpo longo e a cabine são destacáveis entre si. Também pode ser destacado o acabamento do radiador traseiro. Pontos positivos e negativos podem ser vistos aí.
Na frente, na cabine, a engenharia está elogiável. As soluções empregadas estão boas e dão um acabamento muito bom ao conjunto. A fixação do guia de luz para os ditch light, a fixação da cabine a carcaça do corpo e todo o conjunto ao passadiço foi bem projetada e está justa e não deixa frestas exageradas. Dois pontos com pingos de cola dão segurança aos conjunto. Um terceiro ponto poderia ter sido colocado. Parece ter sido previsto no corpo da carcaça, mas não foi feito no corpo da cabine. Se tivesse sido feito, talvez nem precisasse de cola para fixação da cabine.
Detalhes do radiador.
O mesmo não se pode falar do acabamento do radiador traseiro. Em modelos importados em que já tive oportunidade de olhar, existe uma abertura nesse local e o acabamento superior do radiador  é usado para fechar essa abertura. Ali, pode-se colocar um auto falante retangular com baffle, que pode ser acessado com a retirada do acabamento do radiador. Com mais detalhamento, a grade do radiador pode ser vazada e isso ajuda a transmissão do som para fora do ccorpo da locomotiva.
Talvez por já prever o auto falante redondo, localizado no tanque de combustível, possivelmente a Frateschi não tenha achado interessante também prever essa abertura no radiador traseiro e assim  o acabamento do radiador é fixado por dois pinos plásticos postos em uma superfície fechada e para uma melhor fixação, um deles está colado e a tentativa de  sua retirada ocasionou a quebra desse pino colado. Uma solução mais positiva, a meu ver, seria colocar pequenas travas no acabamento do radiador que se prenderiam a placa traseira do radiador e no corpo da locomotiva na parte da frente.
 
DCC
Qual seria meu motivo para destrinchar desse modo a nova AC-44i da Frateschi?
Vemos na Internet muitos filmes e tutoriais de locomotivas já com decoders instalados, mas normalmente isso é mostrado já finalizado e alguns, apesar de muito bem feitos, não dão ideia do que seria necessário fazer para conseguir a sua instalação. Na própria loja do Ayrton quando comprei a minha, o Marcelo colocou para funcionar um modelo já equipado com decoder de som
Colocar um DCC, seja de motor e luz, seja de som na AC-44i é até bastante fácil. Espaço tem de sobra. Os dois motores, que poderiam ser um empecilho pela possibilidade de um excessivo consumo de corrente dos motores, também não é problema, pois eles consomem muito pouco e ficam confortavelmente dentro da capacidade da maioria dos decoders, até os mais simples como Lais DCC. O uso de Leds pela Frateschi também permite uma baixa demanda de corrente das saídas de acessórios dos decoders.
O grande problema dos Leds usados pela Frateschi é que eles são muito fracos em sua luminosidade e o sistema de guia de luz construído por ela, apesar de engenhoso, pela qualidade do material utilizado, deixa muito a desejar. O plástico usado é de baixa qualidade, baixa transmissão de luz e a injeção dele nas formas necessárias, deixa bolhas em seu interior o que ajuda em muito a piorar o desempenho do sistema.
Uma saída seria usar Leds de alto brilho, mas isso também não solucionaria muito o problema, devido a posição dos componentes e sua qualidade. Aliás, pessoalmente, não gosto de Leds azuis ou brancos em ferromodelismo. Prefiro os amarelos como os da Frateschi, mas precisam ser de alto brilho.
Como pode ser visto pelas fotos já mostradas acima, coloquei um Lais DCC na minha AC-44i e os resultados foram muito bons, exceptuando-se os faróis e ditch lights que ficaram muito fracos.
A performance dela nos  trilhos foi perfeita e com as características de fábrica, pois ainda não mudei nada na programação do decoder.
Como resolver esse problema de iluminação dos faróis e ditch lights?
Pensei então em usar lâmpadas tipo Grão de Arroz de 1,5V e 1,2mm de espessura.
Essas lâmpadas podem ser inseridas facilmente nos furos já existentes para os faróis e como já as testei, agora que desmontei a minha AC-44i, também encaixam perfeitamente nos furos para os ditch lights, então, porque não usá-las?
Para os faróis, a princípio, vou ainda continuar usando os pinos plásticos originais da Frateschi, que serão trabalhados para melhorar seu desempenho. Pretendo encurtá-los e fazer um furo em seu interior e ali colocar as lâmpadas inseridas. Pintar seu exterior de preto ajudará a não dispersar a luz para fora do sistema. Não dando certo esse método, pode-se inserir as lâmpadas diretamente nos furos dos faróis. 
Serão usadas lâmpadas 1,5V - 15mA - 1,2mm de espessura fabricadas pela Miniatronics (#18-001-10) a venda no site da BrasilHobbies por R$ 79,90 (setenta e nove Reais e noventa centavos) o pacote com 10 lâmpadas.
Lembrem-se que os muitos decoders, como o Lais DCC, só tem saída de tensão alta (12 a 14V) próprias para uso de lâmpadas de 12V e Leds, com resistor de limitação de corrente, Para lâmpads do tipo grão de arroz, assim como nos Leds, é necessário abaixar essa atenção com o uso de um resistor de limitação.
É necessário saber qual o valor da corrente que a lâmpada solicita. Existem outras lâmpadas desse tipo que puxam cerca de 40mA, para os mesmos 1,5V de alimentação, é necessário saber exatamente que tipo de lâmpada você estará usando no teu projeto.
Cuidado, pois para cada tipo, terá que ser calculado um valor para o resistor de limitação. As lâmpadas da Miniatronics são menos brilhantes, mas solicitam apenas 15mA para acenderem.
Para o cálculo do resistor é necessário saber qual o valor da corrente que a lâmpada que será usada solicita. Use uma pilha nova e com a ajuda de um Amperímetro, meça a corrente que passa pelo circuito.
A seguir, verifique a tensão fornecida pelo decoder que você vai usar e diminua desse valor os 1,5V da lâmpada e divida o resultado pela corrente obtida com o amperímetro para a lâmpada que será usada. Isso dará o valor do
resistor que deverá ser usado para cada lâmpada.
Se tiver que usar mais de uma lâmpada para uma mesma saída, é mais interessante usá-las em série e para isso, basta somar a tensão das lâmpadas usadas (2x1,5V=3V) e diminuir da tensão fornecida pelo decoder e dividir pela corrente que será igual para as duas lâmpadas (15mA) e obter o valor do resistor a ser usado como limitador.
Se  optar por usar mais de uma lâmpada em paralelo, a tensão ser diminuída do valor do decoder é 1,5V, mas a corrente sobre o resistor de limitação deverá ser multiplicada pelo número de lâmpadas usadas.
Divida a  tensão resultante pelo valor obtido para a corrente e obtenha o valor do resistor. Você, normalmente, não encontrará no mercado o valor exato do resistor que foi calculado, pois o mercado de resistores tem valores específicos e não há a disposição valores entre esses valores determinados. Para o resistor a ser comprado, escolha sempre um valor comercial acima do valor obtido no cálculo, nunca um valor mais baixo. E sempre mais seguro.
Lembre-se que agora a corrente sobre o resistor será maior para um mesmo valor de tensão sobre ele, assim a dissipação de potência sobre o resistor será maior e deverá ser calculada multiplicando-se a tensão sobre o resistor, pelo valor da corrente que passa por ele (P=VxI).
O resistor a ser usado deverá ser adequado para esse valor de potência.
Deverá ser calculado um resistor para cada saída, de acordo com a quantidade e a configuração de associação de lâmpadas a ser usada no circuito.
Como os valores de corrente são relativamente baixos a potência necessária para os resistores dificilmente ficará acima de 1/4W para o uso de uma lâmpada, mas é interessante saber exatamente esse valor. Com mais lâmpadas para cada saída e principalmente, de acordo com a configuração usada, se em série ou em paralelo, esses valores poderão mudar para cima ou para baixo e isso tem que ser calculado com antecedência para não danificar o decoder, ou as lâmpadas, ou até mesmo o plástico da carcaça, pois uma dissipação muito grande de potência em um resistor, pode fazê-lo esquentar a ponto de derreter o plástico da carcaça da locomotiva se encostar nele.
Perguntam sempre o porquê do Ferromodelismo ser tão empolgante. Esse é um motivo. Para praticá-lo com plenitude, muitas outras ciências deverão ser aprendidas e usadas em nossas montagens e transformações.
Como sempre, ao iniciar um artigo para esse Blog, eu penso em termina-lo em um único artigo, mas conforme vou escrevendo os assuntos vão se sucedendo e normalmente um novo artigo sobre o assunto deve ser feito para complementá-lo.
Assim fica faltando mostrar na prática como todos esses detalhes serão colocados na locomotiva e continuar a descreve-los aqui tornaria o artigo muito longo e cansativo (se é que já não está), então vou terminando por aqui e voltaremos a tratar desse assunto em um próximo Blog que estará sendo escrito assim que eu terminar de fazer a instalação dos detalhes descritos acima.
Até a próxima postagem.
 
Saudações
J.Oscar