domingo, 14 de agosto de 2016

FRATESCHI AC 44i - CONTINUANDO COM O ECONAMI

Olá Amigos!

Nos dois últimos Blogs, comecei a explanar a colocação de um decoder Econami em uma Frateschi AC 44i, mas um acidente me fez perder o decoder e tive que parar a narração até a compra de um novo decoder.
Na Brasil Hobbies não está mais disponível o decoder Econami Eco-100, mas tem o decoder Econami Eco-200 e está custando R$ 369,90. 
A foto dele pode ser vista abaixo.
Ele não vem com o plug padrão de 8 pinos, mas somente com os fios, com as cores padronizadas (com algumas inovações descritas nos Blogs anteriores), destinados a uma instalação mais geral, onde o modelista pode fazer as ligações das funções que desejar.
Eu prefiro esse tipo de montagem, pois me dá mais liberdade, mas tem suas particularidades e perigos, principalmente no que tange aos cuidados com as pontas de fios desencapados durante a montagem.
Foi uma dessas pontas desencapadas que causou o acidente e a destruição do decoder que eu estava instalando anteriormente. Um  pequeno descuido e um dos terminais do auto falante encostou em um trilho energizado da linha de testes e o decoder foi para o brejo. Portanto, Amigos, muito cuidado quando manusear decoders com essa configuração. 
O decoder Econami Eco-200 é idêntico ao decoder Econami Eco-100 que eu usava anteriormente, em termos de funções e desempenho, com a pequena diferença de que o Eco-200 tem uma capacidade de corrente na saída para o motor de 2A (dois Amperes) em lugar de 1A (um Ampere) do Eco-100. 
Para uso na AC 44i, que funciona com dois motores, isso nos dá uma margem de segurança maior.
Mas a Soundtraxx e a Brasil Hobbies também disponibilizam o decoder Econami Eco-PNP, também com capacidade de 2A, idêntico ao Eco-200, mas no formato, dito universal ou plug and play.
O preço é o mesmo, ou seja R$ 369,90, mas esse tipo de apresentação nos dá algumas vantagens em relação os modelos com fios. 
Acabam-se os problemas com fios soltos, a não ser que nós os deixemos pendurados.
A placa, de tamanho maior distribui melhor os componentes e sua espessura é mais baixa que a outra apresentação. Além disso, poucos componentes são soldados na parte inferior da placa e sobram duas áreas livres de componentes que podemos usar para fixarmos o decoder com fita dupla face da 3M. Existem também quatro furos para fixação com parafusos, se o modelo nos der essa opção.
Podemos soldar os fios diretamente nos seus terminais, ou com ajuda de pequenos clipes de plástico, muito comuns nas locomotivas da Atlas, que padronizou esse formato, podemos fazer as ligações sem necessidade de solda na maioria de seus terminais, bastando passar a ponta do fio pelo furo no terminal e fixá-los com os clipes plásticos.
Alguns de seus terminais não nos dão essa possibilidade e teremos que fazer uso da solda, e nesse caso, um cuidado maior tem que ser tomado. O ferro de solda de ponta fina e mão bem firme para que a soldagem fique perfeita sem espalhar solda para o terminal vizinho, mas com um pouco de prática, isso é bem possível.
Outra diferença em relação ao Eco-100 é que o Eco-200 e o Eco-PNP nos fornecem mais duas saídas de efeitos e funções (FX3, FX4 + FX5 e FX6). Mais duas saídas de efeitos luminosos para serem colocadas nas nossas locomotivas, totalmente programáveis, como todas as demais. 
Nos Econami, essas funções são associadas aos botões de função F23, F24, F25 e F26, que não são acionados diretamente nos controles DCC. É necessário o uso de um botão "Shift" para que elas sejam acessadas, mas com a funcionalidade de mapeamento de funções do decoder, essas funções podem ser relocadas para qualquer um dos botões de função disponível no controle. 
Nos diagramas acima podemos ver a disposição de conexões nos três tipos de apresentação dos decoders Econami.
Outra grande vantagem é que o Econami Eco-PNP nos fornece uma fonte de alimentação com 1,5V (Ver diagrama acima), própria para o uso de lâmpadas do tipo Grão de Arroz, sem necessidade de colocação de resistores de redução da tensão, além da fonte normal de 14V (pinos 2 e 7 nas extremidades do decoder são correspondentes ao fio Azul dos decoders com fios e comuns para a fonte de 14V), própria para ligação direta de lâmpadas normais ou LEDs com seus resistores de proteção. 

Atenção - Existem dois tipos dessas lâmpadas em nosso mercado. 
As Miniatronics MIN1800110 ou MIN1800120 são lâmpadas de 1,5V com diâmetro de 1,2mm e que consomem corrente de 15mA. Estão disponíveis na BrasilHobbies por R$ 79,90 e R$ 129,90 respectivamente (o segundo modelo está esgotado neste momento)
Outro tipo de lâmpadas que podemos encontrar por aqui são lâmpadas de 2mm de diâmetro, também de 1,5V, mas com consumo de 40mA, muito alto para usarmos em uma saída que nos fornece até 100mA de limite.
Além do mais, se formos usar a alimentação de 14V, das saídas normais, o resistor de limitação de corrente terá que ser mais potente, pois a potência dissipada sobre ele ultrapassará os 250mW dos resistores normalmente usados nessas montagens que são de 1/4W.
Medi a temperatura que esses resistores apresentam quando submetidos a esse regime (1/4W  - 12,5V - 15mA) e ela chega a 50°C, uma temperatura muito alta para um resistor muito pequeno. A dissipação de potência no resistor é muito pequena devido ao seu tamanho e existe a possibilidade de que em pouco tempo ele queimará. Para esse regime, sugiro o uso de dois resistores em série, que somem o valor do resistor calculado. Com isso a tensão em cada um deles cai (pela metade, se forem do mesmo valor) e a dissipação de potência também.


Além disso, o Econami Eco-PNP já tem um conector para ligação direta do CurrenteKeeper, dispositivo que armazena energia para compensar maus contatos dos rodeiros com os trilhos.

A MONTAGEM NA FRATESCHI AC 44i

Na minha Frateschi AC 44i, nessa nova montagem, decidi retirar a placa de montagem em circuito impresso que vem originalmente na locomotiva. Essa placa tem quatro pequenos furos onde quatro pequenos pinos plásticos se encaixam e ajudam a fixá-la no suporte do motor que já vem da Frateschi. Apare esses pinos, rente a superfície da placa de plástico e teremos uma base bem estável para fixação do decoder com a fita dupla face 3M. Fixe o decoder, com a parte frontal bem rente ao início dessa placa. Os fios originais de captação de energia do truques frontais podem ser soldados nela sem problemas (observe a posição deles que deve ser idêntica nos dois lados da placa - observe que a Frateschi, de vez em quando, cruza os fios). Os fios do truque traseiro terão que ser estendidos para alcançarem o decoder e essas emendas devem ser isoladas, preferencialmente com espaguete termo retrátil, ou serem substituídos por outros, soldados diretamente nos terminais de captação nos rodeiros.
O próximo passo é a ligação dos fios dos motores. Procure não desfazer a ligação original da Frateschi, que são ligados em pares e estenda-os com mais dois pedaços de fios para alcançarem os terminais de alimentação do motor no decoder. Antes de soldá-los definitivamente, verifique se o sentido de marcha da locomotiva está de acordo com a direção mostrada no controlador DCC e isole todas as soldas com espaguete termo retrátil. Estando tudo certo os fios já podem ser soldados aos terminais do decoder, mas devem ser fixados para os lados (tem espaço entre os terminais) de modo a não aumentar a largura da placa do decoder, que já é bem crítica para encaixar dentro da carcaça da locomotiva.

LIGAÇÃO DAS SAÍDAS DE LUZES, SOM E MOTOR

Na minha montagem, optei por usar LEDs para os faróis dianteiros e traseiros e lâmpadas Miniatronics para os faróis auxiliares. Além destes, usei também uma lâmpada Miniatronic para a iluminação da cabine. 
Na montagem anterior, primeiramente havia usado lâmpadas para os faróis, mas como o brilho ficou bem abaixo do desejado, agora voltei para os LEDs.
Ainda sobre a montagem anterior, nos faróis dianteiro e traseiro, também usei lâmpadas. Um furo foi feito nos plásticos guias dos faróis e a lâmpada introduzida neste furo. O conjunto foi encapado com espaguete retrátil e o conjunto montado no local.
Nessa montagem, optei por usar os LEDs, esse furo foi removido formando uma superfície plana que foi polida e o mesmo foi feito com a lente do LED e as duas superfícies foram juntadas e o conjunto encapado com espaguete retrátil novamente e assim formando o novo conjunto de faróis para a locomotiva, desse modo a transferência de luz para o farol é bem mais eficiente.
Nos faróis auxiliares, as lâmpadas Miniatronics foram introduzidas nos receptáculos dos Ditch Lights originais da locomotiva e os fios passados pelas partes internas da carcaça da locomotiva, deixando as pontas livres para a soldagem nos terminais do decoder.
Uma terceira lâmpada foi usada para a iluminação da cabine. Um furo de diâmetro compatível foi feito na parte superior da peça clara que forma a cabine de modo que ficasse bem próximo ao teto da locomotiva. Para evitar passagem de luz pelo plástico da carcaça, foi usado fita isolante para cobrir a cabine e o conjunto montado, sem problemas,  usando as presilhas já injetadas na peça pela Frateschi.
O esquema dessa montagem pode ser visto nos diagramas e fotos acima e ao lado.

REMAPEANDO OS BOTÕES DE FUNÇÃO E AJUSTES DE CVs



A lista do mapa de funções do decoder pode ser vista na página 05 do Diesel User's Guide.
Por ela vemos que alguns botões mudaram de função, principalmente, para nós (no caso eu).
As funções F5 e F6 que normalmente, em outros decoders mais antigos eram associados a funções de luzes, neste decoder, eles são destinados a um efeito que acelera o motor sem que a velocidade atual da locomotiva seja alterada. Descrevendo esse efeito, com a locomotiva parada, por exemplo, podemos acelerar o motor até o ponto 8 (F5) e desacerela-lo até o ponto 1 novamente (F6). Mais um toque no F6, a locomotiva entra em processo de desligamento.
Se novamente acionarmos o botão F5, ela inicia o processo de partida do motor.
Esse é um recurso interessante e bem desejável para uma operação mais realista e não vale a pena ser modificado.
Podemos ver pela tabela que vários botões de função não estão ainda designadas a nada, como F10, F12, F15 a F22 e F28.
Podemos ver também que as funções das saídas FX3, FX4, FX5 e FX6, estão associadas aos botões de função F24 a F27, respectivamente, ou seja, para ligarmos a função FX3 devemos ligar a função F24. Infelizmente, os controladores DCC não têm 28 botões de funções. Para acionarmos as funções acima de F9, dependendo do controlador em uso, temos que usar uma tecla "Shift" e em seguida os números da função desejada. Isso torna a operação mais complicada do que seria desejável.
Felizmente, nos decoders mais avançados, como esse, tudo pode ser reprogramado com a ajuda dos CVs.
No nosso caso, seria interessante que, para acionarmos as funções que desejamos, ligar os faróis auxiliares e a luz da cabine, usássemos dois botões (um para cada função naturalmente) e entre os que não necessitam o uso da tecla "Shift", mas para isso, teremos que sacrificar alguma outra função já designada para os botões restantes no nosso controlador. 
Dentre as funções que temos a nossa escolha, as que seriam menos usadas seriam as funções F7 (Dimmer) e F8 (Mute). A função Dimmer (F7), abaixa a intensidade das luzes da locomotiva e a função Mute (F8), como nas nossas TVs, desliga o som momentaneamente.
Eu não vejo tanta importância nessas funções em relação as que eu quero implementar para a minha locomotiva, que são a ligação dos faróis auxiliares (ditch light) e luz da cabine, então resolvi usá-los, mudando sua utilização.
No diagrama da placa, apresentado mais acima, podemos ver que os faróis auxiliares foram ligados às saídas FX3 e FX4 e a nossa luz de cabine está ligada a saída FX5, controladas, respectivamente, pelas funções F24, F25 e F26. O que devemos fazer então é reprogramar essas saídas para as funções que desejamos.
Na página 35 do Diesel User's Guide Manual podemos ver na tabela maior (M Efect Map Registers), como podemos mudar as funções dos nossos botões de função.
A tabela maior apresenta os registros que devem ser mudados para que os botões assumam as funções que desejamos e na tabela menor (Value=Function Key), os valores que devemos colocar nos respectivos CVs para que isso seja feito, então temos que para F0 devemos colocar o valor "0", para a função F1 o valor "1" e assim por diante até 28 para F28. Os valores entre 29 e 254 são reservados e o valor 255 desabilita o efeito.
No nosso caso, queremos que a função de FX3 e FX4 (ditch lights), seja acionada pelo botão de função F8 (um só botão para acionarmos as duas saídas), então em seus registros (CVs 259 e 260) devemos colocar o valor "8" para que as duas saídas sejam acionadas pelo botão F8, ao mesmo tempo. Com isso acendemos os dois faróis auxiliares (FX3 e FX4) com apenas o apertar de um botão (F8).
Para a Luz da Cabine, controlada pela saída FX5 (registro 262) devemos colocar o valor "7" para que seja agora acionada pelo botão de função F7.
A função Dimmer, agora passará a ser acionada pela função F26 (registro 273 valor 26) e a função Mute, pela função F24 (registro 274 valor 24).

Observação Importante - Note que na tabela aparece o número "1" antes de cada CV (CV 1.257). Isso quer dizer que eles são registros indexados e dependem do valor de um outro CV ( no caso o CV 32) para serem acessados. Ainda não compreendi muito bem como isso funciona e qual a real utilidade desse processo, mas verificando o CV 32, seu valor estava "setado" para 1 e desse  modo, não houve dificuldade em realizarmos a operação. 

EFEITO GRADE CROSSING LOGIC 


Quando, anteriormente, instalei o decoder Lais DCC nessa locomotiva, verifiquei que ele também me dava a possibilidade de acrescentar um efeito bastante interessante que existia em minhas locomotivas da Broadway. 

Com os ditch lights acesos, ao acionarmos a buzina, os ditch lights piscam alternadamente enquanto a buzina estiver acionada e por mais algum tempo depois. Esse efeito é interessante pois simula uma ação real nas ferrovias. Sempre que a buzina é acionada, os faróis auxiliares começam a piscar tornando a locomotiva mais visível para quem está na passagem de nível.
Ao trocar o decoder para o Econami procurei como implementar esse efeito e o resultado não foi direto e uma leitura com mais atenção do manual ajudou muito na definição das ações necessárias para implementar os efeitos.
No decoder Lais DCC isso é feito com a ajuda da Tabela 11 na página 3 do folheto que acompanha o manual. Como é um decoder mais simples, não há muitas explicações de como isso é feito, mas no decoder Econami, o processo é mais complicado, ou seja, o processo é feito com mais etapas a serem cumpridas e/ou estudadas. 
Esse efeito é chamado de "Grade Crossing Logic". O que é isso?
Pelas regras das ferrovias, principalmente nos EUA, mas também acontece aqui no Brasil (ver vìdeo abaixo).



O trem, na iminência de cruzar uma passagem de nível, deve acionar um toque especial de buzina que consiste de dois toques longos, seguido de um toque curto e outro toque longo que deve durar enquanto a, ou as locomotivas, estiverem cruzando a passagem. Além disso, o sino também pode ser acionado, se quisermos.
Para implementarmos isso teremos que estudar como estão estruturados os CVs que controlam os efeitos de luz 
no Econami.

Na figura acima, extraída do  manual Diesel Technical Reference, podemos ver a estrutura de um CV de controle de efeitos de luz no Econami. Os CVs diretamente envolvidos no efeito vão de 49 a 54.
Um CV é composto de um registro digital (Byte) de oito Bits (nomeados individualmente de Bit0 a Bit7).
Em cada Bit (como já descrevi em outros Blogs) podem ser colocados apenas Zeros e Uns (0 ou 1) e em cada um dos Bits, eles assumem valores que variam de zero a cento e vinte e oito (0 a 128), ou seja, um "1" colocado no Bit0 assume o valor 1, no Bit1 o valor 2, no Bit2 o valor 4 e assim por diante, sempre dobrando o valor até que na posição do Bit7 seu valor corresponde a 128, como podemos ver nos valores listados abaixo da representação do registro.
Se somarmos todos esses valores acharemos o total de 255 que é o valor máximo que podemos colocar em um CV.
Podemos ver também que cada Bit tem um nome próprio, assim os Bits Zero a Quatro (Bits 0,1,2,3 e 4) são nomeados EFx, sendo x a sua posição relativa no CV. O Bit5 é denominado PHSE, o Bit6 recebe o nome de XING e o Bit7 tem o nome de LED e cada um deles colabora com uma função especial no conjunto. 
Os Bits EFx selecionam o efeito que daremos à nossa saída, descritos na tabela ao lado. 
Podemos ver que estão envolvidos cinco Bits e com esses cinco Bits podemos contar 32 possibilidades diferentes, mas só temos vinte e seis efeitos, na realidade (de 0 a 25). Valores acima de 25 até 32 não têm efeito. 
Esqueçamos por enquanto os Bits 5, 6 e 7 (valores zero para eles) e vamos nos dedicar apenas aos Bits EFx. 
Se quisermos apenas que nossa luz acenda e apague, conforme nosso comando, colocaremos no nosso CV o valor ZERO, se quisermos uma luz que possa ser regulada (Dimmable Headlight), colocaremos no nosso CV o valor 1, efeito Mars Light, o valor 2 e assim por diante, até o valor 25 para Single Flash Strobe 2. Com isso, ao apertamos nosso botão de função, F0, por exemplo, nosso farol acende a apaga, simplesmente ou apresenta o efeito que escolhemos para ele, de acordo com o valor que escolhermos no nosso CV. 
Entram em ação agora os demais Bits (5,6 e 7). O Bit6 é o que nos interessa no momento. Ele aciona ou não o efeito Grade Crossing Light. 
Se setarmos o Bit6 (colocarmos 1 em seu registro), o efeito será ligado, se deixarmos o valor 0 o efeito não  será efetuado. Então para que nossos faróis auxiliares pisquem ao acionarmos a buzina de nossa locomotiva, devemos colocar 1 no Bit6 dos CVs que acionam nosso faróis, que no nosso caso são dois CVs envolvidos (FX3 e FX4 - CVs 51 e 52, respectivamente). 
Como foi dito mais acima, ao colocarmos o valor 1 em um Bit esse "um" assume um valor relativo a sua posição dentro do registro. Como nosso 1 está colocado no Bit6 ele tem agora o valor 64 (2 elevado a sexta potência ou 2x2x2x2x2x2=64), então para ligarmos o Bit6 ou o efeito XING de nosso CV devemos somar 64 ao valor que escolhermos para nosso efeito. 
Observemos porém que no nosso caso, temos dois CVs envolvidos (FX3 e FX4 - CVs 51 e 52) mas se colocaremos o mesmo valor nos dois CVS, eles provavelmente apresentarão o efeito ao mesmo tempo e isso não é o que queremos. 
As locomotivas reais apresentam as luzes piscando alternadamente e não ao mesmo tempo. Como resolver isso? 
Entra em ação agora o Bit5, PHSE. 
O Bit PHSE determina a fase do nosso efeito. 
O melhor jeito de explicarmos isso é com um exemplo e para isso vamos usar o movimento das rodas motrizes de uma locomotiva a vapor. 
Podemos dizer que o pino que liga a roda à biela do pistão assume várias posições de acordo com o movimento da roda. Quando está em cima podemos dizer que está a zero graus, quando diretamente a frente, 90 graus, totalmente abaixo, 180 graus, diretamente para trás, 270 graus e novamente a zero graus (ou 360 graus) quando novamente está em cima. A roda do outro lado do eixo, solidariamente conectada a esta, segundo já estudei, sempre está noventa graus defasada (adiantada ou atrasada - não sei) em relação a esta. Isso se dá por motivos de construção que ainda não encontrei explicação. Antigamente eu pensava que o movimento era defasado de 180 graus, mas não é. 
Cento e oitenta graus de defasagem significa que enquanto uma coisa está acima, a outra está abaixo, se uma está para frente, a outra está para traz e assim por diante e isso nos dá o efeito oscilante, ou seja acima/abaixo, para frente/para traz, aceso/apagado e é isso que queremos para o nosso farol (um aceso, o outro apagado e oscilando defasados em 180 graus, entre si). 
O Bit PHSE determina isso. Para que um farol acenda enquanto o outro apaga, devemos dizer aos CVs que eles devem estar 180 graus defasados, um em relação ao outro e para isso devemos setar (colocar 1) esse Bit, em um dos CVs. Colocar Zero ou Um nos dois CVs ao mesmo tempo, os trará de novo para a defasagem zero entre si ou em fase. 
Como o Bit PHSE corresponde ao Bit5 do registro, seu valor relativo é 32 (2x2x2x2x2=32) então devemos somar esse valor ao CV que queremos que fique defasado em relação ao outro. Não importa qual, pois aquele que receber o valor estará defasado em relação ao que não recebeu. 
O Bit7 ou LED ainda não estudei seu efeito, mas o manual diz que serve par compensar diferenças entre luzes com Lâmpadas Incandescentes e LEDs. Não testei isso, portanto não tenho como opinar sobre o assunto. 
Ainda sobre efeitos luminosos, podemos citar os CVS 57 e 58 que ajustam a direcionalidade dos efeitos (frente e ré). Não os estudei ainda, mas seria interessante saber com  funcionam pois podem ser importantes quando tivermos uma locomotiva com ditch light nos dois passadiços e os quisermos acender de acordo com a direção tomada pela locomotiva.
O CV 59 ajusta a velocidade do efeito de piscar das luzes. Valor 0 minimo, 15 máximo. Ajuste-os de acordo com seu gosto. 
O CV 60 ajusta o tempo no qual o efeito Grade Crossing fica ativo. Interessante notar que enquanto a buzina estiver tocando o efeito está presente e após o término do efeito sonoro esse CV ajusta o tempo em que o efeito de piscar ainda estará presente. Convém ajustar esse CV também a seu gosto. 
Os CVs 61 e 62 são denominados Brightness Registers 1 e 2, mas ainda não os estudei para descrever seus efeitos. 
O CV 63 ajusta o nível de esmaecimento das luzes (Dimmer Level). Também não foi estudado ainda. 
Ainda no tópico Grade Crossing Logic, no CV 122 existe o Bit BXING (Bit7) que permite acionar também o sino durante a passagem da locomotiva pela passagem de nível. Setando esse Bit, além de psicar as luzes, o sino também começa a tocar durante a passagem da locomotiva pela PN. Os Bits 0 a 5 desse CV ajustam o tipo de sino (são 7 tipos) e seu seu ritmo (lento, meio lento, meio rápido e rápido), valores obtidoa em muma tabela no Diesel Techinical Reference. 
Podemos citar também que de acordo com o efeito escolhido, seu comportamento pode variar ao final do ciclo de funcionamento. Para o Ditch Light existem duas opções. Se escolhermos Ditch Light 1 (CV=9), ao final do ciclo de cruzamento, o efeito apaga as luzes dos faróis. Para que continuemos com eles acesos, devemos escolher o efeito Ditch Light 2 (CV=10).
Todos os dados aqui descritos podem ser obtidos com a leitura atenta dos manuais que podem ser obtidos na Internet no site da Soundtraxx. O folheto que vem com o decoder não acrescenta nada além de uma instalação básica e se quisermos fazer uma instalação personalizada, é primordial que esses manuais sejam obtidos e lidos com atenção.

Como faço parte do Grupo dos Sem Maquete, não tenho imagens dessa instalação, mas poderão ser acrescentadas a esse blog em alguma ocasião. Pretendo fazê-las ainda.

Por enquanto é só, Amigos. Espero que tenham gostado e consigam tirar algum proveito desse texto.

Até uma próxima postagem.

J.Oscar

quinta-feira, 23 de junho de 2016

INFELIZMENTE, UMA NOTA TRISTE

Olá Amigos!

Prometi que haveria outros Blogs sobre a adaptação do Econami ECO-100, mas infelizmente, hoje durante a fase de testes e ajustes dos CVs, aconteceu um acidente e um dos terminais do auto falante encostou em um dos trilhos da bancada de testes e
PUFFF!!!!! o decoder explodiu. Tá mortinho da silva. 
Então, cumpre-me pedir desculpas, pois até que eu possa comprar um novo, o restante do Blog sobre o assunto irá atrasar um pouco.
Estou agora tomando coragem apara iniciar uma nova instalação de outro decoder de som em uma Athearn SD 40-2, mas para evitar novos acidentes, vou ter que providenciar modificações em minha rotina e na bancada de testes, então tenham paciência que ainda virá alguma coisa no futuro.

Saudações

J.Oscar

quarta-feira, 22 de junho de 2016

DECODER SOUNDTRAXX ECONAMI ECO-100 APRESENTAÇÃO, INSTALAÇÃO E AJUSTES NA FRATESCHI GE AC-44i - PARTE 01

Olá Amigos!

Há algum tempo venho descrevendo, nesse meu Blog, as instalações de decoders em várias locomotivas e nos últimos dois, na Frateschi AC-44i.
Fizemos uma primeira instalação na minha AC-44i e depois, em um segundo Blog, descrevi a instalação, em um outra locomotiva de um amigo, na qual fiz uma modificação nas ligações das saídas de luzes da locomotiva acrescentando, além das que foram feitas na instalação anterior, a instalação de uma luz de cabine, acionada pela função F6. 
Desta vez vou tentar mostrar essas mesmas etapas para a instalação de um decoder de som (Soundtraxx Econami - ECO 100), substituindo a instalação anterior do decoder Lais DCC e tentarei descrever os ajustes necessários para que o decoder funcione com as mesmas características colocadas na instalação anterior, além de acrescentar o som, é claro.
Pode parecer redundante e até mesmo simples fazer essa instalação, já que, a princípio, de diferente, teríamos apenas o acréscimo da ligação do som, mas o decoder Econami ECO 100, tem um leque de particularidades interessantes, um manual de instalação bem mais complexo que o Lais Dcc e um mapa de funções bem diferente do que podemos ver no decoder anterior e para colocarmos em funcionamento as mesmas funções, vai requerer um entendimento bem mais completo do manual de instruções.
Para essa instalação precisei buscar na Internet quatro manuais que serão muito úteis na instalação, além do folheto que vem com o decoder.
1 - http://www.soundtraxx.com/manuals/Sound-Selection_Diesel.pdf
Este manual, com quatro páginas, dá uma explanação geral do decoder e está resumidamente apresentado no decorrer desse Blog.

2 - http://www.soundtraxx.com/.../Econami-Diesel-Tech...
Este manual, com 106 páginas, fornece uma explicação detalhada do funcionamento do decoder e seus ajustes.

3 - http://www.soundtraxx.com/.../Econami_Diesel_Users_Guide.pdf
Este manual, com 58 páginas de informações sobre programação básica e avançada é umka ajuda bastante eficazpara uma primeira apresentação do decoder.

4 - http://www.soundtraxx.com/.../Econami-Diesel-Quick-Start...
Este, com oito páginas, serve de guia para encontrar nos demais os assuntosa mais pertinentes para uma instalação do decoder.

A leitura atenta desses manuais dará ao modelista um entendimento bastante completo da estrutura de instalação do decoder e seus ajustes, portanto antes de darmos o primeiro passo no serviço, precisaremos fazer uma leitura atenta dos manuais. 

APRESENTANDO O DECODER ECONAMI ECO-100

O decoder Econami ECO 100, tem uma estrutura, um pouco diferente dos decoders mais comuns no nosso mercado e algumas de suas saídas estão designadas para fios de cores diferentes, além de que, seu mapa de funções apresenta algumas diferenças em relação ao que estamos mais acostumados.


Acima podemos ver o esquema de ligação do decoder Soundtraxx Econami ECO-100.
Imediatamente podemos notar algumas diferenças na cores dos fios e suas funções.
De um lado, temos:
Vermelho/Preto - Captação de energia dos trilhos
Laranja e Cinza - Motor
Amarelo - Farol traseiro
Branco - Farol dianteiro
Azul - Comum para as saídas de funções (positivo (+))
Verde/Amarelo - Comum da fonte de alimentação interna (negativo (-))
Do outro lado, temos:
Marrom - Saída para a função FX4
Verde - Saida para a função FX3
Lilaz (2 fios) - Saidas para ligação do auto falante (8 Ohms - 1W)

TABELA DE FUNÇÕES

Na tabela ao lado, podemos ver todas as funções associadas a esse decoder.
De início, vemos que existem várias semelhanças com os decoders já mais conhecidos e normais. 
De F0 a F4 é idêntico aos demais decoders.
F0 - Luzes, F1 - Sino, F2 - Buzina longa, F3 - Buzina curta e o F4 - Freio dinâmico, mas nas funções F5 e F6, já podemos notar algumas diferenças o que já é um complicador para a instalação que queremos fazer em nossa locomotiva.
Sabemos que cada fabricante tem o direito de criar seu mapa de funções e normalmente os botões F5 e F6 estão associados a efeitos de luz, mas neste foram acrescentados dois efeitos bastante interessantes e que é bastante importante serem preservados do jeito que estão.
No nosso decoder Econami, o F5 e F6 funcionam como um acelerador e desacelerador do som do motor diesel da nossa locomotiva. O uso mais imediato é simular um teste de carga, com a locomotiva parada em uma oficina ou um pátio.
Com o botão F5, a cada toque no botão (no MRC são precisos dois toques seguidos para que ele funcione), o motor acelera do ponto um (Idle) até o ponto 8 (aceleração máxima). 
Com o botão F6, a cada toque (idem ao item anterior para o MRC), ele vai desacelerando do ponto 8 até o ponto 1. Novo toque no botão F6, o motor entra em processo de desligamento, até a parada total.
Um novo toque no botão F5, inicia-se novamente o processo de partida do motor, estabilizando no ponto 1 (Idle).
Uma outra utilização dessa função seria simular uma aceleração do motor em um trem  carregado em uma rampa. 
Como sabemos, não existe uma relação direta entre a velocidade do trem e o ruído de aceleração do motor.
Dependendo da solicitação de carga da locomotiva o motor pode ser acelerado ou desacelerado para uma mesma velocidade e no nosso caso, em uma velocidade constante, podemos através desses botões acelerar e desacelerar o ruído do motor, sem necessidade de aumentar a velocidade da locomotiva.
Quando estivermos andando pela maquete, o controle de velocidade do trem terá que ser feito pelo controle de velocidade normal do nosso controlador DCC. Estas funções, do F5 e F6, aumentam apenas o ruído de aceleração do motor, mas não interferem na velocidade da locomotiva.
Seguindo com a descrição dos boitões de função temos:
F7 - Dimmer, que diminui o brilho de todas as luzes acesas na locomotiva.
F8 - Mute, silencia o ruído do motor. Ao ser novamente apertado volta com o ruído no mesmo nível em que foi silenciado. 
F9 - Grade Crosing Signal, é uma nova e interessante função que normalmente não é vista em outros decoders. Vejam o vídeo a seguir.
O trem, ao passar por uma passagem de nível, nos EUA, tem que emitir um toque específico que consiste de dois toques longos de buzina, saguido de um curto e um toque final longo, que deve continuar enquanto a locomotiva passa pela passagem de nível. Usar essa função nos permite dar esse toque automaticamente. 
F10, F12, F15 a F22 e F28 estão livres e podem ser usados de acordo com a vontade do modelista. 
F23 - All Aboard, ao ser acionado nos brinda com o chamado do condutor ou maquinista para que os passageiros entrem no trem e em seguida temos o ruido de portas sendo fechadas. A quantidade de portas pode ser regulada de acordo com o gosto do modelista.
F24 e F25 comandam os efeitos luminosos FX3 e FX4, correspondentes as saídas com os fios Verde e Marrom, que na nossa montagem serão ligados aos faróis auxiliares.
F26 e F27 só são utilizadas nos modelos ECO-200.

TABELAS DE BUZINAS E SINOS

Através dos CVs 120 e 121 podemos escolher o tipo de buzina que iremos colocar em nossa locomotiva. São 16 efeitos sonoros disponíveis ao gosto do modelista. Podemos "customizar" nosso modelo com a buzina real com que ele foi equipado ou escolher entre os modelos disponíveis, aquele que mais nos agradar.
Mais abaixo, podemos ver a tabela com os tipos de sinos disponíveis. Os sinos são selecionados pelos valores colocados no CV122. 
Dependendo do fabricante do modelo, existem até quatro rítimos que podemos selecionar para o sino de nossa locomotiva (Lento, Médio Lento, Médio Rápido, e Rápido). 
Os fabricantes dos modelos podem ser EMD, GE e ALCO, também temos a simulação de um sino eletrônico, um sino de bronze (Brass - com quatro rítimos), um sino de bronze pesado (Heavy Brass - também co  quatro rítimos) e finalmente um gongo.
TABELA DE MOTORES, COMPRESSORES E ENGATES

Outra característica muito interessante do decoder Econami é que, diferentemente dos decoders mais normais, ele já tem programado em si, o som de cinco motores diferentes, como podemos ver na tabela acima e que podem ser acessados através do CV123. O decoder pode ser usado em vários modelos de locomotivas e fabricantes, tanto GE, como EMD e ALCO.
Pelo CV124, podemos selecionar o compressor adequado para o fabricante de nosso modelo de locomotiva. 
Pela tabela ao lado podemos ver os vários efeitos sonoros relativos ao engate que podem ser acessados pelo CV126.
Outra característica que podemos usar no decoder Econami é que cada um dos efeitos sonoros podem ter seu volume ajustado separadamente. Cada efeito tem um CV específico que pode ser ajustado para controlar o volume do som de cada um deles. 
Os CVs utilizados para esses ajsutes, vão do CV129 a CV150 e estes CVs formam um Mixer. Depois de ajustado, cada um dos volumes individuais de cada efeito sonoro, esse Mixer pode ter seu volume final ajustado pelo CV128.

Um cuidado que devemos levar em consideração é que devemos ter cuidado ao ajustar esses sons de modo que não haja distorções na saída do Mixer. A potencia de saída para cada canal é bem limitada e volumes muito altos para várias saídas usadas ao mesmo tempo, podem gerar
ruídos e distorções indesejáveis no resultado final.
Pois bem, Amigos, essa é uma explanação inicial desse poderoso decoder. 

Nos Blogs seguintes, conforme eu for me adiantado na montagem real da locomotiva colocarei aqui os resultados do que for sendo aprendido e feito. 

Espero que gostem e que seja útil para vocês de alguma maneira.

Saudações 

J.Oscar

domingo, 5 de junho de 2016

UMA ADAPTAÇÃO INTERESSANTE EM UM DECODER LAIS DCC EM UMA INSTALAÇÃO NA FRATESCHI AC 44i

Olá Amigos!

Há algum tempo atrás, fiz aqui um relato da instalação de um decocer Lais DCC na minha locomotiva  GE AC 44i da MRS, fabricada pela Frateschi.
Naquele relato, citei as calibrações que precisamos fazer nos CVs do decoder para que ele funcione a contento em um  controlador DCC que não seja o NCE, sendo minha narrativa mais direcionada para uso com o controlador da MRC.
Dentre essas modificações estão as necessárias mudanças nas funções dos botões F1 e F2, a associação das saídas Verde e Lilaz aos botões F5 e F6 e depois a adição de efeitos especiais a essas saídas.
Em minhas montagens, eu não gosto muito de ter os faróis associados a direção da locomotiva. Acho pouco realista que o acionamento dos faróis fiquem associados a botão de direção da locomotiva. Prefiro que os dois faróis seja acionados diretamente, esteja a locomotiva andando para frente, esteja a locomotiva andando para trás.
Do mesmo modo, o acionamento dos faróis auxiliares deveria ser feito por apenas um botão (F5 ou F6 e não ter que acionar os dois botões para que os faróis acendam). Para isso tivemos que associar os fios Verde ou Lilaz, por exemplo, à saída acionada pelo botão F5 e foi o que eu fiz.
Com essas modificações implementadas, o botão F6 fica sem função, podendo ser usado para alguma outra função se nos for possível. Do mesmo modo, não há necessidade de usarmos duas saídas (fios Branco e /ou Amarelo) para acionamento dos faróis principais da nossa locomotiva,
Fazendo isso, os faróis estão funcionando em conjunto (ver desenho abaixo), independentes da direção da locomotiva, eles podem ser ligados em uma só saída, podendo os dois LEDs ou lâmpadas, com as devidas precauções em relação a nível de corrente necessário ou a dissipação de potência dos resistores, serem ligadas a uma só das saídas (fio Branco ou Amarelo), ficando a outra saída livre.

Como podemos ver no desenho esquemático acima, a saída do farol dianteiro (fio Branco) é comum aos dois faróis (dianteiro e traseiro) e os fios de retorno dessas Lâmpadas ou LEDs, são ligados a dois resistores independentes, somente para melhor controle da corrente resultante da montagem.
Ao usarmos LEDs comuns, devemos observar a dissipação de potência sobre os resistores redutores de corrente, pois a tensão em um decoder é fixa, independente da velocidade da locomotiva e, nesse caso, dependendo da corrente que usarmos para acender os LEDs, os resistores podem não suportar a dissipação de potência sobre eles, esquentando demais, podendo super-aquecer componentes ou partes da locomotiva, próximos ou até queimar por excesso de temperatura .
O fio Amarelo, correspondente ao farol traseiro, fica livre para ser usado em outra função.
Com isso devidamente colocado em funcionamento, resta-nos apenas associar a nossa saída livre (fio Amarelo ou Branco - optei por usar o fio Amarelo) ao botão F6 (optei por deixar o ditch-light sendo acionado pelo botão F5).
Nosso Lais Dcc suporta até 100 mA em cada saída de acessórios, portanto devemos manter a corrente em cada saída em um valor o mais baixo possível. LEDs acendem com brilho suficiente com correntes de 10 mA, independente de serem de alto brilho ou comuns.
Existem a venda no nosso mercado dois tipos de Lâmpadas Tipo Grão de Arroz, que funcionam com tensão de 1,5V. Uma delas tem cerca de 2mm de diâmetro e consomem uma corrente de cerca de 36/40mA. Apesar de usarem tensão de 1,5V essas não nos servem, pois a corrente solicitada faz com que a dissipação de potência sobre os resistores ficará acima dos 250mW (miliwats) que os resistores que usamos (normalmente de 1/4W - 250mW) e resistores de maior potência, além de serem amsi difícil de encontrar, são grandes e temos limitação de espaço na nossa montagem. Se, em nossa montagem pudermos usar lâmpadas em série, esse problema pode ser minimizado e elas poderiam ser usadas, mas isso normalmente não acontece. Essas lâmpadas não encaixam diretamente nos locais dos faróis auxiliares da AC-44i e temos que aumentar o diâmetro do locais com uma broca.
O outro tipo de Lâmpadas Grão de Arroz que podemos encontrar a venda, são fabricadas pela Miniatronics (Code: 18-001-10) e têm 1,2mm de diâmetro e um consumo de 15mA, o que é bastante bom para o nosso uso. Do mesmo modo que as anteriores, a tensão resultante sobre os resistores será a mesma, mas como a corrente necessária é cerda de 1/3 da anterior, a dissipação de potência será bem menor e dentro do limite do resisto e assim podemos usá-los sem perigo de esquentar ou queimar.

AJUSTANDO OS CVs DO DECODER.

Para isso temos que ter acesso às duas tabelas ao lado e abaixo. A primeira poderia ser acessada pelo folheto que acompanhava a compra do decoder (deveria vir junto com ele, mas o colega que comprou o decoder para eu instalar em sua locomotiva recebeu, junto com ele, apenas um cartão de visitas da Paiol Modelismo), mas podemos encontra-lo na Internet, também e a segunda pode ser acessada no Lais Dcc Decoder Manual V1, que também pode ser obtido na Internet.
Na tabela ao lado, podemos ver os CVs associados ao fios Branco, Amarelo, Verde e Lilaz, correspondentes às saídas para o farol dianteiro, traseiro e as saídas controladas pelos fios Verde e Lilaz.
Inicialmente, temos que ajustar os CVs para que os faróis funcionem a contento. Como queremos que eles funcionem em ambas as direções, devemos ajustar os CVs 49 e 50 correspondentes aos fios Branco e Amarelo com o valor 32, para que eles mantenham as luzes acessas com a locomotiva andando tanto à frente como a ré, sempre que assim o quisermos. Depois podemos colocar outros valores para adicionarmos outros efeitos a essas luzes, como que descreverei mais a frente.

O segundo passo é associarmos o fio Amarelo ao botão F6 e para isso temos que olhar a segunda tabela (acima). Por ela vemos que o o acionamento dessas luzes são associados ao botão F0 e seus CVs (Nº 33 e 34) que contém os valores 1 e 2, respectivamente.
O farol frontal deixaremos sendo acionado pelo botão F0 e portanto não mudaremos seu valor, mas o farol traseiro, vamos associá-lo os botão F6, que ficou sem função, como descrito mais acima.
Pela tabela vemos que os CVs correspondentes aos botões F1 a F6 devem ter os valores 4, 8, 16, 32, 64 e 128, respectivamente. No nosso caso, temos que mudar o valor do CV34, que controla o fio Amarelo, do valor atual que é 2 para o valor 128, que corresponde ao valor necessário para que ele responda ao comando do botão F6. Bem simples, não?
Com isso, ao acionarmos o botão F6, estaremos agora acionando a saída que alimenta o fio Amarelo.
O modo de acionarmos as luzes dos faróis auxiliares com o botão F5 foi descrito no Blog anterior.
Também lá descrevemos como adicionar o efeito ditch-light que é fazer com que as luzes pisquem ao acionarmos a buzina (F2). Mesmo que nosso decoder seja sem som, nada impede que possamos ter o efeito em uma passagem de nível na nossa maquete, onde realisticamente é obrigatório o uso da buzina durante sua passagem.
Então, como ficou nossa montagem?
Os faróis dianteiro e traseiro estão acionados, conjuntamente, pelo botão F0, e não mais serão direcionais. Todos os demais efeitos disponíveis para esses farol ainda estão disponíveis para serem usados ao gosto do modelista, bastando colocarmos os valores correspondentes que podemos obter na primeira tabela.
Os faróis auxiliares estão sendo acionados pelo botão F5.
O efeito ditch-light, que é piscar os farois auxiliares alternadamente ao acionarmos a buzina, é acionado ao acionarmos o botão F2.
Agora, qual seria a função do nosso botão F6?
Podemos, por exemplo, usá-lo para iluminar a cabine da nossa locomotiva.
Podemos usá-lo para iluminarmos os number-boards independentemente do acionamento dos faróis.
Podemos usá-lo para adicionarmos um beacon-light no teto de nossa locomotiva.
Podemos adicionar um outro farol em nossa locomotiva.
Podemos usar essa saída para, em uma locomotiva a vapor, simularmos o fogo na caldeira, fazendo o luz piscar aleatoriamente.
As opções são várias e só dependem de nossa imaginação.
Voltando a nossa Tabela 11 (lá em cima!), podemos ver que o fio Amarelo, que agora é acionado pelo botão F6, é uma saída livre e também pode ter associado a ela todos os efeitos luminosos que podemos associar a qualquer uma das saídas do nosso Lais DCC. Podemos ou não, por exemplo, fazer com que ela seja funcional independente da direção tomada pela nossa locomotiva, podemos fazê-las piscar aleatoriamente, piscar como estrobe simples, duplo, flash-light e todos os efeitos descritos na tabela, conforme nossa vontade.
Outra idéia que tive e usei nessa montagem foi manter os diodos originais com que a Frateschi equipa a locomotiva.
Com o sistema de guia de luzes usado na locomotiva, devido a baixa qualidade do plástico usado e do sistema de direcionamento das luzes com os LEDs afastados dos guias de luz, a eficiência da iluminação é de baixíssima intensidade e qualidade. As luzes nem parecem que estão acesas.
Do mesmo modo que descrevi no Blog anterior, eu cortei os guias de luz dos faróis dianteiro e traseiro e no lugar de introduzir lâmpadas grão de arroz nela, usei os LEDs originaais que vêm com a locomotiva par iluminá-los.
Primeiramente, como no outro Blog, cortei parte dos guias de luz e dei um polimento na área do corte. Tirei a parte abaulada dos LEDs com uma lixa e dei um polimento na superfície resultante. Cortei um pedaço de espaguete termo retrátil e encapei o conjunto formado pelo LED e o guia de luz. Com um fero de solda, encolhi o espaguete de modo que o LED ficasse colado com o guia de luz, com isso a transmissão de luz para os faróis fica muito mais eficiente.
Fazendo isso de maneira cuidadosa, o conjunto pode ser encaixado no rebaixo que existe sob a cabine, deixando a instalação bem compacta. O mesmo acontece com o farol traseiro e o espaço necessário para a instalação do decoder e dos resistores não é de maneira nenhuma afetado.
Por mais fios que tenhamos que adicionar fios ao conjunto do decoder com os resistores, o espaço necessário para a instalação está preservado e suficiente para a instalação.
Como precaução e como foi descrito no artigo do Blog anterior, devemos cortar a pistas desnecessárias na placa da Frateschi, isolar com fita isolante as áreas onde iremos colocar o decoder e os resistores, devemos arrumar, da melhor maneira possível, os fios que ligam as lâmpadas e LEDs de modo que o fechamento da carcaça se dê sem problemas.
Feito isso, é só curtir o resultado.
Abaixo, um vídeo com os resultados.

Por enquanto é só, Amigos. Espero que tenham gostado e consigam tirar algum proveito desse texto.

Até uma próxima postagem.

J.Oscar







sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

DESTRINCHANDO A NOVA AC-44i DA FRATESCHI - PARTE 02

Olá Amigos!
Como vimos no artigo anterior, Destrinchando a AC-44i da Frateschi - Parte 01, eu já tinha instalado um decoder Lais DCC na locomotiva, mas foi uma instalação bem genérica sem mudar nada na programação dele, somente para verificar se o decoder suportaria os dois motores e o que mais seria necessário para uma instalação completa.
Não tem muita complicação nessa parte. O decoder funciona muito bem e a única coisa que eu observei é que os Leds usados pela Frateschi são muito fracos e não iluminam muito bem os faróis e os ditch lights.
No artigo também sugeri o uso de lâmpadas tipo grão de arroz da Miniatronics que são bem pequenas e consomem pouquíssima corrente, cerca de 15mA, com uma tensão de 1,5V. Mostrei também como calcular os resistores de limitação de tensão e corrente para que elas não se queimassem, pois as saídas do decoder fornecem uma tensão bem maior, para uso com Leds ou lâmpadas de tensão maior, como por exemplo 12/16V.
Falei também que existem no nosso mercado lâmpadas vendidas como sendo do tipo grão de arroz, só que elas são um pouco maiores e também consomem uma corrente bem mais alta, com 2mm de diâmetro e cerca de 40mA de consumo, mas que ainda poderiam ser usadas se coubessem nos furos a elas destinados na locomotiva. Pois bem, não cabem!
Os furos dos faróis são menores que 2mm e os ditch lights, também não as comportam. Quanto aos faróis, ainda poderiam ser usadas, desde que não colocadas diretamente nos furos, mas sim colocadas próximas a eles, iluminando-os por trás, mas veremos isso mais para frente.
INSTALAÇÃO ANTERIOR
Como disse acima, a instalação inicial do decoder foi bem genérica, como podemos ver na foto a seguir.
Inicialmente foram cortadas a trilhas do circuito impresso que se conectam com a alimentação das lâmpadas e do motor.
No sistema DCC, os drivers das lâmpadas, do motor e do som são alimentados por uma fonte interna que é gerada a partir da alimentação dos trilhos, mas completamente independente deles.
No sistema DCC, nada pode ser referenciado aos fios que alimentam os trilhos, então, seja nas locomotivas da Frateschi, ou em qualquer outra que quisermos adaptar um decoder DCC, nada poderá ser referenciado aos dois fios que partem dos trilhos. Então, para prosseguirmos, devemos cortar qualquer ligação existente entre o resistor e a trilha onde vai ligado o trilho direito e a ligação entre o comum dos Leds e o trilho esquerdo.
A Frateschi usa apenas um resistor de 1k Ohm para os dois faróis. Como os Leds só acendem um de cada vez, dependendo da direção do trem, isso basta, mas para DCC, precisaremos de dois resistores e mudar a polaridade de um dos Leds.
O que eu fiz foi separar a ligação entre os dois Leds e ligar um outro resistor entre o resistor antigo e um ponto depois do corte dessa ligação.
Na junção desses dois resistores liguei o fio Azul do decoder, fazendo a alimentação positiva para os dois Leds.
Com os diodos devidamente polarizados, liguei o fio Branco diretemente a perna do diodo do farol da frente e o fio Amarelo diretamente ao terminal do diodo do farol traseiro. Usei dois pedaços de espaguete termo retrátil para isolar a ligação.
Com isso a transformação estava completada. Foi só colocar no trilho e ela já estava funcionando em DCC, mas os resultados práticos não foram dos melhores.
As guias de luz usadas nesse modelo não estão boas, o plástico usado para os guias de luz estavam muito opacos e mal injetados no modelo que comprei, os Leds estão muito fracos e as coisas não ficaram legais.

DESTRINCHANDO O LAIS DCC
Então resolvI radicalizar. Mudar tudo! Mas, para isso, tinha que verificar se era possível e assim comecei a Destrinchar a AC44i, como descrevi no artigo anterior e agora, vamos destrinchar também o Lais DCC.
Fiação do decoder Lais DCC. À esquerda a fiação normal para ligação de motor, trilhos alimentação e luzes. À direita os dois fios para ligação do Keep Alive.
O decoder Lais DCC é um decoder supostamente um padrão e seus fios seguem a norma estabelecida para os decoders que usamos normalmente, como vemos a seguir.
Fios Vermelho e Preto - Trilhos Direito e Esquerdo
Fios Laranja e Cinza - Motor
Fio Branco - Farol dianteiro (*)
Fio Amarelo - Farol Traseiro (*)
Fio Verde - Saída Acessório (**)
Fio Roxo - Saída Acessório (**)
Fio Azul - Positivo para alimentação das Luzes
(*) - Os fios Branco, Amarelo, Verde e Roxo, são ligados internamente, cada um deles, a uma chave eletrônica (um Transistor ou dispositivo semelhante), que através de um comando do usuário, liga esse terminal ao Negativo referencial da fonte de alimentação interna, fechando o circuito para alimentação das saídas de acessórios. Para que essas saídas não queimem, elas precisam que as correntes que passam por elas sejam limitadas por uma carga externa, seja uma lâmpada de tensão e corrente adequada, seja um Led com um resistor de limitação de corrente ou qualquer outro dispositivo que atenda essa limitação de corrente.
Os fios Branco e Amarelo são selecionados pelo botão de função F0 e ligam ou desligam os faróis dianteiros e traseiros, de acordo com a direção da locomotiva, selecionada pelo usuário.
(**) - Os fios Verde e Roxo, são normalmente referenciados aos botões de função F5 e F6, mas no decoder Lais DCC eles estão associados aos botões F1 e F2.
No controle da NCE, isso funciona normalmente, mas no controle da MRC os botões F1 e F2 estão associados diretamente às funções que acionam, respectivamente, o Sino e a Buzina das locomotivas equipadas com decoders de Som.
No controlador MRC, o botão F1 tem um comportamento Liga/Desliga, ou seja, aperta para ligar/aperta para desligar. O botão F2, tem comportamento de "push-button", ou seja, aperta -Liga/solta - Desliga. Então, ao usarmos essas saídas em um controlador MRC, ou outro controlador qualquer, em que os botões de função F1 e F2 do controle já sejam pré-determinados, será necessário refazer a programação do decoder para que eles funcionem normalmente como chaves Liga/Desliga.
No folheto/manual que acompanha o decoder, isso não está explicado, nem como deve ser o procedimento para modificar isso. É necessário ir a Internet e baixar o manual "Lais DCC Decoder Manual V1" para saber como resolver o problema.
Continuando a descrição do decoder, no Lais DCC encontramos mais dois fios, posicionados do outro lado do decoder. Esses dois fios são destinados ao uso de um dispositivo que auxilia a operação de locomotivas em trilhos mais sujos ou com mau contato entre as rodas e os trilhos.
Isso é importante em decoders de som, em que um dispositivo chamado Keep Alive mantem a alimentação do decoder, quando um mau contato acontece entre as rodas e o trilho.
Isso não é muito necessário em decoders de movimento apenas, pois a própria inércia da locomotiva mantem o movimento, mesmo com o mau contato, porém, em decoders de som, o problema é mais sério, pois o som é interrompido imediatamente assim que um mau contato acontece.
Os fios tem as cores Azul e Preto. O fio Azul é o mesmo usado para a alimentação das lâmpadas, mas o fio Preto, apesar da cor, não é correspondente ao fio Preto que vai ligado aos trilhos. Esse fio é ligado diretamente ao negativo da fonte de alimentação interna e com sua ajuda podemos medir a tensão fornecida pelo decoder quando precisarmos calcular os resistores de limitação de corrente para os Leds ou lâmpadas "grão de arroz".
Na foto acima, podemos ver como foi feita a medição da tensão de alimentação das saídas de acessórios do decoder leis DCC. Notem que estou fazendo a medição entre o fio Azul (comum das lâmpadas) e o fio Preto da ligação do dispositivo Keep Alive. Se usássemos o fio Azul do Keep Alive, verificaríamos que ele tem a mesma tensão que o fio Azul de alimentação de acessórios, confirmando que ambos estão ligados ao mesmo ponto, ou seja, no positivo da fonte de alimentação interna do decoder.
Na foto a seguir, podemos ver a tensão medida e que será usada para os cálculos dos resistores de limitação de corrente para as saídas de acessórios do nosso decoder. Devemos diminuir dessa tensão o valor da tensão de funcionamento dos dispositivos que vamos instalar nas saídas, sejam eles Leds, lâmpadas, motores etc.
Para as nossas lâmpadas grão de arroz, de 1,5V /15mA, devemos saber que tipo de associação de lâmpadas vamos usar, calcular o valor da tensão para seu funcionamento e diminuir dessa tensão e dividir o resultado pela corrente de trabalho do dispositivo.
No nosso caso, como usamos apenas uma lâmpada para cada saída, termos os seguintes valores para todos os resistores necessários:
14,4V - 1,5V = 12,9V ===> 12,9V / 15mA = 860 Ohms
Se formos procurar nas lojas de material eletrônico, veremos que 860 Ohms não é um valor comercial para resistores. Nessa faixa iremos encontrar resistores de 820 Ohms e o valor seguinte  é 910 Ohms. Devemos escolher sempre o valor superior, pois é mais seguro para o nosso dispositivo. Usar o valor menor, levando em conta a tolerância que encontramos nos resistores, podemos ficar com um valor muito menor e danificar nosso dispositivo. Com o valor superior e ainda levando em conta a tolerância, estaremos mais próximo da  corrente ideal do nosso dispositivo.
No caso de continuarmos a usar Leds, devemos ter em mente que os Leds modernos têm uma tensão de funcionamento mais alta que aquela que seria normal há algum tempo atrás.
Quando estudei e trabalhei com eletrônica, há trinta/quarenta anos atrás, os Leds eram fabricados com tecnologias diferentes e tinham uma tensão de funcionamento de apenas 0,6V. Hoje, Leds de alto brilho, trabalham com tensões bem mais altas que esse valor, da ordem de 3,0V ou até mais. Ao usarmos esses Leds, devemos ver suas especificações e trabalharmos com as tensões corretas para que os nossos cálculos estejam corretos.
Mais acima, mencionei o uso de motores associados a essas saídas. Alguns poderão pensar:
Porque usar um motor?
Podemos, por exemplo, usar algumas dessas saídas para acionar os motores que farão a elevação de um pantógrafo em uma locomotiva elétrica, uma Escandalosa. Um motor, mesmo  pequeno, poderia ter tensão de funcionamento de 12 a 16V, por exemplo, então, nesse caso, só precisaríamos nos preocupar com a corrente que um dispositivo desse tipo solicitaria de sua fonte de alimentação. Se estiver dentro da capacidade da saída utilizada, basta apenas conectá-lo a saída que estará tudo funcionando normalmente. Se ele trabalhar com uma tensão menor, o mesmo procedimento que usamos com as lâmpadas deverá ser seguido.

MONTAGEM DAS LÂMPADAS
Primeiramente fiz a instalação das lâmpadas para os ditch lights no passadiço da locomotiva.
Na foto acima, podemos ver a lâmpadas já posicionadas no passadiço. A cabine e o corpo da locomotiva, foram desmontados para melhor trabalharmos com essa tarefa. Os fios que saem dessas lâmpadas são bem finos e podem ser posicionados sob o chassis, sem que atrapalhe a montagem dos demais componentes da carcaça e a colocação dela no chassis.
Os fios podem ser colados por baixo do passadiço com um pingo de cola cianoacrilato, de modo a não ocupar muito espaço.
O acabamento dos ditch lights são colocados, sem problemas sobre as lâmpadas instaladas.
Para os faróis, teremos um pouco mais de trabalho.
Em locomotivas importadas que já transformei, quando elas usavam guias de luz, estes são feitos com um plástico claro, muito transparente, com as superfícies externas e as faces voltadas para as fontes de luz, extremamente polidas. Com isso a transmissão de luz por dentro do plástico, se faz de maneira muito eficiente. As peças que têm essa função nessa minha locomotiva AC-44i, pelo menos na minha unidade, essas peças estão com um acabamento muito ruim. Estão mal injetadas, com bolhas em seu interior e as superfícies externas são bastante rugosas. Com isso a transmissão de luz fica altamente prejudicada e contando ainda com Leds de brilho fraco, a iluminação dos faróis é muito fraca. Para melhorar isso, eu fiz algumas modificações nos componentes que iluminam os faróis.
Os dois guias de luz dos faróis traseiros e dianteiros, foram cortados em seus comprimentos e com uma broca de 1,5mm, fiz um furo até próximo do ponto onde começa os pinos que são colocados nos furos dos faróis. Justamente nesse ponto, em ambos os guias de luz, havia uma bolha, então estendi o furo até ela de modo a eliminá-la. Com a broca, a superfície interna fica altamente irregular, então devemos tentar fazer um polimento dessa superfície para uma melhor transmissão da luz das
lâmpadas. Use um pequeno chumaço de algodão embebido em algum tipo de polidor e com um pino que entre no furo, gire, gire e gire bastante até que haja uma melhora na superfície interna.
Conselho de Amigo. Use algum tipo de suporte mais grosso para a broca e para o pino de polimento, pois fazer isso apenas com o dedo, resultará em uma dolorida bolha de água.
Depois de fazer o furo, introduza a lâmpada e faça a fixação dela no suporte dos faróis.
Nas fotos a seguir, podemos ver os resultados desse trabalho.

Ainda é válida a opção de usarmos Leds para os farós dianteiros e traseiros. O Ferromodelista pode desejar um brilho maior nos seus faróis. Se for essa opção do modelista, sugiro que um procedimento parecido seja feito. Corte os guias de luz e no lugar da lâmpada coloque um Led. Como não haverá possibilidade de se  introduzir um Led no guia, faça um polimento do corte e com um pedaço de espaguete termo retrátil junte os dois em uma peça única. Eu não fiz essa experiência, mas acredito que bons resultados serão obtidos.
Pois bem, as transformações mecânicas estão terminadas. Agora é remontar a locomotiva e a seguir passar para a calibração dos parâmetros do decoder para um funcionamento dentro das diretrizes que quisermos para nosso modelo.

MONTAGEM FINAL DA LOCOMOTIVA E DO DECODER
Como disse anteriormente nesse artigo, a engenharia utilizada na construção desse modelo está superior a utilizada em, modelos anteriores.
Há algum tempo, desde o lançamento da Escandalosa, não tenho comprado modelos da Frateschi e nada posso falar sobre os modelos lançados nesse intervalo. Possivelmente aconteceu uma evolução gradual nesse intervalo, e talvez isso não tenha surpreendido aos demais, mas na minha opinião, mesmo com alguns pontos questionáveis, os projetistas desse modelo tiveram boas soluções nesse lançamento.
Com base nessas melhorias, a montagem da locomotiva está muito fácil e precisa. As presilhas entre o passadiço e o corpo da locomotiva juntam os dois objetos sem deixar frestas indesejáveis e de maneira bem forte, sem necessidade de aplicação de algum tipo de cola.
A montagem da cabine se dá do mesmo jeito. Uma presilha plástica junta firmemente o teto da cabine ao topo do corpo longo e  os dois pinos nas laterais fixam a parte traseira da cabine ao corpo. Originalmente o fabricante aplicou um pingo de cola nesses dois pontos, mas não vi necessidade disso quando remontei a cabine.
Um problema ocorreu durante a prensagem da cabine. Sob seu teto há um duto de injeção de plástico. Esse duto tem um calibre relativamente grosso e este ao se desligar da cabine, deixou uma  protuberância para dentro da cabine e o teto da cabine ficou um pouco deformado. É uma deformidade pequena, mas é uma deformidade que diminui a qualidade do acabamento da cabine.
A Frateschi precisa observar esse problema e se a ocorrência for em poucas ocasiões, as cabines com defeito deveriam ser descartadas, para que um trabalho bem feito não seja atrapalhado por um pequeno defeito.
As  modificações na instalação do decoder para o uso das lâmpadas grão de arroz, são relativamente simples.
Na figura ao lado, podemos ver um desenho esquemático da placa de circuitos Frateschi que vem montada na locomotiva. É o esquema normal que é usado pela Frateschi em todos os seus modelos. A polarização dos Leds no desenho pode não estar correta, já que o desenho é apenas ilustrativo. Duas trilhas longas nas laterais da placa captam energia dos truques e a distribui para os motores, para um resistor de limitação de corrente para os Leds e para a terminal de retorno dos Leds. Do outro lado do resistor de 1k ohm, uma segunda trilha de circuito impresso alimenta os segundos terminais dos Leds, que são montados com polarização invertida em relação um em relação ao outro, de modo que eles acendam de acordo com a direção tomada pela locomotiva. Tudo muito simples e limpo.
Podemos usar essa placa como base de apoio para o nosso decoder ou descarta-la totalmente. Eu prefiro mante-la, pois ela me dá uma base para a ligação dos fios de captação de energia que chegam dos trilhos, ficando menos fios soltos na ligação do decoder, além de dar um apoio para fixação dele depois de feita suas ligações.
Na figura acima, podemos ver o esquema de ligação que utilizei para a instalação do meu decoder na AC-44i.
Primeiramente devemos cortar as pistas de circuito impresso de ligação dos Leds dos faróis originais e devemos cortar também a ligação entre a pista de ligação dos trilhos e o antigo resistor de limitação dos Leds. Isto nos garantirá que nenhuma ligação antiga atrapalhe a nossa montagem.
Passemos agora a ligação do decoder propriamente dito.
No centro da placa de circuitos, existe uma pista de circuito impresso com espaço suficiente para a soldagem dos quatro resistores que necessitaremos para a ligação das lâmpadas. O valor ou valores necessários para esses resistores já foi calculado anteriormente. Com alguma perícia podemos soldá-los na trilha que atravessa transversalmente a placa de circuitos. Os terminais do outro lado dos resistores devem ficar livres, por enquanto, faremos essa ligação mais tarde.
A seguir devemos ligar o fio AZUL do decoder ao ponto de junção dos resistores. A ordem de ligação descrita a seguir não precisa ser levada ao pé da letra, é só um processo sugerido.
Liguemos então o fio BRANCO, correspondente ao farol dianteiro, a um dos fios vindos da lâmpada que instalamos no farol. O outro fio deve ser ligado a um dos resistores. A seguir, faremos o mesmo processo com o fio AMARELO.
Para instalação dos ditch light, usaremos os fios LILAZ e VERDE. O processo é idêntico ao usado no caso dos dois faróis. Um dos fios deve ser ligado ao fio vindo do  decoder (LILAZ ou VERDE) e o outro fio ligado ao resistor correspondente.
Na figura ao lado, podemos ver o diagrama interno de ligação de uma saída de acessórios de um decoder. Cada um dos fios coloridos está ligado a um driver interno do decoder que atua como uma chave e faz a ligação desse fio ao comum da fonte, completando a ligação e acionado o dispositivo ligado a ele.
A única limitação para cada uma dessas saídas é a corrente que ela suporta, no caso do decoder Lais DCC é de 100mA (cem miliamperes).
A tensão no fio AZUL é de 14,4V.
Na foto ao lado, podemos ver como ficaram posicionados os resistores de limitação das lâmpadas. Também podemos ver que foi feito um isolamento entre a placa de circuitos e o local onde colocaremos o decoder com fita isolante. Um segundo pedaço de fita foi colocada sobre a ligação do fio azul com a placa. Todo cuidado é pouco em termos de eletricidade. Com o custo do material que usamos subindo a cada variação do dólar, um pedaço de fita, de alguns centavos de Real é um bom investimento nesse caso.

AJUSTES DOS CVs
Terminada a instalação do decoder na locomotiva, foi feito um teste em linha e como já foi dito anteriormente, a locomotiva funcionou bastante bem, ainda com as calibragens de CVs originais.
Com os ajustes de fábrica dos CVs no decoder, a locomotiva parte em baixa velocidade com o valor mínimo no display do controlador. A marcha é firme e constante. A cada incremento no controle, é notado um incremento correspondente na velocidade da locomotiva. Ainda não foi feito um teste com carga, mas acredito que o funcionamento deve ser idêntico, se não, ajustes mais finos podem ser feitos.
Em vídeos observados na Internet, há uma diferença entre os botões de acionamento dos comandos entre o controlador da NCE e o MRS.
Botões de função no NCE, não correspondem aos mesmo botões no MRC e a atuação do decoder fica comprometida. A diferença mais importante está no botão F2 do MRC.
Pelo padrão (até onde eu sei), a função F1 aciona o sino e a função F2 aciona a buzina, bem como a função F0 é designada para os faróis. Cada um dos demais botões de função (F3 até F28) tem suas designações, mas isso também varia entre os fabricantes de locomotivas. Não necessariamente a locomotiva de um fabricante implementará a mesma função a um determinado botão, mas nota-se que um padrão é mais ou menos seguido por vários deles.
Para o sino precisa-se de um botão Liga/Desliga, ou seja, liga-se o sino e ele permanece tocando até que se pressiona o botão novamente para desliga-lo. Para a buzina, precisa-se de um botão do tipo Push Button, ou seja, aperta/Liga e relaxa/Desliga. Aperta-se o botão, a buzina começa a tocar e permanece tocando enquanto mantivermos o botão pressionado, cessando o som, quando relaxamos a pressão no botão. Em alguns fabricantes, o ato de relaxar o botão é usado para dar um efeito tipo "Efeito Doppler" no som da buzina (há um efeito de amortecimento no final da buzina).
O botão F3 em algumas de minhas locomotivas com DCC e som, faz o som de desengate da locomotiva e em outras aciona um toque curto da buzina. Isso dependo do fabricante do controlador e em muito, da  programação contida dentro do decoder, que para nossa salvação, pode ser mudificado com auxílio dos CVs.
Como podemos ver nas fotos ao lado, o controlador NCE tem botões especiais para acionamento da buzina, sino e farós,  já reproduzindo essa característica push button quando necessário e os botões de função, mais abaixo, funcionam como botões Liga/Desliga.
Já o controlador da MRC não tem essa característica. Os botões de função tem papel duplo, funcionando como botões de acionamento das funções, bem como acionando os diversos sons a eles associados.
Então devido as características de fábrica do Lais DCC, existe alguma discrepância no funcionamento desses botões de função no MRC.
Por tudo que já li e realizei em termos de instalação de decoders DCC em minhas locomotivas, as saídas ligadas aos fios VERDE e LILAZ estão ligadas aos botões F5 e F6 do controlador. No Lais DCC, eles estão comandados pelos botões F1 e F2.
No controlador MRC, o botão F1 funciona normalmente, mas o botão F2 funciona como se estivéssemos ligando a buzina, ao ser apertado e desligando a buzina, quando o relaxamos. Se formos usar essa botão para acionarmos alguma coisa que necessite ficar ligado por mais tempo, isso será um problema.
Como então, resolveremos esse problema? Usando os CVs, é claro!
Para termos acesso a essa calibração, precisamos baixar na Internet o manual "Lais DCC Decoder Manual V1", pois o manual que acompanha o decoder não traz essa informação.
Seguindo o manual, na sessão intitulada "Changing which controller button acts on or activates each function:" (Mudando qual botão de controle age ou ativa cada função), encontraremos a tabela abaixo:
Estudando a parte superior da tabela, vemos que para os botões F0 e F1 a F6, podemos designar os valores 1 a 128 (escalonadamente) e para os botões F7 a F12, podemos designar-lhes os valores de 4 a 128, do mesmo jeito que para os anteriores.
Para o botão F0 que comanda os faróis dianteiros e traseiros, os valores podem ser 1 e 2 e se observarmos a parte de baixo da tabela, vemos os CVs associados a eles, que são os CVs 33, para o farol dianteiro e 34, para o farol traseiro.
Se quisermos mudar o botão de acionamento desses faróis, basta que designemos para eles algum dos outros valores designados para cada outro botão, ou seja, que quisermos que eles sejam acionados pelo botão F1, o valor deve ser 4, F2 o valor deve ser 8 e assim por diante. Note que na coluna correspondente aos botões F7 a F12, tem o sinal (~) o que significa que esses botões não podem ser usados.
O que queremos mudar aqui é a função que aciona o fio VERDE e/ou LILAZ.
Observe agora os valores designados para os CVs 35 e 36, correspondentes aos fios VERDE e LILAZ. Temos o valor 4 no CV35 e o valor 8 no CV36. Isso, segundo a tabela, significa que eles estão desiginados para serem acionados pelos botões F1 e F2.
Para mudarmos essa função para os botões F5 e F6 devemos colocar nesses CVs os valores  64 e 128, respectivamente.
Essa mudança é temporária, pois mais tarde precisarei fazer e explicarei outra modificação nesses CVs. Por enquanto, a partir desse momento, as lâmpadas ligadas aos fios VERDE e LILAZ, estrão sendo acionadas pelos botões F5 e F6. Note também, que essas saídas podem ser designadas para os botões F7 a F12, bastando que coloquemos os valores adequados nos CVs 37 e 38.
Outra modificação que fiz na configuração da minha locomotiva é relativa ao botão que liga o ditch light. O ditch light é como um faros de neblina nos nossos carros. Você aperta um botão no painel do carro e eles acendem. Do jeito que eles estão ligados no nosso decoder, precisaríamos acionar os botões F5 e F6 e isso fica meio estranho.
A função do ditch light na locomotiva é aumentar a visibilidade dela a grandes distâncias, por isso ao chegar perto de um cruzamento ou passagem de nível, o maquinista aciona a buzina, segundo o código usado na ferrovia. Quando a buzina está acionada, o ditch light deve piscar alternadamente, enquanto a buzina estiver tocando.
Para fazer com que as lâmpadas funcionem como ditch light, precisamos modificar alguns outros CVs no nosso decoder. Dessa vez usaremos a Tabela 11 (Controle de Luzes), que vem no folheto/manual que acompanha o decoder.
Essas saídas são controladas pelos CVs 49, 50, 51 e 52, correspondentes aos fios BRANCO, AMARELO, VERDE E LILAZ, respectivamente. Para cada efeito desejado existe uma tabela, onde são dispostos os valores a serem inseridos nos CVs, como por exemplo:
Para que a luz fique ligada ou desligada, sem nenhum outro efeito, precisamos colocar os valores 0 para o CV49, para o farol dianteiro, 16 para o CV50, para o farol traseiro, ou se quisermos que os dois atuem em conjunto, acendendo independente da direção da locomotiva, devemos usar o valor 32 e 33 em ambos os CVs. Para cada efeito a ser escolhido existe uma tabela de valores, seja para um, ou outro, ou para ambos.
Eu escolhi usar os efeito ditch light para ser usado nos fios VERDE e LILAZ, também decidi que o efeito deverá estar disponível independente da direção da locomotiva. A tabela nos apresenta os seguintes valores:
Ditch light (dir ou esq) 10 frente - 26 ré - 42 ambos
Ditch light (outro lado) 11 frente - 27 ré - 43 ambos
Como eu quero que o efeito esteja presente nos meus ditch lights com a locomotiva andando em ambos os sentidos então usei os valores 42 para os CV51 e 43 para o CV52.
Esse decoder não tem som, mas acho interessante ter os faróis piscando ao passar com a locomotiva por uma passagem de nível, ou quando durante a operação for necessário algum situação de alerta. No controlador MRC, o botão F2 aciona a buzina, então no meu caso, quando a locomotiva estiver andando com os faróis acesos e eu aperto F2, eles piscam enquanto mantiver o F2 pressionado ou por um determinado tempo depois que o botão for relaxado.
Pouco mais acima nesse texto, enquanto falávamos sobre a programação dos botões de função do decoder em conformidade com o controlador MRC, eu disse que voltaria ao assunto mais a frente, portanto, agora chegou o momento.
Ajustamos os CVs para que as funções F5 e F6 ligassem os fios VERDE e LILAZ, mas não é interessante ter dois controles para uma mesma função. O ideal seria que a função fosse acionado por um único botão. Seguindo o manual, nada nos diz que um mesmo botão não possa comandar duas saídas ao mesmo tempo, então, voltando àquela tabela, mostrada pouco atrás, podemos fazer com que o botão F5 seja o comando para ligarmos o nosso ditch light.
O que precisamos fazer então? Simples! Basta atribuir ao CV que controla o fio LILAZ o mesmo valor que comanda a ação no fio VERDE, ou vice-versa! Então, pela tabela, podemos ver que esse valor é 64. Desse modo ao colocarmos o valor 64 no CV35 e esse mesmo valor no CV37, as duas saídas estarão sendo controladas pela função F5, ficando o botão F6, sem atribuição alguma.
Desse modo, para ligarmos nosso ditch light, basta agora acionarmos o botão F5 para que ele acenda as duas lâmpadas e para que elas pisquem quando  estivermos passando em uma passagem de nível em nossa maquete, basta que acionemos o botão F2.
Esse negócio de CV é bem interessante, não?
Depois de testadas essas modificações, restava apenas tentar mudar o endereço da locomotiva para o número que vem estampado nela, MRS 3446-6.
Confesso que não entendi "bulhufas" de como fazer isso lendo o manual que acompanha o decoder. A manual V1, também não foi esclarecedor, mas dá a entender que devemos seguir as instruções que vem com o manual do controlador utilizado, então resolvi seguir essas instruções e usei o controlador MRC para fazer isso.
Com a locomotiva na linha principal, entrei no modo de programação em linha (Main Prog) e digitei o número da locomotiva - 3446. Voltei ao modo de operação e tentei o endereço 3 e ela não respondeu, como seria normal acontecer. Selecionei, a seguir, o novo endereço - 3446 e voltei ao modo de operação. Pronto, estava tudo funcionando!
O que resta agora é mostrar um vídeo dela em funcionamento para completarmos esse artigo.



Como vocês poderão notar pelas imagens no vídeo, o acabamento dos corrimãos e grades está deixando um pouco a desejar.
Eu não entendo como a Frateschi faz um trabalho muito bom na injeção da caraça da locomotiva e pisa na bola justamente num dos itens que serão mais vistos depois dela montada.
O lançamento do modelo é muito recente para afirmarmos que a qualidade dos corrimãos, já foi afetada pelo desgaste da ferramenta de injeção com o uso. Houve certamente, um descuido na sua produção.
Uma empresa que cuidasse mais da sua reputação, faria um "Recall" desse item, mas a Frateschi não liga para isso, nem fará um "Recall", haja visto as críticas que vemos constantemente nas mídias sociais, sem nenhuma contrapartida do setor de relações públicas da Frateschi. 
É preciso que alguns de nós, Ferromodelistas, sem nenhum compromisso ou vínculo com a empresa, venhamos em sua defesa, muitas vezes fazendo até papel de otários, pois não somos pagos para isso.
Eu tenho convicção de que qualidade custa caro e normalmente é paga em dólar, mas quando a Frateschi põe um produto no mercado com essa diferença de qualidade no acabamento entre seus componentes, não há como defende-la.
Eu já tinha percebido o problema muito antes de escrever esse artigo. Assim que cheguei em casa, depois de voltar de  São Paulo, onde comprei a locomotiva, abri a caixa e comecei a examinar o produto, mas achei que pudesse ser um pequeno problema, localizado, mas isso não aconteceu agora que fiz a instalação do componente.
Outro problema observado foi que os furos para o encaixe dos corrimãos, não estão precisos. Os furos localizados na lateral do passadiço estão grandes demais, é necessário usar cola para fixa-lo nos locais, mas os localizados nas grades atrás da cabine estão menores que os pinos de encaixe dos corrimão e é necessário aumenta-los para que os pinos encaixem, o mesmo acontecendo com os pinos de encaixe das mangueiras no piloto, além de termos que retirar as rebarbas existentes que atrapalham ainda mais o seu encaixe.
O fato de o plástico, usado para moldar os corrimãos ser muito maleável, ainda não pude decidir se é bom ou ruim.
Por um lado, a primeira impressão que dá é de que a qualidade diminuiu, mas por outro lado, penso que isso pode ajudar, pois um plástico mais rígido pode se partir com mais facilidade durante a instalação ou manuseio.
Espero que a Frateschi já tenha tomado conhecimento de todos esses problemas e esteja tomando providências para sua solução, do contrário, só quem vai perder é a própria Frateschi, pois a cada lançamento, mesmo que bombástico como esse, aconteça cheio de problemas, mais ela restringe seu mercado a uma faixa de Ferromodelistas iniciantes e sem experiência, que devido a visibilidade que nossas ferrovias têm, a cada dia se restringe mais.
Quando o dolar der uma acalmada, ou eu tiver uma folga de dinheiro em meu orçamento, que eu possa disponibilizar, seria interessante refazer essa transformação, agora usando um decoder com som. Um decoder de maior tamanho, com um capacitor (Keep Alive), que precisa ser colocado em algum lugar, um auto falante que precise ser verificado se o local a ele destinado está bem dimensionado e bem localizado, ou se um outro modelo, em uma outra posição, apresentaria melhores resultados.
São novos problemas, com novas soluções e mais dados a serem disponibilizados.
Em conversas com amigos já soube de alguns detalhes, bons e maus, que esse procedimento me faria enfrentar.
Aquilo que se ouve falar nunca pode ou deve ser tão valorizado quanto a própria experiência, podendo, quando muito, ser usado apenas como base para a nossa própria experiência.

Por enquanto é só, Amigos. Espero que tenham gostado e consigam tirar algum proveito desse texto.

Até uma próxima postagem.

J.Oscar